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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Kung Fu Panda (2008)


Como construir um longa infantil que trate sobre a obesidade sem aderir aos modelos básicos dos clichês deste "subgênero" - meninos(as) obesos que fazem de tudo para perder peso e entrar nos padrões estéticos da sociedade e descobrir, posteriormente, que os valores internos são os mais importantes, aceitando-se como está?

A resposta pode ser encontrada na animação Kung Fu Panda (idem, 2008), que investe numa narrativa clássica, mas infestada de referências aos filmes de arte marciais, mas adequados aos clichês da indústria cinematográfica hollywoodiana. Na narrativa, encontramos Po, um panda que sonha em se tornar um mestre da guerra, integrando o time dos Cinco Furiosos - composto por Tigresa, Macaco, Louva-a-deus, Víbora e Garça (os cinco estilos de kung-fu) - e sendo discipulado pela chinchila Shifu.

A princípio, o panda, animal típico da China, poderia ser o protagonista mais improvável para um filme de artes marciais, mas termina passando por uma jornada típica do gênero - treinamento corporal e mental, tendo em vista a superação individual - para conseguir se afirmar. Da mesma forma, o mestre também vai aprendendo a lidar com as limitações de seu discípulo, criando novos métodos de ensinar-lhe as técnicas de luta orientais e fazendo com que ele demonstre sua individualidade na execução do que foi aprendido. A irreverência típica dos norte-americanos entra em conflito com a China tradicional e cria um modo diferente de lutar, que usa também trejeitos que surgem decorrentes do aspecto físico de seu protagonista.

Dessa maneira, o longa rebate nos clichês de filmes de treinamento: quando há esforço físico e mental e entrega do herói à jornada que se propõe a realizar, todo ser é capaz de realizar qualquer coisa, não importando o que os outros pensem. Mesmo que o panda saiba que não tem a estética perfeita, ele, em nenhum momento, perde o peso para se tornar habilidoso, mas usa sua própria forma em beneficio de sua performance. Não precisamos nos ressentir de nossa aparência - ou de qualquer característica que nos incomode em nós mesmos - para cumprir os desejos do nosso coração, mas saber usá-la ao nosso favor.

Nota: 8.5

Um comentário:

  1. Bastante legal esse aí, mas parece que o segundo n é do mesmo modo...

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