Wall-E e seu pouco ortodoxo bichinho de estimação. |
A Pixar conseguiu, mais uma vez, se inovar e criar o que eu considero ser sua melhor obra. "Wall-E" é indiscutivelmente belo!
Wall-E & Eva, em uma cena linda, ainda que um tanto clichê. |
Por falar em "2001", o filme faz uma referência bem clara a ele na cena da luta entre o capitão da "Axiom" (nave-lar dos seres humanos) e o piloto automático AUTO. Este último, por sinal, é quase um primo de HAL-9000. Foi uma referência muito bem feita, e o próprio AUTO pode acabar entrando na lista de "computadores malvados mais memoráves do cinema". Outra referência é ao já mencionado "Hello, Dolly", filme que Wall-E assistiu durante todos os anos de solidão na Terra.
O desenho dos seres humanos chega a ser repulsivo, mas isso talvez tenha sido intencional. |
Até os créditos finais são muito bem aproveitados. Note que, conforme os humanos vão reaprendendo os conceitos básicos de agricultura e de demais atividades, as pinturas com as quais são exibidos os créditos vão "evoluindo": começa com pintura rupestre, depois passa para os hieróglifos, depois para estilos modernistas e assim vai. É uma escalada criativa, mostrando a re-evolução da raça humana.
O único ponto que pode realmente decepcionar em "Wall-E" é que ele NÃO é um filme para crianças. No trailer do filme, o espectador pode ter a idéia de uma trama de aventura, daquelas que toda criança fica vidrada em acompanhar. Pois não é! "Wall-E" é um filme sério, subliminar, tocante. Entender sua verdadeira beleza está acima da paciência de uma criança, sendo que em certas partes o filme fica até mesmo monótono. "Wall-E" guarda, em sua simplicidade toda, uma essência introspectiva. É um filme para refletir, pode se dizer assim. As crianças podem até ficar "tocadas" com a graça de Wall-E e EVA e também com as cenas cômicas envolvendo o nosso robô-protagonista, mas muitas delas talvez fiquem "boiando" ao longo da história. Infelizmente, muitas delas vão gostar mais da ação de "Kung Fu Panda" do que da emoção de "Wall-E". Uma pena.
Porém, isso não tira de "Wall-E" a sua perfeição. E se o filme não for literalmente "perfeito", chega bem perto. É a estória mais original e inovadora da Pixar, sendo que seu valor "poético"; emocional não pode ser calculado (é sério, sem nenhum exagero). Segundo um site de críticas norte-americano, "Wall-E é tão belo quanto um filme pode ser". E ele o é!
(Ah, se as crinaça podem ficar desapontadas com Wall-E, pelo menos elas vão gostar muito do curta "Presto" que é, de longe, o mais engraçado curta já feito pela Pixar)
DJ Wall-E arrebentando nas paradas! |
NOTA: 9,0
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