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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Iluminado (1980)


Medo. Existem vários significados e designações para este sentimento, cada ser tem uma ótica e perspectiva diferente para tal. Na vida, nas artes, no cinema. Cada qual com sua distinção e interpretação sobre esta sensação, múltiplos conceitos, partindo de uma única base.

Bem, Kubrick criou sua teoria, esta, resultada de uma adaptação cinematográfica as páginas da obra literária original de Stephen King. O Iluminado criou um novo prisma do horror, uma fuga ousada e bem sucedida aos padrões do gênero, dando ao público e ao cinema uma nova perspectiva de um verdadeiro filme de terror.

Durante seu lançamento, em meados de 1980, esta leitura cinematográfica não foi bem vista perante público e crítica, sendo inclusive repudiada pelo próprio autor do livro original. Sendo assim, fãs e admiradores do trabalho de Stanley Kubrick apontaram (e apontam) este como seu pior filme.

Seja como for, O Iluminado é, e será sempre um mito do horror. Um filme que faz juz ao gênero que participa, por sua inteligência e sua maneira distinta e competente de assustar seus espectadores. Sem apelos. Só com o mais puro e fino horror que angustia e enlouquece o público.

A fita ambienta sua história no imponente hotel Overlook, no Colorado. Jack Torrance consegue um emprego neste como zelador, e muda-se para lá com sua família. Inicia-se o inverno, e devido a este se dá uma baixa temporada de hospedagens e o hotel entra em isolamento. Em meio a um enorme e claustrofóbico cenário, Jack começa a ser atormentado por estranhas visões. Então, coisas terríveis passam a acontecer dentro do misterioso lugar.


A partir de uma belíssima adaptação a obra de King, Kubrick construiu (assim como seus outros filmes) um marco na história do cinema. O Iluminado abraça o medo e mescla-o com a arte, isso porque, a agonia e o pavor se moldam num cenário visualmente provocativo e deslumbrante. Cada detalhe foi montado a partir do perfeccionismo latente de seu diretor, porém o resultado foi bastante compensativo. O Iluminado é assustadoramente lindo e cenograficamente enlouquecedor.

As performances no filme tornaram-se famosas no meio cinematográfico. Jack Nicholson e seu esquizofrênico Jack Torrance profetizaram frases e cenas marcantes, tal como sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e seu filho Danny. O filme tornou-se mundialmente conhecido por suas interpretações, essas, aderiram ainda mais ao brilho e, eventualmente, ao horror do filme.

Embora se classifique no gênero terror, não é aconselhável assisti-lo esperando sustos gratuitos ou previsíveis. Não. Kubrick exige do espectador sentidos atentos para o que ele ousou repassar em sua obra. Não é o medo em sentido objetivo, mas sim em sua forma mais macabra, obscura e latente.

O Iluminado mesmo com todas as restrições que sofreu, hoje, figura no Olimpo dos grandes nomes do gênero. Uma ode de sensações que resultou em uma das produções mais implacáveis e climáticas da história geral do cinema. Uma obra prima que desafia os sentidos e acaricia os olhos de seu público com imagens belíssimas e aterrorizantes. É a arte. O medo. É tudo em seu molde mais perfeito, orgânico e original.

Nota: 10.0

2 comentários:

  1. De fato, uma obra-prima do terror. O clima do filme é um dos mais angustiantes e tensos que já senti.

    Uma pena que Kubrick tenha cortado taaaaanto do livro.

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  2. The light dove of the passions that come from inside. You're comming to play in my yard.
    In your horse without shirt wind in the air.
    And the sun drying our clothes in the yard.
    You come, you come...I already hear your SIGNS.

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