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sábado, 16 de abril de 2011

Tubarão (1975)


Há filmes que durante seu trajeto na História do cinema conseguem ser um sucesso inimaginável, arrecadando, além de incríveis números em sua bilheteria, elogios do público e da crítica mais especializada. Porém, com um tempo, alguns desses filmes se obscurecem diante do passar dos anos, não conseguindo ser mais nem o raio do diâmetro que alcançara um dia. Felizmente, Steven Spielberg teve a sorte de fazer de Tubarão um clássico absoluto, que mantém suas qualidades intactas ao “efeito do calendário”, e assim consagrar-se, até hoje, como um dos maiores e mais cataclísmicos suspenses já criados.

O status que a obra de Spielberg adquiriu pra si, não é advém apenas do titulo de grande filme que ostentou na década de seu lançamento, mas que isso, seus méritos de um bom suspense mantém-se até hoje em perfeita vitalidade, uma vez que Tubarão ainda causa pânico e tensão em seus espectadores, o que prova a habilidade de seu diretor em conciliar brilhantemente a inteligência de seu roteiro em prol do entretenimento do público. Este é o que se pode chamar de um acerto em cheio, pois Tubarão alcançou níveis muito maiores que o previsto, sendo além de uma das maiores bilheterias do cinema, um dos mais improváveis indicados ao Oscar de Melhor Filme na edição 1976, e mesmo que não tenha levado este prêmio para casa, esse sim foi um grandioso feito.

Tubarão é baseado no best-seller “Jaws” (título original do filme, que significa em sua tradução "mandíbulas") escrito por Peter Benchley, seu roteiro é escrito pelo próprio romancista e consiste em contar a estória de uma cidadezinha litorânea que vive ameaçada por um enorme tubarão branco que anda atacando os banhistas na praia local. Passivo com todas as tragédias cometidas pela criatura ameaçadora, o chefe de polícia local, junto com um velho pescador e cientista marinho, resolve acabar com aquilo de uma vez por todas.


O que distingue Tubarão da categoria de filme “trash” é o recurso inteligentemente utilizado por Spielberg para tornar sua obra maior que algo simplório: o suspense subjetivo; esse artifício foi o bastante para tornar Tubarão um suspense digno de arrancar aflição e agonia de seu espectador, uma vez que Spielberg pretende não nos ameaçar apenas com cenas banhadas a sangue, mas sim mexer com nosso psicológico, aguçando nossa imaginação sobre o que realmente está acontecendo debaixo d’água. Na maior parte das mortes que a criatura providencia, poucas vezes a vemos, as únicas coisas observadas são os gritos, as contorções e, por fim, o vermelho tomando conta da água; a brutalidade daquilo tudo encontra-se em nossa imaginação, aguçada pelo horror subjetivo daquelas imagens, que pouco mostram, mas muito dizem.

Essa carnificina em Tubarão assustou, atormentou o público, e hoje, alguns o colocam em alto patamar, como um dos suspenses mais climáticos já criados. Spielberg realmente foi certeiro, seu filme provoca sadicamente a imaginação do espectador, e toda essa tensão é pontuada pela marcante trilha sonora composta por John Williams, que mexe ainda mais com nossos sentidos, tornando as cenas de tensão presentes em Tubarão muito mais enigmáticas e instigantes. Certamente, a trilha sonora é outro fator a tornar Tubarão uma experiência inesquecível, em todos os sentidos possíveis.

Tubarão é uma sessão híbrida para todos os espectadores, isso porque, o filme mescla, de maneira esplêndida, elementos típicos de um filme de horror corriqueiro aderindo a este, toques de inteligência e originalidade. É uma diversão completa, isenta de ressalvas quanto a indicação para aqueles que forem a procura de um delicioso entretenimento. Não é para menos que Tubarão tornou-se um blockbuster logo de imediato, garantindo ao espectador, até hoje, além de uma grandiosa diversão, uma nova preocupação ao ir à praia.

Nota: 8.0


4 comentários:

  1. Ótima crítica. Tubarão é um clássico insuperável. Eu fui ainda mais entusiasmado e cravei uma nota 10 para ele lá nas minhas críticas.

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  2. Spielberg eh genio. Sabe fazer cinema pipoca, emocionar e ainda fazer vc se sentir esperto, kkk.

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  3. Spielberg transformou um lixo numa jóia. Palmas.

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  4. Obra-prima mesmo.
    Mais obra-prima ainda é aquela trilha que nem Spilberg tinha fé. Perfeita. A trilha só perde pra Psicose em termos de trilhas de terror/suspense.

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