Encontre seu filme!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

"Tempos Modernos" & a Filosofia Fordista


Atenção: este não é um post apenas sobre cinema. Ele surgiu de uma tarefa universitária sobre o "Direito do Trabalho". Como o professor fortunadamente pediu que o filme "Tempos Modernos" fosse o argumento de nossos resumos, foi um dos poucos trabalhos que fiz com verdadeiro prazer neste curso. Infelizmente, como o trabalho foi cancelado sem muitas explicações, não me entreguei ao esforço de fazer-lhe revisões, então perdoem-se se o texto a seguir possuir algumas imperfeições. Bibliografia segue ao final deste post, assim como notas explicativas. Esta foi apenas a primeira parte de cinco no trabalho, mas como há pouquíssimo sobre cinema no resto do documento, seleciono apenas esta.

Charles Chaplin, na cena mais famosa de "Tempos Modernos".

Antes de se render ao poder da voz em “O Grande Ditador”, Charles Chaplin flertou com as inovações do cinema falado – não muito voluntariamente, todavia – em “Tempos Modernos”. Hoje vista como um grande marco de humor e uma peça satírica extremamente afiada – o que contrasta com o humor mais inocente e a crítica social mais velada de seus filmes anteriores –, “Tempos Modernos” foi uma das obras que contribuíram para inflar a fama de “comunista” de seu criador. Mesmo que fosse uma denominação imprecisa, ainda era perigosa no contexto de um país cada vez mais paranóico.

O filme é melhor conhecido pelos seus trinta primeiros minutos. Justo: é onde se concentram as críticas mais óbvias e as melhores situações, com as desventuras de Carlito – agora não mais um vagabundo, mas um operário profundamente azarado – em sua fábrica e na prisão. O forte elemento satírico aproxima “Tempo Modernos” da veia de “O Grande Ditador”, deixando a dúvida de qual seria o mais engajado em sua mensagem. Se neste último temos os discursos macarrônicos do pseudo-Hitler de Chaplin, ou suas danças com o globo terrestre ou suas disputas com o Benzito Napaloni para ver quem é o ditador mais opulento, em “Tempos Modernos” nós temos a comparação dos trabalhadores modernos com um gado, sua alienação pelo processo repetitivo de fabricação e uma prisão que se revela melhor do que a vida “livre”.

2 comentários:

  1. O que mais dizer sobre Chaplin????tudo, pois nada consegue definir e tudo parace pequeno.

    abraços

    ResponderExcluir
  2. Esse filme é fabuloso. Não canso de revê-lo. Excelente texto, também.

    ResponderExcluir