Como construir um longa infantil que trate sobre a obesidade sem aderir aos modelos básicos dos clichês deste "subgênero" - meninos(as) obesos que fazem de tudo para perder peso e entrar nos padrões estéticos da sociedade e descobrir, posteriormente, que os valores internos são os mais importantes, aceitando-se como está?
A princípio, o panda, animal típico da China, poderia ser o protagonista mais improvável para um filme de artes marciais, mas termina passando por uma jornada típica do gênero - treinamento corporal e mental, tendo em vista a superação individual - para conseguir se afirmar. Da mesma forma, o mestre também vai aprendendo a lidar com as limitações de seu discípulo, criando novos métodos de ensinar-lhe as técnicas de luta orientais e fazendo com que ele demonstre sua individualidade na execução do que foi aprendido. A irreverência típica dos norte-americanos entra em conflito com a China tradicional e cria um modo diferente de lutar, que usa também trejeitos que surgem decorrentes do aspecto físico de seu protagonista.
Dessa maneira, o longa rebate nos clichês de filmes de treinamento: quando há esforço físico e mental e entrega do herói à jornada que se propõe a realizar, todo ser é capaz de realizar qualquer coisa, não importando o que os outros pensem. Mesmo que o panda saiba que não tem a estética perfeita, ele, em nenhum momento, perde o peso para se tornar habilidoso, mas usa sua própria forma em beneficio de sua performance. Não precisamos nos ressentir de nossa aparência - ou de qualquer característica que nos incomode em nós mesmos - para cumprir os desejos do nosso coração, mas saber usá-la ao nosso favor.
Nota: 8.5
Bastante legal esse aí, mas parece que o segundo n é do mesmo modo...
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