Há filmes que durante seu trajeto na História do cinema conseguem ser um sucesso inimaginável, arrecadando, além de incríveis números em sua bilheteria, elogios do público e da crítica mais especializada. Porém, com um tempo, alguns desses filmes se obscurecem diante do passar dos anos, não conseguindo ser mais nem o raio do diâmetro que alcançara um dia. Felizmente, Steven Spielberg teve a sorte de fazer de Tubarão um clássico absoluto, que mantém suas qualidades intactas ao “efeito do calendário”, e assim consagrar-se, até hoje, como um dos maiores e mais cataclísmicos suspenses já criados.
O status que a obra de Spielberg adquiriu pra si, não é advém apenas do titulo de grande filme que ostentou na década de seu lançamento, mas que isso, seus méritos de um bom suspense mantém-se até hoje em perfeita vitalidade, uma vez que Tubarão ainda causa pânico e tensão em seus espectadores, o que prova a habilidade de seu diretor em conciliar brilhantemente a inteligência de seu roteiro em prol do entretenimento do público. Este é o que se pode chamar de um acerto em cheio, pois Tubarão alcançou níveis muito maiores que o previsto, sendo além de uma das maiores bilheterias do cinema, um dos mais improváveis indicados ao Oscar de Melhor Filme na edição 1976, e mesmo que não tenha levado este prêmio para casa, esse sim foi um grandioso feito.
Tubarão é baseado no best-seller “Jaws” (título original do filme, que significa em sua tradução "mandíbulas") escrito por Peter Benchley, seu roteiro é escrito pelo próprio romancista e consiste em contar a estória de uma cidadezinha litorânea que vive ameaçada por um enorme tubarão branco que anda atacando os banhistas na praia local. Passivo com todas as tragédias cometidas pela criatura ameaçadora, o chefe de polícia local, junto com um velho pescador e cientista marinho, resolve acabar com aquilo de uma vez por todas.
O que distingue Tubarão da categoria de filme “trash” é o recurso inteligentemente utilizado por Spielberg para tornar sua obra maior que algo simplório: o suspense subjetivo; esse artifício foi o bastante para tornar Tubarão um suspense digno de arrancar aflição e agonia de seu espectador, uma vez que Spielberg pretende não nos ameaçar apenas com cenas banhadas a sangue, mas sim mexer com nosso psicológico, aguçando nossa imaginação sobre o que realmente está acontecendo debaixo d’água. Na maior parte das mortes que a criatura providencia, poucas vezes a vemos, as únicas coisas observadas são os gritos, as contorções e, por fim, o vermelho tomando conta da água; a brutalidade daquilo tudo encontra-se em nossa imaginação, aguçada pelo horror subjetivo daquelas imagens, que pouco mostram, mas muito dizem.
Essa carnificina em Tubarão assustou, atormentou o público, e hoje, alguns o colocam em alto patamar, como um dos suspenses mais climáticos já criados. Spielberg realmente foi certeiro, seu filme provoca sadicamente a imaginação do espectador, e toda essa tensão é pontuada pela marcante trilha sonora composta por John Williams, que mexe ainda mais com nossos sentidos, tornando as cenas de tensão presentes em Tubarão muito mais enigmáticas e instigantes. Certamente, a trilha sonora é outro fator a tornar Tubarão uma experiência inesquecível, em todos os sentidos possíveis.
Tubarão é uma sessão híbrida para todos os espectadores, isso porque, o filme mescla, de maneira esplêndida, elementos típicos de um filme de horror corriqueiro aderindo a este, toques de inteligência e originalidade. É uma diversão completa, isenta de ressalvas quanto a indicação para aqueles que forem a procura de um delicioso entretenimento. Não é para menos que Tubarão tornou-se um blockbuster logo de imediato, garantindo ao espectador, até hoje, além de uma grandiosa diversão, uma nova preocupação ao ir à praia.
Nota: 8.0
Ótima crítica. Tubarão é um clássico insuperável. Eu fui ainda mais entusiasmado e cravei uma nota 10 para ele lá nas minhas críticas.
ResponderExcluirSpielberg eh genio. Sabe fazer cinema pipoca, emocionar e ainda fazer vc se sentir esperto, kkk.
ResponderExcluirSpielberg transformou um lixo numa jóia. Palmas.
ResponderExcluirObra-prima mesmo.
ResponderExcluirMais obra-prima ainda é aquela trilha que nem Spilberg tinha fé. Perfeita. A trilha só perde pra Psicose em termos de trilhas de terror/suspense.