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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Análise do Livro: A Revolução dos Bichos (1945)




Não foi coincidência. George Orwell(pseudônimo de Eric Arthur Blair) é um escritor muito político que adora criticar o Stalinismo que utilizou da Revolução para se impor. Orwell é um escritor que apreciava as ideias do socialismo, mas acreditava que tudo deveria ser realizado de forma democrática, algo que beira o impossível se tratando se um estilo de governo que precisou ser colocado quase a força por parte dos governos comunistas. A Revolução dos Bichos é uma sátira política que diz que os princípios da Revolução Russa de 1917 foram traídos com o passar dos anos de governo socialista que viriam a se tornar o Stalinismo.

Na história, o porco conhecido como Major está quase morrendo e deixa, como sua última mensagem, um grito para que uma revolução aconteça na Granja do Solar. Ele diz que o homem é o principal inimigo dos animais que trabalham tanto, mas não recebem quase nada do que produzem. Então, ele diz que era necessário que mudanças ocorressem, pois o homem exercia seu poder de forma que os bichos deveriam tomar consciência de, na verdade, eram mais fortes que os seres que os dominavam. Acontece que, após a morte do Major, outros porcos começam a se sentirem inspirados pelas idealizações de seu líder e começa uma grande mudança cheia de reviravoltas na Granja do Solar que viria a se tornar Granja dos Bichos.

Se utilizando de seres antropomórficos, Orwell vai nos mostrando uma série de reviravoltas que culminam a um final impactante e denso. A mudanças que ocorrem nos animais nunca os farão perceber que, quanto mais se aproximam de uma revolução por completo, mais antropomórficos ficam não somente suas características superficiais, mas também suas atitudes. A grande mensagem que a pretensão de Orwell quer nos passar é recontar os caminhos da socialismo até se tornarem um governo possuidor do Stalinismo, ou seja, no final das contas não se sabe mais quem são humanos ou animais.

Segundo o site Wikipédia, o Stalinismo tem, entre suas características principais, o fato de haver o culto dos líderes do Estado. Algo que ocorre no momento em que os porcos dominam a granja, pois não fazem ideia de que o ideal pelo que tanto lutavam estava sendo corrompido pela intensa vontade de se manterem como seres dominantes, se aproximando mais ainda do tipo de "política" que o fazendeiro Jones adotava, mas convenhamos que a repressão exercida por Napoleão(o porco líder) era mais cruel do que o antigo fazendeiro. No entanto, a lavagem cerebral que ocorre nos bichos chegam ao ponto de esquecerem sobre o passado que levavam com seu antigo dono e também sempre se convencerem de que tudo estava melhor pelo fato simples de terem mais o que comer, mesmo sendo fortemente pressionados e privados de qualquer uma de suas liberdades.

Sempre havendo um modo de convencer os bichos da Granja de que qualquer ação feita pelos porcos, por mais absurdas que fossem, era necessário para melhoramentos na fazenda, os animais são como um povo que sofria com os ideais modificados e também tinham tanto medo de levantar alguma voz de protesto por conta de verem grande parte de seus companheiros massacrados e mortos. Óbviamente, George Orwell não utiliza nenhum tipo de linguagem mítica para falar do Stalinismo pois, segundo o posfácio escrito por Christopher Hitchens na edição da Cia. das Letras, ele queria escrever uma história fácil de entender e de traduzir. Concluímos que o estilo de escrita neste livro não tem maiores segredos, uma narrativa direta e que analisava profundamente os sentimentos da "população" da "fazenda".


Com um vocabulário rico, uma história nenhum pouco complicada e uma sátira ácida e sem nenhum tipo de humor, este é uma alegoria muito interessante e inteligente sobre um dos tipos de governo mais polêmicos da história da sociedade mundial. Recomendado para todos os tipos de leitores.
George Orwell

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