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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gol! (2005)


Para mim, é muito prazeroso estar escrevendo uma análise sobre este Gol!, dirigido por Danny Canon (O Juiz). Não por eu ser algum tipo de fã nato de futebol, pelo contrário, está aí um dos esportes pelo qual possuo menos apreço. Porém, a surpresa foi ótima quando, debaixo de nenhuma expectativa, me deparei com um bonito drama, que utiliza o futebol como pano de fundo para contar uma história sobre dificuldades familiares, pobreza e também sobre como devemos quebrar barreiras para perseguir nossos sonhos. Falando assim soa até clichê, e de fato o filme é, mas nunca faz questão de esconder isto, se preocupando única e somente com o desenvolvimento de sua história.

Transcrever a vida de um jogador de futebol para as telas, ao contrário do que parece, não é uma tarefa fácil. As responsabilidade de alguém do ramo não se resumem somente em jogar uma bola dentro de um gol, mas também exigem uma forte posição emocional, seja na distância dos parentes, ou no risco de a fama poder subir-lhes a cabeça, o fato é que o futebol, gostando ou não, traz um certo grau de complexidade, e Gol! Obtêm êxito ao traduzir com eficácia todas as emoções e conflitos que perpassam na vida de um jogador de futebol.

Santiago Munez (Kuni Becker) é um mexicano que vive ilegalmente nos Estados Unidos, até que um olheiro da Inglaterra (Stephen Dillane) o convida para fazer um teste como jogador no Newcastle United. Ele parte então para lá colocando em jogo tudo o que construiu com trabalho duro para tentar conquistar o sonho que poucos podem realizar.


Entretanto, o grande problema (e também uma das grandes virtudes) é que o roteiro de Mike Jefferies e Adrian Butchart não apresenta o mínio esforço em fugir da previsibilidade, mantendo-se em terreno seguro ao apresentar apenas o óbvio. Se por um lado isto diminui o impacto da obra, por outro deixa a mostra a sinceridade da produção em simplesmente narrar sua história, sem maiores rodeios ou delongas. É um filme com identidade própria, e somente isso já o torna algo de valor.

Assim, é impossível não se emocionar, torcer e vibrar por Santiago, vivido de forma contida e bastante carismática por Kuno Becker. Ainda que o roteiro obrigue o ator a recitar alguns diálogos cafonas, típicos de qualquer dramalhão, a construção do personagem, somado a simpatia do ator, garantem uma proximidade com a situação do rapaz, que assim como qualquer um de nós, é obrigado a conviver com uma realidade dura, difícil, mas que de alguma forma, não o impede de alimentar esperanças sobre seu futuro e de sua família.

Mas não se engane. Gol! não vai muito além disso, aliás, nem deseja ser maior do que é. Danny Canon parece ter ciência das limitações do roteiro, e realiza apenas o básico, o que para uma produção tão pouco ambiciosa, já está de bom tamanho. Não vai mudar a vida de ninguém, mas cumpre seu papel de emocionar e divertir, torcer e vibrar por um final feliz. E isto já é suficiente.

Nota: 6.0



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