Antes de tudo é preciso ressaltar que o filme se passa entre os idos de 1920 e o final de 1930, época de grandes mudanças devido ao término da Primeira Guerra Mundial e o início da Segunda Guerra, mas, O Discurso do Rei não se passa na Alemanha, e sim na Inglaterra. O filme conta algo que não é muito ressaltado nessas histórias – a situação da nobreza inglesa frente a tal acontecimento que foi tão conturbado.
Albert, duque de York, assume o reino da Inglaterra depois de seu irmão, Edward VIII, abdicar (que havia assumido o trono depois da morte de seu pai, o Rei George V). Até aí, tudo bem, a sucessão de reinos é algo normal em estados monárquicos, mas Albert é gago (seu problema de fala é fruto de seu emocional – quando ele ficava nervoso era incapaz de dizer uma frase corretamente) e por isso, inapto de fazer um discurso para os seus súditos. Para se tratar disso, consulta vários fonoaudiólogos conceituados, mas, todos falham na missão.
Mas eis que a esposa de Albert, Elizabeth – sim, a Rainha – encontra um fonoaudiólogo que usa de métodos diferentes e nada ortodoxos. À medida que Lionel (o fonoaudiólogo) vai tratando Albert, uma relação de amizade vai surgindo e se tornando mais forte, apesar de todas as desavenças e diferenças entre eles – Albert tem uma espécie de preconceito e Lionel é mais abusado e trata seu paciente como se fosse uma pessoa normal.
Conforme a Inglaterra entra na Guerra, uma agitação vai tomando conta do povo inglês, e o novo rei precisa fazer um discurso para acalmar (ou o mais perto disso) a população. Mas para isso, o rei teria que discursar seguro de si mesmo para passar toda a segurança necessária e, é a partir daí que a amizade entre Albert e Lionel vai se aprofundando, os preconceitos são deixados de lado e o fonoaudiólogo se torna um dos “homens do rei”. Ele está presente em todas as situações que o rei precisa falar em público, porém não pense que não há quebras na amizade dos dois durante o filme, mas toda vez que isso acontecia, a necessidade do rei e o desejo de ajudar de Lionel falavam mais alto.
Assim como A Rainha (filme de 2006 dirigido por Stephen Frears), O Discurso do Rei mostra que a realeza inglesa não é tão estabilizada quando parece. Há muitos exemplos disso no filme, mas podemos citar o porquê da abdicação do Rei Edward VIII. Ele, antes de ser rei, vivia com uma mulher americana e divorciada, características inadmissíveis para uma mulher ser a rainha da Inglaterra. Há também uma brevíssima passagem no filme que nos faz pensar que Edward gasta demais.
Apesar de o filme ser um retrato fiel da nobreza inglesa e também fazer um estudo do personagem principal digno de aplausos, ele acaba passando por momentos importantes muito rapidamente, e conseqüentemente fica vago para o espectador. Como, por exemplo, quando Albert toma posse do reino, vemos ele ensaiando para conseguir falar durante a cerimônia, mas não é nos mostrado tal evento.
A atuação de Colin Firth é poderosa e as dos outros atores não deixam de ser magníficas, principalmente a de Helena Bonham Carter, que interpreta a Rainha Elizabeth, e a de Geoffrey Rush, que interpreta o fonoaudiólogo Lionel Logue. Destaco também as maravilhosas cenas produzidas pela linda fotografia, o posicionamento e movimento das câmeras e os diálogos bem construídos entre Albert e Lionel. Além disso, tenho que dizer que O Discurso do Rei me deixou feliz de um jeito diferente, e isso foi uma coisa boa de um filme que eu gostei bastante.
Nota: 9,0
eu baixei outro dia, mas vou preferir ver no cinema.
ResponderExcluirboa crítica
Também irei ver no cinema.
ResponderExcluirMuito bons, comentário e filme.
ResponderExcluirNada de baixar,credo! O negócio é ver esse filme no cinema. Tem jeitão de Oscar e elenco nota 10!
ResponderExcluirhttp://acervodocinema.blogspot.com
É, eu assisti esse filme no computador e perdi um pouco da belíssima fotografia (sabe, filmes online não são muito bons), quando chegar nos cinemas pretendo ver de novo.
ResponderExcluirObg pelos elogios sobre o comentário :D