Todos os que me conhecem sabem que nunca fui um fã de Glauber Rocha, nem mesmo da sua obra aclamada no mundo inteiro. Estou mais para um adepto parcial da teoria de Rubens Ewald Filho, que se refere à genialidade de Rocha como algo concentrado no início de sua carreira, na década de 60 e disperso nos períodos seguintes.
Apesar da minha empatia duvidosa com nosso aplaudido cineasta, uma coisa admito: Glauber foi único. Excêntrico, vivo, polêmico, odiado e idolatrado. Um ícone não só do Cinema Novo, mas de uma mobilização política que somente ele sabia expressar, seja no sertão brasileiro, nas terras africanas, ou na Europa.
Apesar da minha empatia duvidosa com nosso aplaudido cineasta, uma coisa admito: Glauber foi único. Excêntrico, vivo, polêmico, odiado e idolatrado. Um ícone não só do Cinema Novo, mas de uma mobilização política que somente ele sabia expressar, seja no sertão brasileiro, nas terras africanas, ou na Europa.
No dia 22 de agosto , já se vão 30 anos desde que cessou a mente inquieta deste baiano de Vitória da Conquista. Assim, teço aqui pequenos comentários sobre algumas de suas obras. E deixo minha homenagem e uma constatação: antes de ser bom cineasta, Glauber Rocha foi um cineasta necessário. Necessário para o desenvolvimento do Cinema do Brasil, como identidade nacional. Podem considerá-lo bom ou ruim (como eu mesmo muitas vezes considero), mas devem assisti-lo.
O Pátio (1959)
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Comentário: O primeiro contato de Glauber com o mundo cinematográfico de fato. Interessante em seu aspecto histórico da evolução de sua capacidade como realizador, porém, um filme experimental, uma iniciação que talvez fique confusa em sua própria maneira de se expressar. Simples, mas não convencional, talvez agrade àqueles que apreciam as primeiras experiências de cineastas em sua fase amadora.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
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"Eu, José, com a espada de Abraão serei coberto.
Eu, José, com o leite da virgem Maria serei borrifado.
Eu, José, com o sangue de Cristo serei batizado.
Eu, José, na Arca de Noé serei guardado.
Eu, José, com a chave de São Pedro serei fechado.
Onde não me possa ver, nem ferir, nem matar, nem o sangue do meu corpo tirar."
Comentário: Apoteótico, o clímax do Cinema Novo é, além de brasileiríssimo, um faroeste das melhores safras clássicas. Corisco e Antônio das Mortes permanecem como dois dos grandes personagens da história do cinema no Brasil. O grande momento de Glauber Rocha.
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Cabeças Cortadas (1970)
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Comentário: Vivo, louco, teatral. Este primeiro trabalho estrangeiro de Glauber Rocha é intenso, apesar de lento. Tenho um carinho especial pela trilha sonora, que me cativa bastante. Os acertos superam os erros, neste que foi o último da "boa safra" do realizador.
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Câncer (1972)
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Claro (1975)
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Comentário: Talvez indiscutivelmente o pior filme do diretor. Defini-lo-ia como um diário de bordo desorganizado, que não se soube escrever. Incrivelmente subjetivo, mantém o público frio em relação a imagem.
Di Cavalcanti (1977)
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Comentário: Antes de ser um filme, "Di Cavalcanti" é uma homenagem sincera a um amigo. Glauber volta a um momento de regularidade neste mini-documentário que retrata o funeral de um dos grandes expoentes das artes plásticas no país.
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Glauber Rocha
Ver também:
1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Glauber_Rocha
2. http://www.tempoglauber.com.br/
3. Livro: Revisão crítica do Cinema Brasileiro
4. Livro: A Revolução do Cinema Novo
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