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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Moulin Rouge - Amor em Vermelho (2001)

foto de Moulin Rouge - Amor em Vermelho

"Pobre é o amor que pode ser descrito."
(Willian Shakespeare)


Ah, o amor. Devemos considerar o quão sublime e enriquecedor pode ser este sentimento. Único e ao mesmo tempo popular. Vasto e o mesmo tempo particular. Essa temática já foi base de inspiração para incontáveis obras, seja em qualquer espaço, o amor serve como palco de apresentações. Pois bem, no cinema este sentimento faz presença desde muito. O filme a ser analisado é uma referência quase palpável deste, pois aqui ele garante lugar em meio a cores vibrantes e a sensualidade e exuberância de Paris.


O diretor australiano Baz Luhrman vinha de uma carreira irregular com seus trabalhos em Vem Dançar Comigo (1992) e na audaciosa adaptação do clássico de Willian Shakespeare, Romeu + Julieta (1996). Desde então seu estilo cinematográfico passava a emergir, tornando Luhrman conhecido por suas obras com cenografia exagerada e cores sempre ofuscantes. Talvez para provar de vez seu talento atrás das câmeras, o mesmo ergueu um êxito cinematográfico no início dos anos 2000. Uma produção inédita até então, Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001) foi musical ousado que deu uma revigorada a seu gênero no início da década passada, possuindo características próprias, e - como não podia deixar de ser - estética deslumbrante.

As façanhas que este filme conseguiu não foram poucas, passaram desde importantes premiações ao reconhecimento mundial. Mas cada êxito que Moulin Rouge alcançou foi por seus próprios méritos, isso porque o filme consegue ser completo em tudo que propõe e feliz em tudo que almeja. O musical conseguiu, além de resgatar seu gênero submersão, firmou-se como um clássico do cinema e carregou consigo uma legião de ávidos fãs.

foto de Moulin Rouge - Amor em Vermelho

A história se passa próxima a virada do século, onde Paris estava numa importante revolução cultural. Visando se tornar um grande escritor, o jovem Christian sai de sua casa em busca de outras projeções para sua vida, então ele vai parar na capital francesa, um lugar de experiências inéditas e que ajudará na sua inspiração como poeta romântico. Lá ele é acolhido por Toulouse e seu grupo de simpáticos boêmios. Para inspirarem seus trabalhos, eles centram suas noites no Moulin Rouge, um clube noturno onde se encontram os homens da sociedade parisiense. É La que Christian se apaixona por Satine, a mais bela e cobiçada cortesã do local.

Ao roteiro. Não temos maiores contrastes ou complexidades. Não. Geralmente, os musicais não necessitam de histórias muito profundas (filosoficamente falando) para mostrar a que vieram, em Moulin Rouge não é diferente, mas aqui temos uma história de amor indescritível, que de tão forte chega a fisgar o espectador a cada cena, e a cada momento. No quesito das coreografias este filme foge de seus padrões, pois não constrói danças articuladas a cada número musical (tem menos cenas coreografadas que um musical convencional), e as melhores músicas são ilustradas apenas pela fluidez das cenas e pela técnica maravilhosa.

Outro ápice de Moulin Rouge é sua belíssima (e ousada) trilha sonora. Novamente o filme cria sua própria característica e interpreta músicas já conhecidas no meio musical externo, ou seja, o filme não possui músicas próprias e sim, adaptações de sucessos já gravados, passando desde Madonna até Elton John, todas trabalhadas para climatizar-se a trama. Para isso foram feitas mixagens em várias músicas para que no filme tornassem melodias únicas. O resultado é lindíssimo, o filme possui uma trilha sonora arrebatadora.


Para interpretar o deleite auditivo foram escolhidos nomes competentes para a composição do elenco. Primeiramente, como nosso protagonista, temos Ewan McGregor numa atuação soberba como o ingênuo Christian, e para aderir a isso, o mesmo interpreta algumas das músicas mais lindas do filme, mostrando a beleza de sua voz. Completando o casal principal, está a lindíssima Nicole Kidman (Em sua primeira indicação ao Oscar) como Satine, e empresta a esta sua voz e seu carisma grandiosos. Aos coadjuvantes nomes de grande escala marcam presença, desde Jim Broadbentcimo o divertido dono da boate título, até Richard Roxburgh que faz o papel de antagonista, um vilão mais cômico que sério.


Todos os elementos estão a favor deste musical. Temos uma competente direção por parte de Baz Luhrman. Um elenco eficiente e afinado. Um visual arrebatador (Que junto com o primeiro capítulo de O Senhor dos Anéis, formam os mais bonitos de seu ano). E um aspecto musical de alta excelência, digno aplausos.

Finalizando, Moulin Rouge é um conjunto de elementos estilosos que formam um dos filmes mais apaixonantes já feitos. Uma obra prima delicada e cativante que remete seu público a uma linda história de amor ilustrada por um cenário primoroso. Uma produção grandiosa, que além de preencher nossos olhos, consegue ressoar e permanecer em nossos corações por muito tempo.


“Haja o que houver, eu amarei você, até o dia da minha morte.”
(Moulin Rouge)

Nota: 10.0



Um comentário:

  1. Um dos maiores musicais da história do cinema (só perde pra A Noviça Rebelde). Uma pena que algo semelhante jamais tenha sido feito novamente.

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