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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Homens em Fúria (2010)


A Religião, por si só, considera divino algo que nos eleva para o bem estar, para a realização de atos com a plena consciência de estar cumprindo algo positivo para a Humanidade. Ela cria noções de certo e errado que podem ou não ser seguidas, mas, de modo algum, podem ser ignoradas por aqueles que vivem em uma sociedade regida pelos ditames do Divino.

No longa Homens em Fúria (Stone, 2010) - numa tradução que, infelizmente, mantém o longa no terreno dos clichês - a religião torna-se um dos pontos de maiores discussão através do seguinte enredo: Jack Mabry (Robert De Niro) segue cansado de anos e anos de trabalho no departamento de liberação de condicionais. Perto de se aposentar, ele pega um último caso, o de Gerald "Stone" Creeson (Edward Norton), condenado que vai para a última audição, apresentando o trivial comportamento perturbado: uma década antes, ele e seu primo incendiaram a casa da avó. Estranhamente, ele insiste que sua companheira, Lucetta (Milla Jovovich), conheça Jack, com o intuito de manipulá-lo. De início hesitante, Marby começa a ser seduzido pela esposa do prisioneiro, que parece estar desejando mudar sua condição, apresentando uma busca por um encontro espiritual que lhe distancie das práticas de outrora.

O maior destaque do longa reside na dinâmica entre Robert De Niro, Edward Norton, Frances Conroy e, surpreendentemente, Milla Jovovich, que, apesar de ressoarem clichês de outras atuações, trazem ao cenário humano que compõem uma autenticidade que o eleva do thriller convencional para um interessante estudo sobre moral e ética. Ambos conseguem compor nuances interessantes para personagens que questionam constantemente os parâmetros regem o julgamento de atitudes como certas ou erradas para uma determinada comunidade, deixando pontos em aberto para que o espectador possa tirar suas próprias conclusões.

Mesmo que não seja um trabalho genial e imprevisível, seu diretor consegue se utilizar dos clichês com certa habilidade a fim de mostrar quão frágeis são as bases em que se constroem os fundamentos de uma sociedade pretensamente sadia, pois o certo e o errado convivem lado a lado, tentando se equilibrar: seja no desejo de liberdade do condenado a morte, seja na guerra santa promovida por religiosos fundamentalistas.

Nota: 8.0

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