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sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Rede Social (2010)



“Isso é o que nossa geração quer.
Tudo está aqui.” (Sean Parker, The Social Network)

A Rede Social compacta toda a atual geração juvenil em 121 minutos de projeção, em um filme que pode funcionar tanto como um documentário voltado a umas das mentes mais brilhantes apresentadas neste milênio, quanto um exame moderno a mente e a vivência – social e virtual - da juventude moderna, representada por personalidades reais e situações totalmente verossímeis. Creio que todos os espectadores de faixa etária jovem desta projeção, puderam identificar um pouco de si durante o percurso tomado pelo filme, seja com os hábitos juvenis mostrados pelas figuras do filme, ou simplesmente por manterem uma conta perfil numa das maiores redes sociais do mundo, e saber a história por trás desta.

David Fincher acerta não só por construir um filme biográfico sobre uma personalidade atual, mas também por fazer de seu A Rede Social um diálogo direto com cada um dos jovens membros do contemporâneo, fazendo com que seu filme represente não apenas o nome do cinema, mas de toda a juventude moderna. Este é o principal feito de Fincher, constituir um elo verdadeiro e honesto com cada um dos membros desta rede, e por fim concretizar a representação do jovem para (através da imagem de Zuckerberg) a sociedade atual.

A história do filme consiste em narrar à biografia de Mark Zuckerberg, que através de uma idéia brilhante conseguiu construir uma das maiores realizações da década passada: O Facebook. O roteiro é baseado no livro The Accidental Billionaires, escrito por Ben Mezrich que relatava a verídica história do criador da famosa rede social, Facebook, em uma abordagem sobre seus relacionamentos, e como sua criação afetou em sua vida pessoal, social e virtual. Fincher extrai todo o poder da história de Zuckerberg, e narra-a com destreza, através de uma linguagem arrojada que conecta ainda mais o público a qual seu filme é destinado.

A Rede Social monta uma conexão eficaz entre o drama e a comédia (ambos apresentados por seus personagens centrais), Fincher liberta um pouco do confronto entre Zuckerberg e Eduardo (que durante isso, apresentam alguns fatos que iram compor a narrativa), num embate que além de decidir as ações do Facebook, irá culminar no destino de cada um deles. A narrativa não-linear modela todos os fragmentos da história, não apenas da construção do site, mas no que isso implicou para a vida de Zuckerberg, e daquele que era, por fim, seu único amigo. É preciso ressaltar que não há vilões. Não há mocinhos. Há apenas a imagem do jovem atual tentando ser aceito e bem visto em seu próprio meio.


Para repassar uma história totalmente contemporânea eram necessários elementos igualmente atuais, portanto Fincher escala um jovem elenco, que desempenha um glorioso e digno trabalho a produção, bem como a estrutura narrativa pura e descolada, a qual enfatiza perfeitamente o período em que é situada, transmitindo ao público uma interação ainda maior que os padrões do que seria uma cinebiografia “comum”. Jesse Eisenberg conduz seu personagem com maestria e torna justa sua indicação ao Oscar; Zuckerberg é um sujeito de personalidade imprevisível, arrogante, mas acima de tudo genial, dotado de uma intelectualidade fascinante; durante apenas uma noite de 2003, ele constrói em seu dormitório na Universidade de Harvard – após o término de seu namoro -, o primeiro pilar do que viria a tornar-se algo muito, muito maior.

Quando o TheFacebook é construído de vez, percebemos que o que era apenas o resultado de uma noite de bebedeira pelo fim de um relacionamento, ganhou dimensões inimagináveis, que elevariam o Status do meio digital atual a um nível incrivelmente superior. Fincher guia sua produção de maneira objetiva, sem pregar maneirismos, apenas mantendo uma direção sofisticada e irreprochável. A narrativa fria - seja ou não proposital - atinge na conexão que o filme mantém com seu espectador, mesmo que seja uma mensagem honesta aos jovens internautas, A Rede Social constrói um desprendimento como público a qual repassa sua essência, e mesmo que com suas virtudes emergindo sobre, essa pequena falha eclipsa – nem que ligeiramente - a intensidade da mensagem moderna que a produção transmite.

Através de suas virtudes palpáveis e de sua suma relevância para o círculo cinematográfico, A Rede Social construiu-se como uma das obras mais importantes, a representar os jovens, deste novo milênio. Montando através da biografia de uma das mentes mais geniais que se tem conhecimento atualmente, uma análise consistente sobre uma geração decisiva ao futuro da sociedade e afins, exibindo-a através da internet, o meio de comunicação mais utilizado atualmente, e o maior - e mais definitivo - símbolo representativo de toda a juventude moderna.

Nota: 8.5


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