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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Premonição 5 - 3D (2011)

Adivinhem como esta aqui vai morrer... 

Não tem como alguém se irritar com a série “Premonição”. Nós nos irritamos com “Transformers”, com “Crepúsculo” e até mesmo com “Jogos Mortais”, mas não com “Premonição”! Como é isso? Talvez seja que esta saga, diferente de tantas outras, não mantenha nenhuma expectativa sobre si mesma. Seus filmes são ruins, mas todo mundo sabe disso! É como se ela tivesse aceito a própria ruindade e, pasme, usado-a mais como uma virtude do que como um vício! É uma série que diz “f#da-se” logo de cara: você gosta dela? Ótimo! Não gosta? É só não assistir.

É essa sinceridade cavalar, mais humilde que arrogante, que talvez explique a avidez com que o público fielmente compareça a cada nova seqüência sua, mesmo que cada qual seja EXATAMENTE (faço questão de destacar) igual ao primeiro filme! Um jovem tem uma premonição, salva um grupo de pessoas e logo todo mundo vai sendo morto pela ordem que deveria ter morrido se o mesmo jovem não os tivessem salvado, blá, blá, blá. No fim, todo mundo morre e a impressão que fica é que o roteiro de cada filme é uma cópia do original: o estagiário da produção simplesmente usou a máquina de xérox e depois mudou os nomes e, é claro, o catastrófico acidente que dá início a toda a saga. Honestamente, não tem como se zangar com um filme tão descaradamente descompromissado.

"Eca! Que nojo!"

A única coisa que mantém o interesse da platéia é, como sempre, a Morte. De que forma horrenda será que a Morte vai trucidar os personagens agora? Eu sempre faço essa brincadeira, mas é óbvio ela estragaria a história: o que a Morte tem contra um simples ataque-cardíaco? É só dar um trequinho no coração aqui e... BUM, o personagem morre, fim de história. Ou, vá lá, um atropelamento ou um piano caindo em cima da cabeça, sei lá. A Morte não tem muito o que fazer da vida (???), já que fica bolando planos que fariam o Professor Pardal invejoso. E que fazem, é claro, a platéia delirar de medo / riso com a ridicularidade / geniosidade das execuções. Essa é alma de “Premonição”, e não seria diferente agora, na sua quinta (e mais do que desgastada) versão.

Dando algum crédito ao roteirista, a série bem que tentou dar uma renovada em si mesma. Agora os personagens finalmente descobrem uma maneira simples (embora grotesca e clichê) de dar cabo na Encapuzada. O filme vem munido de um final mais-ou-menos surpresa (eu já sabia o que ia acontecer no meio da sessão, basta prestar atenção à história e, particularmente, aos créditos iniciais) que, embora não espante ninguém, pelo menos deixa no público um ar de satisfação: desta vez o roteiro tentou ser inteligente.

Tentou, é claro, o que não quer dizer que deixou os velhos defeitos (ou seriam virtudes?) de sempre: diálogos surreais, atuações inconvincentes, fotografia clichê, personagens estereotipados, trilha sonora escandalosa... todo o antro de ruindade “trash” que, misturado, se transforma em uma fórmula charmosa. Risos pipocam da platéia durante todo o filme, dada as situações super-clichês em que seus personagens se encontram. “Premonição 5” é um perfeito “prazer culposo” (guilty pleasure): sabemos que é ruim, mas adoramos isso! Entretanto, devo citar que a obra é curta demais e que seu terceiro ato (exceto o final-surpresa) é extremamente desapontador e anti-climático.

Nossos personagens principais. Sim, todos vão morrer.

O maior defeito do filme nem é culpa do próprio filme, mas das malditas modinhas que, vez por outra, tomam conta do cinema. É claro, estou falando do 3D. Até então, eu nunca tinha sido um grande odiador da tecnologia. Desde que ela ficasse no seu canto, com suas sessões especiais, eu ficaria no meu e todo mundo sairia feliz. O que mais me irrita agora é que não nos dão mais a opção de assistir ao cinema normal: todas as sessões do filme são em 3D! É assistir ou desistir! Mais do que um desrespeito, essa super-valorização de uma tecnologia inútil só erradica as potenciais qualidades das produções. Citando Roger Ebert, “qual foi a última vez que você assistiu a um filme e pensou: ‘Puxa, isso ficaria muito melhor em 3D!’”. Nunca! Nós não precisamos de óculos especiais para perceber uma terceira dimensão, nosso cérebro já faz isso sozinho! A conversão para 3D, além de falsa e inútil, escurece e distorce as imagens. Os óculos cansam a vista e me dão dor de cabeça! Tem vezes em que prefiro assistir ao filme vendo a tela toda turva a ter que usar essas abomináveis lentes 3D!

Eu sei que, passado o frisson, esta moda morrerá (o 3D nasceu na década de 50 e, de lá pra cá, tivemos umas cinco ou seis “manias do 3D”). Mas, enquanto viver, eu imploro: deixe algumas sessões com o bom e velho 2D!

Enfim, se alguém te convidar para ver “Premonição 5”, responda: “Claro, por que não?”. É um filme ruim, mas inofensivo. Absolutamente igual aos anteriores (com umas melhoradas tímidas aqui e ali na história), seja técnica quanto “artisticamente”, este quinto episódio já se mostra o suficiente para uma saga que, mesmo sem nenhuma ambição maior, já foi muito além do que deveria. Um conselho? Chega, “Premonição”, chega: está na hora de se retirar para algum asilo tranqüilo e deixar que o cinema siga sua vida. Por melhor (ou pior) que você continue sendo, assistir a mesma coisa o tempo todo acaba perdendo a graça algum dia.

Para mim, acabou hoje.

Adivinhem como este aqui vai morrer... [2]

NOTA: 5,0



2 comentários:

  1. Cara, eu não diria (escreveria) melhor, tanto sobre o filme, quanto sobre a impertinente tecnologia 3D. o Pior é que estou sem opção neste FDS: Sem Saída, Conan e Premonição, todos criticados pelos cinéfilos.

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    http://www.algunsfilmes.blogspot.com/

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  2. É um filme ridículo, mas que todos, enclusive eu, adoram ver para se divertir e passar o tempo.

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