Round 1 –
Clint Eastwood (mais uma vez) convida seu público para uma jornada de forte carga dramática, onde o espectador deve deixar não apenas os olhos abertos, mas os sentidos, para que desta maneira este possa assimilar todo que lhe é repassado não só como um receptor, mas como um cúmplice de todos os eventos. Mesmo tratando-se de composições diferentes, os premiados Sobre Meninos e Lobos e Menina de Ouro balanceiam juntos um teor dramático intenso, estes responsáveis por criar com seu público uma corrente emocional forte, e constituir através de trajetórias diferentes, um único foco: O ser humano.
É louvável um cineasta repetir seu talento em seqüência, adaptando seu talento sempre a melhoras e sua carreira a um mais considerável amadurecimento. Por estes e outros grandes feitos em sua estrada perante o cinema, Clint Eastwood figura seu nome na hall das grandes personalidades de Hollywood, provando que mais que seu dom não limita-se apenas ao campo de atuações, mas sim afirma-se verdadeiramente atrás de uma câmera. Menina de Ouro é a prova dos nove que Eastwood é um cineasta de grande personalidade e que sabe conduzir com maestria uma bela história, sem para isso utilizar recursos ou táticas vencidas.
Round 2 –
Mais que um filme “de luta”, Menina de Ouro é um filme sobre a luta. Não apenas centrada em um ring, mas a luta de seres humanos em busca do reconhecimento, para que dessa maneira tenha ciência de sua importância no mundo. Eastwood usou como cenário o universo do esporte, mirando na trajetória de Maggie (Hilary Swank), uma jovem guerreira que põe seus sonhos acima de tudo, lutando - literalmente - com todas as forças para alcançá-lo. Durante sua jornada ela é auxiliada por Frank (Clint Eastwood), um treinador de boxe, um homem amargurado por seu passado, que encontra em seu companheirismo com ela uma forma de eclipsar os erros que um dia cometeu.
Dadas as honras, Eastwood encaminha seu filme a uma estrada onde todos os personagens buscaram com garra e perseverança um ápice de seus almejos, para que preencham sua vida, fazendo-a mais digna e qualificada. O roteiro de Paul Haggis, imprime ao filme uma habilidade maior de emocionar o público, não pelo desfecho de seus eventos, mas por todo o longo e difícil processo de preparação de seus personagens, onde ao longo do desenvolvimento das cenas eles vão aprimorando-se a cada passo dado e a cada objetivo concluído.
Através destes rumos tomados pelo filme, somos apresentados a personagens tridimensionais que conferem ao filme uma profundidade ainda maior. Primeiramente temos o personagem Frank, o qual o próprio diretor interpreta em seu filme, que projeta sua dor em cena com suas falhas passadas, mas mantém-se isento a impressões, escondendo seus sentimentos através de uma armadura. Visivelmente é um estereótipo conhecido, entretanto, Eastwood trabalha em seu personagem com tanto esmero que ao desfecho de tudo percebemos que Frank ultrapassou suas limitações, e tornou-se, verdadeiramente, um personagem profundo. Mas, o maior destaque em toda a produção deve-se a Hilary Swank (vencedora do Oscar de melhor atriz) na moldagem de sua personagem, uma jovem perseverante, honesta e obstinada as suas ambições, para isso une-se ao esporte, como uma passagem para angariar para o topo, que é onde sempre sonhou estar. Maggie é uma amostra da realidade de todas as pessoas que batalham para conquistar suas metas. Eastwood, Haggis e, especialmente, Swank, concluíram nela mais que um mero personagem de uma ficção, um espelho do ser humano.
Round 3 –
Clint Eastwood acerta em seu alvo e constrói seguidamente, uma obra magnética de altíssimo nível, onde o mundo pugilista ilustra uma dramática e emocionante trajetória de duas pessoas, nos estados mais internos do corpo e da mente. Menina de Ouro é um retrato verossímil sobre seres humanos, passando por suas falhas ao seu amadurecimento, numa autentica busca pela esperança, pelo reconhecimento e, sobretudo, uma busca pelo melhor.
Nota: 9.0
Gosto mto desse filme, mesmo tendo uma carga dramática intensa. Interessante vc tocar sobre o significado dubio que tem o tema de "luta" no filme, afinal, aparentemente centrado no boxe, ele reflete a propria luta pessoal de Maggie, que apesar daquele final, pode-se considerar vitoriosa.
ResponderExcluirJá te linkei no blogroll do le matinée!
Abs!
Obra-prima do Eastwood.
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