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domingo, 9 de janeiro de 2011

Enrolados (2010)

Não é sempre que muitos estúdios conseguem se destacar tanto quanto a Pixar em questão de animações(aliás, a Pixar pode ser considerado o melhor estúdio de Hollywood). No entanto, ainda existem bons estúdios de animação que, mesmo não conseguindo chegar ao ponto onde a Pixar chega, mostram animações de alta qualidade e também provam que não é somente a Pixar que consegue se destacar de tantas besteiras que Hollywood produz.

Já é costume recontar histórias de princesa que a Disney faz com tanta frequência. Sempre mantendo alguns elementos fiéis, mas também implementando toques de humor e até personagens antropomórficos para deixar aqueles contos de fada ainda mais fantasiosos. No caso de "Enrolados" vemos tudo isso mais uma qualidade visual que justifica muito bem seu orçamento intensamente elevado e bem gasto.
Rapunzel é uma jovem que foi presa por uma mulher que usa o poder de seus cabelos para se manter jovens, mas ela sempre se queixa de ficar presa em sua torre, então quando ela conhece Flynn Rider, um ladrão qualquer, e ela embarca com ele em uma viagem de descobrimento do mundo.

Antes de continuar, quero dizer que a sinopse não está tão completa porque decidi omitir alguns elementos do conto dos Irmãos Grimm, afinal todos já devem conhecer a história.
Continuando. A história cumpre muito bem o fato de divertir o público e evitar alguns elementos que poderiam ser facilmente reciclados de outras animações que também recontam contos infantis que se passavam na Idade Média, como Shrek. Afinal, na animação da Dreamworks, vemos elementos modernos colocados na Idade Média para criar um tom humorístico que chega a ser eficiente. No entanto, Enrolados evita essa reciclagem de elementos e até possui cenas de humor que funcionam mesmo. Inclusive, há uma cena que usa o conhecidos jump cuts, recurso que ficou conhecido nos filmes de Godard, para criar uma cena muito engraçada sem soar forçada.

Os acertos continuam ao mostrar cenas com um visual impecável que confirmam utilizar a tecnologia 3D não somente como um imã de bilheterias, mas também para explorar todo espaço ótico que o filme apresenta. Aliás, o desenho da Rapunzel apresentada é tão belo, que me apaixonei mesmo pela personagem por sua perfeição visual e graciosidade.
A parte musical é algo que pode sofrer muitas críticas se tratando da dublagem, pelo costume de ouvirmos músicas em inglês. Mas eu achei que este ficou até bem legal, se tratando que as músicas do filmes são muito boas e as vozes dubladas(com exceção de uma que irei comentar abaixo) cumprem muito bem o trabalho do longa, tanto da parte dialogada e musical.

Defeitos? Sim, normal. O filme explora muito bem o espaço visual, mas o espaço que o contexto da história oferecia não chega a ser devidamente explorado com eficiência, deixando a aventura do filme com um gosto de quero mais, mas no entanto este não é de longe o maior problema do longa animado. O problema dessa animação não tem nada a ver com seu visual ou história.
Um filme que mostra que não é somente a Pixar que faz bonito com animações.

Aqui vai uma mensagem ao responsáveis pela dublagem brasileira da animação:

"Senhores responsáveis pela dublagem de filmes como Enrolados, entendam que o único tipo de filme que vejo com dublagem são animações, por isto, creio que deve haver toda uma dedicação para deixar as vozes do filmes, no mínimo, audíveis. Assim como ocorreu com grande parte das animações nas quais o dubladores, mesmo não sendo conhecidos pelo público em geral, faziam trabalhos satisfatórios. No entanto, chamar Luciano Huck para dublar um dos protagonistas na trama é uma decisão que prejudicou demais a qualidade do longa que poderia se aproximar da perfeição. Se em Os Incríveis mudaram a dublagem excelente para uma muito regular, creio que seria digno que fizessem o mesmo com Enrolados, mudando a voz do apresentador para um desconhecido, mas profissional. Somente isto."

Não acredito que Luciano Huck não seja culpado, afinal ele não é dublador. Me sinto obrigado a dizer, assim como Pablo Villaça e muitos outros críticos fizeram, criticar a posição dos estúdios de dublagem do nosso país.

Graças a Deus que Luciano Huck (quase) não canta no filme.

Nota: 8.0

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