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quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Quarto do Pânico (2002)


David Fincher já deixou as marcas de seu talento no cinema atual. Desde Seven - Os Sete Crimes Capitais Clube da Luta, Fincher pode ser considerado um dos raros talentos atuais. Eu já havia conferido alguns de seus filmes, mas já havia tempos que queria ver "O Quarto do Pânico". Após assisti-lo percebi que David é um diretor que sabe dirigir suspenses como ninguém.

A sinopse já chama atenção. A história de mãe e filha que se mudam para um casarão em Manhattan onde há um quarto blindado e todo protegido para eventuais emergências. Logo na primeira noite, as duas terão de usá-lo, pois três ladrões invadiram sua casa à procura de algo, mas este "algo" se encontra no quarto onde mãe e filha estão.

A característica notável do roteiro é que o filme já começa a ficar tenso em seus 20 minutos de duração, pois já é apresentado os bandidos que são interpretados por Forest Whitaker, Jared Leto e Dwight Yoakum. Aliás, esse trio está em ótima sintonia com a trama e possuem atuações muito boas. Jodie Foster e Kristen Stewart no papel de mãe e filha também se mostram entrosadas e com muitos momentos bons. Porém, Stewart acaba tendo poucas falas e raramente está lá para acrescentar mais à história e o seu personagem também possui clichês em suas características como o fato de ter uma doença que causa uma pequena sub-trama na busca pelo seu remédio.



Sim, a trama apresenta clichês e sempre utiliza deles para caminhar. Exemplo como o personagem interpretado por Whitaker que é um personagem já muitas vezes utilizado. Os outros dois bandidos também são comuns aos nossos olhos, observem a característica de cada um e verão o porquê de muitos suspenses serem taxados como clichês e não originais.

Mesmo sendo possuidor de clichês, o filme tem seus momentos bem originais. A câmera subjetiva que caminha pelo cenário a fim de mostrar os detalhes do local é um momento que Fincher teve de ser muito corajoso pois esse tipo de câmera pode ser muitas vezes criticado por subestimar a inteligência do espectador por não notar detalhes que podem ser até por vezes desnecessários, mas Fincher usa este recurso muito bem e sabe até os momentos que tem de parar de utilizar, pois o uso desta câmera só utilizado logo no início da trama e depois não é mais usado.

Mas a trama sabe até se auto ironizar e fazer piadas com os próprios furos no roteiro. Por exemplo, os ladrões podiam ter quebrado as câmeras da casa ao chegarem no local, mas isto só é feito mais tarde pela personagem de Jodie Foster e quando ela faz, um dos bandidos comenta: "Por que não fizemos isto antes?". Então, é este tipo de linguagem irônica que deixa o filme conversar consigo mesmo e mostrar que o roteirista tinha consciência de seu roteiro falho.



Sendo uma diversão descompromissada, "O Quarto do Pânico" é um longa que serve apenas para se divertir e para apreciar o que um diretor, que só vinha fazendo trabalhos de tramas tão ricas, pode fazer quando há um trabalho simples em mãos.

Nota: 7.0


2 comentários:

  1. Apesar de ser um filme menor de Fincher, ainda é um belo trabalho recheado de suspense com um bom roteiro.

    Vale também pelo elenco.

    Abraço

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  2. Adoro "Quarto do Pânico". Pra mim, a cena do celular é perfeita. Um excelente exercicio de direção de Fincher.

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