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quinta-feira, 10 de março de 2011

Caça às Bruxas (2011)


Nos últimos anos, ver um filme estrelado por Nicolas Cage é sempre um motivo de desconfiança. O ator, que na década de 90, foi um dos grandes nomes de Hollywood (e filmes como Despedida em Las Vegas e Cidade dos Anjos comprovam isso), de uns tempos pra cá, tem demonstrado uma certa tendência em estrelar projetos de qualidades extremamente duvidosas. Salvo algumas exceções, como o inteligentissimo O Senhor das Armas e os recentes Kick-ass – Quebrando Tudo e o alucinógeno Vicio Frenético, o ator vem estrelando projetos extremamentes caricatos e, quase sempre, fracassos de critica de público. E os titulos são muitos: Motoqueiro Fantasma O Sacrificio, Perigo em Bangkok, O Vidente, entre outros filmes que pouco têm agradado ao público que, um dia, já foi admirador do ator.

Caça às Bruxas é um filme à parte nesta fase da carreira de cage. Digo “à parte” pois o filme, em nenhum momento, se encaixa no meio de seus projetos ruins, mas tão pouco está entre os filmes bons. Quem assistir o filme e quiser levá-lo a sério, ótimo, já terá em sua lista um dos piores filmes do ano. Mas para aqueles que desejam apenas ir ao cinema ver um filme barulhento com os amigos, jogando pipoca uns nos outros (não façam isso, crianças), podem até sair satisfeitos da sessão.

Dirigido por Dominic Sena (diretor com quem Cage já trabalhou naquela cópia mal feita de Velozes e Furiosos chamada 60 Segundos), o filme conta a história de dois amigos que seguem lutando juntos em Cruzadas, acreditando que estão cumprindo a tarefa de Deus. Após ver seu próprio exército assassinar friamente mulheres e crianças, os dois amigos resolvem desistir das batalhas, partindo e encontrando, logo em seguida, a Peste Negra, que está causando a morte de milhares de pessoas de uma cidade. E, segundo a Igreja, a Peste está sendo causada por uma bruxa. Reconhecidos como os guerreiros das cruzadas, os amigos recebem a oferta de transportar a bruxa, que está presa em um calabouço, até um monastério, onde seus poderes serão destruidos, livrando todos da peste.
Até aqui, nada de novo, e no restante do filme, nada também. Muito do decorrer do filme se torna bastante previsivel para o espectador, desde as situações que os personagens enfrentam durante sua jornada, até as reviravoltas, chegando ao insosso desfecho.

Mas Caça às Bruxas apresenta algumas boas ressalvas durante seu andamento. Os minutos iniciais, por exemplo, exalam um clima de tensão e curiosidade interessante, assim como alguns outros momentos (a ponte, e todo o ato final no monastério), que se mostram suficientemente divertidos para manter a atenção, mesmo que tudo ali seja facilmente decifrável.

Uma pena que o filme não passe disso: de alguns bons momentos. A premissa, por si só interessante, poderia ter resultado em algo mais satisfatório, caso não fosse o péssimo tratamento do roteiro com a história e os personagens. Claro, em um filme como esse, exigir algo inteligente seria querer falar mal do filme de propósito, mas não seria pedir demais que os personagens fossem melhor trabalhados, que fosse criado, no minimo, algum conflito entre eles, para gerar a empatia do espectador, e fazer com que nos importemos com as figuras na tela. Infelizmente, não é o que acontece.
E Nicolas Cage, mais uma vez, só faz piorar a situação. Completamente inexpressivo e sem carisma, é simplesmente deprimente ficar olhando as tentativas frustradas do ator em passar alguma emoção por meio de expressões que cutucam o risivel. O resto do elenco segue pelo mesmo caminho, com exceção de Claire Foy, que interpreta a bruxa do filme com um tom sombrio muito interessante, capaz de hipnotizar quem olhar em seus olhos.

Caça às Bruxas é sim, uma decepção, mas uma decepção mais que esperada, já que Nicolas Cage nos deu motivos suficientes para pensar isto. E ao final, o filme se torna apenas mais um dos projetos que continuam comprometendo ainda mais (se é que isso é possivel) a carreira de Cage.

Nota: 5.0

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