Garota Fantástica (2009)

Primeira investida da atriz Drew Barrymore (Amor à Distância) no ramo de direção, Garota Fantástica é um programa surpreendetemente divertido e despretensioso, que apesar de não chamar a atenção de primeira vista, se mostra interessantissimo ao abordar um dos esportes menos conhecidos do mundo, o “roller derby”.

Dando ao filme um agradável ar de curtição, de entretenimento, Barrymore demonstra segurança na condução do filme, envolvendo o espectador em uma história de ritmo ágil, especialmente pelas cenas de competição do “roller Derby”. São cenas empolgantes e bem feitas, que escondem a cara de produção indepedente do filme.

Só que os mais atentos perceberão que, apesar deste esporte se fazer bastante presente no filme, ele não passa de um pano de fundo para realizar um estudo sobre o amadurecimento de uma adolescente. Sufocada pela mãe, que a obriga a participar de concursos de beleza e afins, a garota busca, por meio do esporte, conseguir viver sua própria vida, caminhar com suas próprias pernas, o que a leva a mentir para a mãe, apenas para conseguir sua “liberdade”. Fascinada por música Indie e outros tipos de aventuras, o contraste entre mãe e filha é muito bem mostrado (e que rende uma bonita cena na cozinha entre as duas), apoiado pelas ótimas presenças de Marcia Gay Harden e Ellen Page.

E já que começamos a falar em Page, a menina que despontou no cinema com MeninaMá.com e algum tempo depois foi indicada ao Oscar por Juno, vem mostrando o porque de ser uma das atrizes mais promissoras da geração atual. A segurança da atriz em sua interpretação é visível, e sua química com toda a sua equipe de “roller derby” funciona muito bem, um dos principais motivos para torcermos e vibrarmos com a paixão das meninas por esse esporte. Destaque também para as presenças de Juliette Lewis, Zoe Bell e da própria diretora, que contracena alguns dos momentos mais divertidos da obra.

Realizando um agradável e divertido estudo sobre a passagem da adolescência para a fase adulta,Garota Fantástica é uma agradável surpresa, não apenas por comprovar o talento de Ellen Page, mas por mostrar que Drew Barrymore, se não tinha grandes chances como atriz, pode seguir um caminho completamente diferente como diretora. Muito bom.

Nota: 7.0