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domingo, 9 de janeiro de 2011

Ponyo - Uma amizade Que Veio do Mar (2008)


Após Princesa Mononoke, Miyazaki anunciou que iria se aposentar. O sucesso foi tão grande que Miyazaki voltou ao Estúdio Ghibli para fazer o maravilhoso A Viagem de Chihiro e também o grande sucesso O Castelo Animado. Sua nova aposentadoria sucedeu após "Ponyo - Uma amizade que veio do Mar", se Miyazaki deixará de trabalhar(algo que seria muito triste) não é problema pois, assim como sua carreira, Miyazaki estaria terminando sua carreira muito bem.

Mais um vez, há a trama "miyazakiana", o envolvimento com o fantástico que serve como metáforas para mensagens moralistas e muito eficientes já que são mostradas de formas tão deliciosas.

Sosuke é um garotinho que vive em uma cidade rodeada pelo mar e vive com sua mão em uma casinha que está sobre um morro. O pai de Sosuke é um marinheiro e quase nunca está junto à sua família. Certo dia, Sosuke encontra um peixinho dourado na costa perto de sua casa, esta é Brunhilde que deixou seu pai, Fujimoto, e seus irmãos para descobrir outros lugares. Sosuke cuida dela e dá seu nome de Ponyo.

Se há falhas no roteiro, há sim. O personagem Fujimoto tinha o plano de mudar o mundo para deixá-lo melhor, algo que consequentemente iria prejudicar toda a humanidade, mas de repente, ele muda de ideia sem dar muito atenção à estes detalhes de sua personalidade. Tal erro pode ser justificado pelos fatos que ocorrem durante o filme, mas acontece que não houve uma explicação que conseguiria explicar esta mudança drástica do personagem. Mesmo assim, o resultado final não fica comprometido.


O trabalho direcionado ao público infantil também consegue atingir em cheio todos os públicos. As mensagens não só sobre moralidade, de ser contra preconceitos e outros tipos de lições típicas do cinema são comuns e já foram vistas em algum filme antes, mas quando se trata de Miyazaki, ele gosta de ser mais direto nessa questão pois isso acaba deixando as intenções do diretor mais claras e sem sutilezas desnecessárias. Aliás, sutilezas também são o forte de Miyazaki, assista A Viagem de Chihiro e perceba sutilezas tão belas e claramente mais voltadas ao público adulto.

O filme também está na onda de "respeite de seu planeta". Personagens como Fujimoto que possuem características humanas, mas que é claramente um ser não-humano, tem um significado guardado. Fujimoto materializa uma crítica de Miyazaki. Apesar de Fujimoto ser alguém que se preocupa com o meio-ambiente, ele nada quer para melhorar a situação e nada faz. O fato de ter características humanas tão óbvias é Miyazaki criticando a parcela de humanos que já se viram contra a própria humanidade e crêem que seu planeta já está perdido.

A animação também é um espetáculo visual. Miyazaki sempre opta por usar pouco uso de tecnologia de computadores em seus filmes, mas quando os usa cria maravilhosos horizontes bidimensionais sempre muito bem feitos. A evolução visual que já havia sido notado nos últimos trabalhos de Hayao, se repete nesta incrível animação, mas sempre demonstrando originalidade e a genialidade de Miyazaki.

Se eu continuar elogiando este trabalho incrível de Miyazaki, acabaria analisando mais uma vez toda a filmografia deste grande mestre da animação. Mais uma vez, Miyazaki mostra que sua idade nunca irá atrapalhar em sua fantástica criatividade e capacidade de aproveitamento da mesma.

Nota: 8.0



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