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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Seven - Os Sete Crimes Capitais (1995)

“Nós vemos um pecado capital em cada esquina... Em cada lar... E o toleramos. Porque é algo Comum. É trivial. (John Doe, Se7en)”

Esta frase demonstra nada mais do que o que vemos em nosso cotidiano, através de pessoas com quem convivemos e até, com nós mesmos. O pecado tornou-se algo comum entre nossa sociedade, se alimentando cada vez mais de nossas virtudes e, conseqüentemente, de nossa moral. Com Seven, David Fincher imprimiu sobre um suspense psicológico uma discussão social contundente e verossímil, aderindo a seu trabalho qualidades e proporções muito maiores que um exemplar convencional do gênero.

Seven carrega em sua trajetória uma trama densa que vai desenovelando-se de maneira ágil e, cada vez mais, surpreendente. De início, o que parece é que estamos diante de um suspense policial corriqueiro, entretanto, com o decorrer de sua duração, percebemos que o que presenciamos é algo muito maior, de dimensões muito maiores que o imaginado a princípio. O filme consegue carregar o espectador até seu ato final numa ode de mistérios e , onde tudo se conecta por fim de forma brilhante e perfeita.

O foco da trama concentra-se numa investigação de dois detetives – Brad Pitt e Morgan Freeman - que se encontram no encalço de um lunático serial killer que mata suas vítimas usando os sete pecados capitais como base para arquitetar a morte de suas vítimas. Porém, os planos do assassino estão muito além que uma série de assassinatos. David Fincher molda em Seven algo acima dos padrões normais de um thriller, não só pelo seu desfecho, mas toda a sua construção e outros méritos alçam o filme a um status ainda mais elevado.

A atmosfera crescente de tensão auxilia para que tenhamos uma noção da dimensão que a trama está alcançando. Somos testemunhas, mas ao mesmo tempo não sabemos de nada, e a isso devemos ao inteligente roteiro que fisga o espectador num suspense frenético e angustiante. O maior mérito de Seven é não apenas abranger-se até seus limites. Não. O filme alcança, através de suas qualidades, uma potencia maior, e a isso, se deve seus reconhecimentos e sua fama.


O filme é um prisma construído sobre um suspense policial para analisarmos as condições de nossa sociedade, e da moral da mesma, onde lá transitam os pecados, e como estes podem abalar as convicções de um ser humano. Seven é um filme mais rico do que aparenta ser, basta para isso seja notado, assimilar todo o debate que este expõe sobre assuntos atuais, mas que assolam a humanidade desde a época de Genesis. Mesmo contendo estas (e outras) mensagens, Seven é um filme que agradará a maioria por conseguir agregar seu público de maneira fantástica durante numa história tensa, inteligente e impactante.

Seven não esgueira-se para apelos ou clichês. Tudo na trama se demonstra genuíno, por conseguir emergir de suas qualidades, méritos não muito corriqueiros em um suspense policial contemporâneo. Atualmente, poucos nomes destacam-se como Seven o fez. Em sua década, são poucos os títulos podemos destacar que obtiveram grandes proporções (O Silêncio dos Inocentes [1991] seria um desses casos), e, conseguiram proporcionar a seu gênero um novo gás.

David Fincher interliga todas as qualidades de seu filme e nos entrega uma obra poderosa, de suma originalidade e imponência. Todos os argumentos que até aqui utilizei servem apenas para ilustrar seu poder, e o que o mesmo representou. Mesmo passados anos após sua realização, Seven mantém-se vivo, não apenas na mente do público, mas de todo o cinema, fazendo valer o status que conquistou a principio, o de uma verdadeira obra prima.

Nota: 9.5

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