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sábado, 20 de agosto de 2011

Hesher (2010)

A magia das personalidades fortes

Hesher é uma experiência. Embarca-se ou não no navio. Não quero dizer com essa frase que se trate de uma imersão do nivel de Dogville, com uma concepção completamente nova de tempo e espaço. Falo do microssomo de um filme nos moldes independentes de fazer Cinema, sempre diferenciado em suas lógicas internas. Hesher é dessa categoria de filmes.

Prender-se num roteiro amarrado que explica os motivos de um arruaceiro invadir a casa de uma família em luto e simplesmente passar a conviver com ela sem que ninguém se manifeste contra é fechar os olhos para mil outras perspectivas que o longa traz. A presença de Hesher é impactante em si mesma e não é depende de um roteiro bem amarrado para ser eficaz, sustenta-se em si mesma.

A atuação de Joseph Gordon-Levitt merece axiomas a perder de vista pela expressão soberba de seu trabalho de composição. Bruto, grosseiro e sujo, Hesher é violento e enigmático, sendo impossivel prever seu próximo passo para retirar aos que estão ao redor da inércia. Sua presença é tão significativa e poderosa que não são raros os momentos em que os personagens ficam atônitos diante das suas atitudes. Signo da desordem, o rapaz é perturbado por natureza e traduz um contraponto importante num ambiente de inércia e tristeza por uma morte importante na família na medida em que estabelece uma relação dúbia, de carinho e de desprezo pelos familiares da família. Cita-se o seu contato com a grande avó da família que é emocionante.

Os coadjuvantes ajudam a formar um grupo afinado que dá suporte a Hesher. Encabeçado pelo talentoso Devin Brochu, mesmo ainda bastante jovem, tendo participado apenas do mediano "Vale das Sombras" com Tommy Lee Jones, o garoto encara um orfão amargurado, sofrido e complexo e se junta ao Rainn Wilson, de "Juno" e outros coadjuvantes de peso, incluindo Natalie Portman num papel nerd e adorável para esse longa. Solitário, T.J sofre bullying na escola e sofre ao perceber que seu pai se entregou ao luto e parece que não vai mais sair. Destaca-se a trama paralela da descoberta do amor por T.J. Muito pertinente num drama que se centra também no amadurecimento desse jovem.

Apesar de merecer um registro, este deve ser rápido e pontual. Hesher é para ser assistido, merece que você seja um espectador arriscado e não um leitor acomodado.

"Hesher passou por aqui"

2 comentários:

  1. Bom filme, e é mesmo para se ver. Hesher é mudança, é movimento, é devir para uma causa perdida e não apenas um rebelde. O final desse filme me deixou impressionado. Gostei do teu texto, abraços!

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  2. Esta na minha lista de para assistir nas próximas semanas. Achei a premissa interessante.

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