Romeu e Julieta, peça clássica de William Shakeaspeare, não apenas já ganhou o mundo com sua história que une romance e tragédia, como também já ganhou visões diferenciadas em diversos veiculos comunicativos. No cinema, por exemplo, a (possivelmente) versão mais famosa da obra seja Romeu + Julieta, onde o diretor Baz Luhrmann modernizou a obra, inserindo diálogos e uma narrativa mais atual, por assim dizer.
Gnomeu e Julieta chega para satirizar o conto de Shakeaspeare, desta vez em forma de animação e, claro, sendo um filme para crianças, toma diversas liberdades criativas (como já pode ser atestado no titulo). E no mar de animações sem graça e de mal gosto lançadas nos últimos anos, o filme se destaca por conseguir realizar um trabalho decente, com um humor digno, ainda que não vá mais além de suas pretensões, e apresente um certo empecilho em se comunicar com o público mais velho (leia-se: pais).
Na verdade, o filme pouco apresenta de original. Aproveitando algo que já foi visto em Toy Story (bonecos que ganham vida quando os donos não estão por perto), o filme conta a história dos gnomos azuis (que pertencem ao Sr. Capuleto) e gnomos vermelhos (que pertencem à Sra. Montéquio), que vivem em uma constante rivalidade, assim como seus donos, que vivem jogando ofensas um contra o outro. Em meio a esse cenário nada amigável, Gnomeu (um gnomo azul) se aventura decide se aventurar em território inimigo, e acaba conhecendo Julieta (obviamente, uma gnomo vermelha), e como esperado, os dois se apaixonam. Com a ajuda de um flamingo Featherstone e da rã Ama, os dois terão que lutar contra a rivalidade de suas familias para permanecerem juntos.
Como já dito, o filme não vai além de suas pretensões, na verdade, pouco oferece alguma. Entrega o que já é esperado de uma animação convenciona: visual bastante colorido e algumas sequencias de ação que farão a alegria dos pequenos, mas claro, nunca chegando perto do que a Pixar, por exemplo, consegue fazer neste sentido.
Isso já denuncia a produção modesta do filme, que mesmo contando com poucos recursos, digamos, mais “modernos”, faz o possivel para realizar um bom trabalho, e entregar algo de qualidade. O 3D pouco acrescenta ao filme, e serve mais como uma distração para os pequenos (e interesse aos pais, que dificilmente se divertirão com o que se passa na tela) do que um artificio realmente necessário.
O roteiro, infelizmente, pouco ajuda. Além de não oferecer praticamente nenhum atrativo aos adultos (além do uso do 3D), o roteiro se acorvada terrivelmente nos minutos finais, encontrando soluções forçadas para alguns personagens. Sei que uma animação é voltada, especificamente aos pequenos, mas o roteiro perdeu a chance de mostrar uma lição válida aos pequenos. Os maiores exemplos disso são o flamingo Featherston e o brucutu Teobaldo, que não fosse a já comentada covardia do roteiro, teria destinos diferenciadas de uma animação do tipo, e despertaria sentimentos novos, diferentes aos pequenos, mas infelizmente, o filme faz questão de encontrar um final completamente feliz, o que acaba enfraquecendo a obra num todo.
Antes de terminar, um rápido destaque para a trilha sonora composta por James Newton Howard e Elton John, que são responsáveis por animar a fita e dar aquele clima alegre ideal. A canção ouvida ao final do filme (a qual não recordo o nome agora), é bonita e contagiante, e em meu ver, possui grandes chances de ser indicada ao Oscar no ano que vem
Ainda com algumas boas sacadas (como o engraçado prológo, onde a fita reconhece seu estilo clichê, e a divertidissima participação de Shakeaspeare como estátua), Gnomeu e Julieta faz o dever de casa, divertindo e entretendo os pequenos, mas que com certeza, irá levar o público mais velho ao tédio. Apesar disso, está acima da média da maioria das animações vistas por ai.
Nota: 6.0
Inicialmente não coloquei muita fé nessa animação, mas, lendo algumas críticas, passei a ter vontade de ver. Essas sacadas com muita metalinguagem me agradam bastante.
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