Mais do que a típica história com perfil psicológico de um policial que quer se redimir perante si e seus pares, o olhar do diretor aprofunda o tema, pois tanto o criminoso, quanto o agente da lei, nada mais são do que ex-combatentes que buscam se reerguer. É uma história que retrata dois seres que retornam da Guerra e procuram encontrar seu espaço em meio a uma sociedade destruída. Se um deles encontra esse espaço junto à lei, o outro permanece uma arma de morte destituída de individualidade, que acaba por se amalgamar na arma que obtém. O duelo final em que um policial ferido subjuga o criminoso mostra bem o grau de destruição em que chegou tal criatura. Policial e criminoso são as duas faces de uma mesma moeda, apesar da preocupação demonstrada pelo sorte do bandido, existe a preocupação de anulá-lo a fim de que não destrua outras vidas.
Kurosawa sempre foi acusado de ocidentalizar-se. Crítica típica de quem sabe que não pode equiparar-se. Kurosawa é universal e foi o primeiro a perceber que ninguém deve ser uma ilha, visto que a verdadeira arte tem de ganhar ares universais. Filme em que se pode vislumbrar o germinar das obras-primas que ele realizaria nos anos subseqüentes.
Nota: 8.0
Resumo genial. O filme é isso ai.
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