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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Grande Truque (2006)


Christopher Nolan hoje é tido como um dos grandes diretores contemporâneos de Hollywood. Todo esse reconhecimento e renome lhe foram designados graças ao seu primeiro trabalho comercial, lançado em 2000, Amnésia deixou todo o publico e críticos boquiabertos com a originalidade e a formidável execução de uma idéia que, inesperadamente, acabou por virar um dos maiores e melhores filmes de seu ano.

Depois desta grande alavanca em sua carreira, Nolan possuía agora autonomia de seus projetos seqüentes. Então, dois anos depois, o mesmo reuniu um elenco ainda maior que em seu primeiro sucesso, contando com nomes com Al Pacino e Robbin Williams, eis que em 2002 Nolan apresentou Insônia ao público, infelizmente, por não conseguir cobrir todas as expectativas montadas e nem ser tão bem articulado quanto seu antecessor, tornou-se o filme mais repudiado (pública e criticamente) da carreira do cineasta.
Para reaver seu prestígio, agora eclipsado pela falha de Insônia, Nolan, junto com seu irmão mais novo (este responsável pelo conto que inspirou Amnésia) adaptou as telas o romance “The Prestige” de Christopher Priest, que contava com uma estória sobre a rivalidade de dos mágicos. Os resultados projetados foram obtidos, merecidamente, O Grande Truque tornou-se um dos grandes projetos do ano de 2006. Agradando o público, a crítica, e reavendo a fama de seu diretor.



O filme conta a história Alfred e Robert, dois mágicos rivais que se odeiam, e fazem de tudo para destruir a carreira um do outro. Então, Alfred passa a apresentar a seu público um truque novo, aparentemente fenomenal e indecifrável, Robert por sua vez, passa a se complexar na tentativa de descobrir o segredo do truque, numa incessável obsessão. O enredo é deveras excitante, e a narrativa composta pelos irmãos Nolan ao roteiro, só aumentam e acrescentam ainda mais a instigante história dos mágicos. Confesso de imediato que não li a obra a qual o filme foi adaptado, mas acredito que os resultados positivos que a película alcançou já a torna indiferente às críticas comparativas com o livro.

Boa parte da parcela de êxitos que a produção alcançou foram graças à direção competente de Nolan, que mais uma vez mostra-se eficaz atrás das câmeras e realiza um trabalho ao patamar de sua promissora carreira. Ainda que tenha realizado poucos trabalhos ao cinema, Nolan já demonstra a destreza e eficácia necessárias para manter seu nome por muito tempo aos holofotes. Os movimentos da câmera são bem realizados e a amplitude a qual chegamos ao desenvolvimento dos personagens (especialmente os dois protagonistas) é bem realizada.

A cenografia é primorosa. O filme possui uma estética linda. A fotografia é belíssima junto com os lindos figurinos e a direção de arte magnífica, ambas sendo inclusive indicadas ao Oscar. O Grande Truque possui uma atmosfera soturna que faz juz a sua estética sombria e formidável.




O elenco é um dos ápices do projeto. Temos aqui um grupo de competentes atores que realizam façanhas em seus respectivos papéis, e ainda que alguns sejam limitados por serem secundários a trama, demonstram o seu claro talento. Hugh Jackman e Christian Bale em atuações sagazes, respectivamente, como os mágicos protagonistas. Pondo mais força a trama temos Scarlett Johansson e Rebecca Hall (que trabalhariam juntas mais tarde em Vicky Cristina Barcelona) aderindo ao elenco feminino. E claro, para finalizar temos o grande Michael Cane, grande parceiro do diretor em seus projetos.

A maior fraqueza do filme dar-se pelos momentos de previsibilidade fornecidos pela montagem, nessa parte o filme mostra-se irregular, pois algumas as surpresas são decifradas antes de serem devidamente apresentadas ao público. Certo que algumas destas revelações sejam interpretativas e o roteiro de Nolan seja composto por metáforas, ainda sim, isso diminuiu a força do projeto, não drasticamente é óbvio, porém reduziu as projeções maiores que esse filme ainda seria capaz de alcançar.

O Grande Truque é um filme que embora esbarre em alguns contras, firma-se num patamar elevado. Deve-se, acima de tudo, manter a mente ativa e aberta às metáforas e complexidades do trabalho de Nolan, e então, abracadabra, você terá um grande filme.

Nota: 8.0



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