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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Foi Apenas um Sonho (2008)



A verdadeira felicidade para alguns, só é realmente completada a partir das realizações que se adquiri ao longo da vida. Em meio à busca desse ápice a nossa vivência, estamos nós os seres humanos, que em nosso dia-a-dia buscamos a satisfação de poder preencher nossa existência com êxitos e satisfações, para que dessa forma nossa vida valha à pena. Essa é uma busca real, a qual cada um de nós se submete, afinal, quem não quer o melhor para sua vida? Esta jornada é formada de pessoas normais em situações perfeitamente comuns, que almejam algo a mais para sua vivência. Ao filme, somos apresentados a estas pessoas, um casal que vive situações corriqueiras como qualquer outro, e que na tentativa de diferenciarem-se da maioria, alimentam as esperanças de uma realização pessoal que, aparentemente, irá salvar o casamento da ruína.

Foi Apenas um Sonho é mais um poderoso trabalho do aclamado diretor Sam Mendes, que através da ótica de um casal comum, mostra os anseios e desilusões que o ser humano passa ao tentar completar as realizações de sua vida.

Conta a triste história do casal Wheller que sonha com os mais altos padrões de vida, e consideram-se superiores a maioria, porém ao mudarem para o novo endereço na Revolutionary Road, os mesmos se tornam presos a fatigante rotina e acabam por se tornarem, um casal normal como qualquer outro, com as frustrações e desilusões habituais. Com esta premissa, o diretor norte americano volta ao estilo que o consagrara, desde que atingiu o ápice com sua obra prima Beleza Americana, a temática social tinha escapados de seus dois projetos sucessores (Estrada para Perdição, Soldado Anônimo), e com Foi Apenas um Sonho ele retornou, a crítica mordaz a sociedade de porcelana aparece de forma objetiva neste, e ainda que menos sarcástica que em Beleza Americana, a discussão continua altamente relevante.



A estética do filme é algo notável, pois desde sua fotografia a sua direção de arte, tudo inspira e transpira a sofisticação necessária, sem necessitar de extravagâncias ou imagens vibrantes. Não. A parte técnica segue de acordo com a premissa da produção, pessimista, negativa e triste. Por isso, o filme não agrada e nem agradará a muitos, pois os elementos acrescentados a ele só realçam ainda mais sua particularidade e sua forma introvertida.

A direção é magistral. Mendes mostra-se cada vez mais maduro atrás da câmera (ainda que de todos os seus trabalhos, Beleza Americana tenha sido o mais eficaz), despertando ainda mais a autenticidade de cada trabalho seu. Inovador seria o melhor adjetivo para designar o trabalho de Mendes. Neste, o diretor põe a debate a discussão de uma sociedade maquiada pelas fachadas e aparências, mas que no fundo, é consumida pela própria monotonia. Não tem as sacadas de humor negro presentes em Beleza Americana, a história aqui é mais direta, foca-se apenas nas desilusões e como elas podem afundar drasticamente a vida de quem as sofre.



O elenco é maravilhoso. Os nomes envolvidos são essenciais para o poder obtido pelo filme. Leonardo DiCaprio e Kate Winslet juntos novamente, agora como um casal com problemas conjugais, e a partir destes respectivos papéis os mesmos desenvolvem interpretações monumentais, dignas e esplêndidas. O ponto mais elevado do filme. Na parte coadjuvante temos nomes como Kathy Bates desempenhando um papel magnânimo ao lado do competente Michael Shannon na pele do insano John Givings, que por esse recebeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante.

Foi Apenas um Sonho, infelizmente, foi um tanto quando esquecido na premiação da academia, isso porque em seu ano algumas produções receberam mais atenção do que deveriam, e com isso, filmes como esse e outros acabaram (“Dúvida” é outro exemplo disso) por ficar em segundo plano perante premiações. Mas isso não diminui qualquer qualidade ou efeito que este filme proporciona, muito pelo contrário, só mostra o quão particular ele pode se tornar e, com a atenção certa ele (como tantos outros) pode ter o reconhecimento que tanto merece.

Nota: 8.0



6 comentários:

  1. Mais uma grande e bela obra de Sam Mendes. O desfecho é cruel e doloroso.

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  2. Final triste mesmo. Adoro o DiCaprio!

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  3. Charmoso, belo e irreverente. Como é dificil aceitar a realidade, não é?

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  4. O melhor de Sam Mendes, muito superior a Beleza americana.

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  5. Melhor que Beleza Americana? Perai, não vamos exagerar, Patrick, hehe.

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  6. Melhor que Beleza Americana? Perai, não vamos exagerar, Patrick, hehe.

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