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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Avatar (2009)


“Quem vê cara não vê coração” é um provérbio que facilmente pode ser aplicado ao caso que este filme de James Cameron se encontra. Isso porque, muito se esperava da obra que fora engavetada por anos, esperando os recursos gráficos evoluírem para poder assim mostrar-se ao mundo como um grande filme. James Cameron retorna, após ter providenciado a obra mais colossal da década de 1990, com uma megalomania semelhante a Titanic, porém a grandeza do filme de 1997 serviu para encantar o público com um espetáculo realmente estupendo, em que sua beleza não era simplesmente vaga ou oca. O caso é que, como Avatar foi uma produção que muito prometeu, o resultado foi excessivamente abaixo do que a obra pode alcançar. Seja por sua nítida pretensão ou simplesmente pelo fato de que o material do filme sempre esteve atrás do que planejavam para ele.

Que fique claro, Avatar é um filme tecnicamente lindíssimo, sua estética salta os olhos e garante um forte impacto visual, porém isso é realmente muito pouco para um filme tão megalomaníaco quanto. Cameron escreveu um roteiro simplório, com uma mensagem miúda e o deixou embalado por anos e anos, esperando um avanço visual que tornassem aquela pequena semente em algo muito maior e mais frutífero. A trama de passa no futuro, quando um grupo de seres humanos saí da Terra afim de explorar as riquezas do misterioso Planeta Pandora, habitando por uma raça misteriosa, de costumes e culturas até então enigmáticas. Avatar nasceu assim. Com uma história sem muita criatividade, esperando ser embalado por um papel lustroso e colorido que, mesmo sem saber o conteúdo que aguardava, atraiu o público por sua capa chamativa.

Por detrás de muitos efeitos especiais e uma estética invejável, Avatar tenta convencer o público com sua história, que carrega consigo uma mensagem pró-natureza e em defesa da ecologia. Este conteúdo biológico até seria interessante, caso fosse mais bem lapidado e desenvolvido, pois o que deveria proporcionar uma reflexão quanto ao próprio sistema biológico da Terra, perde sua vez para dar lugar a cenas de ação vazias que existem somente por duas razões, 1) providenciar o entretenimento a todo o público (afinal, estamos falando de um filme para as massas); e 2) servir como palco para os exibicionismos técnicos, sendo assim para mostrar do que os efeitos gráficos do filme são capazes de realizar. Infelizmente, essas duas causas citadas acima servem para etiquetar quase todas as cenas do filme, uma vez que o texto que guia sua trama é pequeno demais para sustentar quase três horas de projeção nas costas, portanto é apoiado pela gráfica que mantém o grande público hipnotizado enquanto se passam os minutos de duração.


Mas claro, nem só de falhas vive Avatar, o filme possui o mérito de se estabelecer, mesmo com seus equívocos, como um entretenimento viável para todos; um divertimento daqueles que da mesma forma que chega quando sues créditos se iniciam, vai embora quando a duração se encerra, sem ser memorável ou tampouco inesquecível. Sua estética, com já supracitado, causa um deslumbre visual logo a princípio, e serve para maquiar, nem que ligeiramente, os furos do texto de Cameron, sendo assim, parcialmente, a realização de Avatar fora concluída, já que ele foi vendido pelo chamariz que sua capa causava, e é essa virtude que o filme tem de melhor.

Como já podia contar com o cenário ideal para encenar sua história, Cameron pouco se preocupou em ajustar seu roteiro danificado, agora com a estética que tinha em mãos, os clichês, os personagens vazios e a trama previsível pouco importavam. Então, o que aconteceu foi que todas as previsões estavam corretas, Avatar, mesmo com sua trama planificada e carecida de qualquer originalidade, tornou-se a maior bilheteria da História do cinema, atingindo números maiores que os conquistados por Titanic, que perdeu seu lugar em primeiro no pódio, dando vez a seu “irmão mais novo” para assumir-se como o maior fenômeno em bilheterias já calculado.

Por fim, Avatar encerra seu êxito financeiro com o lugar que estabeleceu durante seu lançamento, a pequena semente que Cameron havia guardado, cresceu e frutificou-se, rendendo um sucesso comercial incalculável, e elogios extraídos do público e crítica. A empreitada de Cameron foi gloriosa, pois Avatar sobreviveu mesmo com seu roteiro deficiente e sua trama planificada, atraindo o público somente pela beleza de seu visual dotado da atrativa técnica tridimensional; sendo assim, o que temos aqui é uma obra que possui sua imagem luminosa se vista de longe, mas quando analisada a fundo, vemos não passa de uma bela duma enganação. Afinal, nem tudo que reluz é ouro.

Nota: 6.0


5 comentários:

  1. Desse filme, só os efeitos se sobressaíram mesmo. Incríveis, mas eles só recheavam cenas vazias. Sem tudo isso, Avatar passaria tão despercebido...
    Abraços

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  2. Avatar é um marco na história do cinema pela inovação e qualidade tecnológica visual e sonora. Mas o roteiro e as atuações são bem fracas mesmo.

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  3. Achei que fosse o único que não achou Avatar tão bom quanto alguns disseram. Esperava muuuuuuuuuuito mais.

    Abraços

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  4. O argumento de facto é muito simples, não é substancialmente rico, mas é um filme muito apelativo visualmente. Está um verdadeiro espectáculo, fui ver este filme ao cinema e fiquei deslumbrada.

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.com

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  5. Putz, será que sou o único por aqui que amou Avatar?

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