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domingo, 30 de janeiro de 2011

O Fim da Escuridão (2010)



Baseado em uma série de TV britânica, em meados dos anos 80, O Fim da Escuridão marca o retorno de Mel Gibson às telonas após um longo período exercendo apenas sua função de diretor (seu último trabalho como ator havia sido Sinais, de M. Night Shyamalan). Além de trazer Gibson ao gênero que o consagrou, o longa ainda reúne os melhores ingredientes de um bom filme investigativo (apesar de uma ou outra derrapada). Mas quem procura uma grande ação desenfreada, ao melhor estilo “dissimulado” de Hollywood, irá se decepcionar.

Na trama, Gibson é Thomas, um detetive policial que reencontra sua querida filha. O que ele não esperava é que o tempo em que os dois estariam juntos seria interrompido pelo terrível assassinato da filha, o que só poderia causar forte sentimento de raiva e um conseqüente desejo de vingança por parte do pai. E isso vai auxiliar o agora rancoroso detetive a descobrir o que tem por trás desse misterioso assassinato.

Optando por deixar a movimentação de lado e se concentrar no desenrolamento da trama, o filme tem tudo para agradar os admiradores de um cinema pensante e racional, já que o longa se preocupa mais em deixar tudo claro ao espectador, mas sem soar didático demais. O resultado é que muitos podem achá-lo desinteressante, pois pouca coisa acontece, devido ao desenvolvimento lendo (e cuidadoso) do roteiro de William Monahan e Andrew Bovell.


Gibson, no auge de seus 54 anos, ainda apresenta uma grande vivacidade como ator. Com seu olhar extremamente penetrante e intimidador, Gibson é o principal motivo pelo qual conseguimos nos envolver com seu personagem, uma vez que a trama, de tão batida que é, pode desinteressar aqueles que procuram algo novo. Mas o filme faz o que pode com o que tem, e é extremamente feliz neste aspecto, pois reúne todos os ingredientes e clichês de um filme do gênero e os utiliza ao seu favor. Uma pena que os coadjuvantes tenham sido tão pouco aproveitados, como Danny Huston, cujo personagem não passa de um mero estereótipo do vilão sem escrúpulos, e Ray Winstone, que merecia mais tempo em cena.

O filme ainda chama a atenção pelos quesitos técnicos, como a fotografia escura de Phil Meheux, que deixa o filme com um clima mais intrigante. Além disso, a trilha sonora do sempre eficiente Howard Shore, apesar de pouco presente, consegue deixar tudo ainda mais emocionante, especialmente nas poucas, mas muito bem orquestradas cenas de ação. Mas o maior mérito técnico vai para o trabalho de edição de Stuart Baird, que dá ao filme o ritmo certo sem deixá-lo cansativo ou enfadonho (para aqueles que possuem paciência de ver uma história bem contada, é claro).

E não posso deixar de comentar o desfecho da trama, que possui uma grande dubiedade: enquanto que é previsível ao extremo (na última meia hora, é possível adivinhar o tragic end do filme), surpreende pela sensibilidade com que é feito sendo até mesmo capaz de levar os mais sensíveis às lágrimas. Mérito do diretor Martin Campbell (do ótimo 007 – Cassino Royale), que soube aproveitar o material que tinha em mãos e fez o possível para deixar tudo na medida certa.


O Fim da Escuridão não é um filme marcante, não gera nenhum tipo de debate após seu término, mas é inegavelmente um suspense empolgante, que prende a atenção do começo ao fim. E que venha mais Mel Gibson!

Nota: 7.0

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