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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007)


É indiscutível a capacidade de Tim Burton de mesclar elementos fantásticos e integrá-los em um só tempo estimado de duração, sem perder o ritmo, e em grande parte sem decepcionar os ávidos apreciadores do seu trabalho. A obscuridade e os temas góticos sempre foram marca registrada em seu trabalho, e é o que o difere dos demais. Narrativas sempre excitantes e histórias fantasiosas estão presentes em todas as suas tramas. O filme em questão não é diferente disso, Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet é um espetáculo audiovisual de criatividade apurada e doses exatas de humor negro.

Ao musical. A estória de Sweeney Todd o barbeiro canibal de Londres é famosa não é só em seu lugar de origem, como também virou uma lenda bastante citada em toda a Europa e conhecida no mundo. Nisso, várias adaptações sobre, ocorreram ao longo do tempo, alterando mediante a ótica que tinham sobre a estória. Eis que surge Stephen Soundheim com uma adaptação peculiar, trata-se de um famoso musical da Broadway, aclamado e muito bem visto. Foi então que baseado e inspirado nessa premissa do trabalho de Soundheim, Tim Burton exibiu as telas sua adaptação, com as mesmas características que marcam seu trabalho.

O filme conta a história de Benjamim Barker, um barbeiro que é mandado injustamente para a prisão pelo inescrupuloso juiz Turpin, pois o mesmo deseja sua bela esposa, Lucy. Então, após 15 anos recluso ao sofrimento, Barker retorna a Londres, onde encontra a Sra. Lovett, a dona de uma decaída loja de tortas, que lhe conta o trágico destino de sua mulher e o sofrimento de sua filha, Joanna, agora vivendo aos cuidados do malvado juiz. Barker decide, no anonimato usando o pseudônimo Sweeney Todd, realizar sua vingança contra o juiz, e para isso conta com a ajuda da Sra. Lovett.

foto de Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Espetacular, seria a melhor palavra para designar esse trabalho. Atualmente, poucos diretores conseguem transformar uma mistura de elementos cinematográficos e retocá-los com características próprias e fazer disso um resultado extremamente positivo. É isso que podemos ressaltar sobre o cinema de Tim Burton, mágico, original, criativo e ímpar. Sweeney Todd é uma ode de cenas deslumbrantes, lindas, e de inteira criatividade.

Como musical, o filme se sai muito bem, as músicas interpretadas pelo elenco são muito bonitas, e quem diria, as vozes as quais as musicas se submetem são verdadeiramente muito boas, dignas deste grande musical. Seus padrões para o gênero que assume são contidos, não há danças ou coreografias exuberantes, sua personalidade é um pouco mais introvertida, até porque trata-se de um filme sombrio, onde imperam influências líricas e góticas.

Apesar de qualquer aspecto obscuro do filme, em nenhum momento o filme se entrega a monotonia ou a chatice, pelo contrário, tem um ritmo ágil, sempre a coloração monocromática e fazendo contraste, os intensos vermelhos rubi. A direção de arte, primorosa por sinal, realiza um contraste entre imagens e cenas que saltam os olhos. Como exemplo, temos a formação de belíssimas cenas quando o tom cinzento mescla com o sangue, vermelho vivo, dando beleza a algo aparentemente desagradável. Isso também foi destaque em um trabalho anterior do diretor, A Noiva Cadáver, no qual o mundo dos mortos era mais vivo, bonito e divertido que o próprio mundo dos vivos.

As atuações são fabulosas. Johnny Depp entrega um personagem dimensional, de sentimentos verdadeiros, mas que se desintegra aos poucos pelo seu inesgotável instinto de vingança, e seu ódio inabalável, uma mais que merecida indicação ao Oscar. Helena Bonham Carter constrói uma personagem desequilibrada, porém divertida e carismática, numa atuação competente e eficaz. De resto, o elenco coadjuvante se sai muito bem, com destaques para Alan Rickman e seu personagem, um tanto estereotipado é verdade, o juiz Turpin e também, Sacha Baron Cohen como o divertido barbeiro fajuto Adolfo Pirelli. A direção de Tim Burton é fantástica, como todo o resto. Atrás da câmera o mesmo mantém uma qualidade significativa a cada trabalho feito.

Mais que um mero produto de diversão, Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet é um perfeito exemplo do quão grande pode ser o espetáculo audiovisual que o cinema nos proporciona.

Nota: 9.0

Um comentário:

  1. Um dos grandes filmes de Tim Burton, mas que pecou feio no final, ruim pacas.

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