Tudo começou em 1997, quando a britânica J.K.Rowling publicou seu primeiro livro. Tendo se tornado, logo de cara, um grande sucesso da literatura, não demorou muito para que a primeira adaptação fosse feita, e em 2001, chegou aos cinemas Harry Potter e a Pedra Filosofal, primeira das muitas aventuras do famoso bruxinho míope, magricela e com uma cicatriz em forma de raio na testa. Desde então, com as adaptações seguintes, a série veio alcançando uma incontável legião de fãs ao redor do globo, enchendo os bolsos da escritora e tornando-a uma das pessoas mais influentes do mundo.
E o peso nas costas do diretor Chris Columbus (responsável por filmes de temáticas infantis, como Uma Babá Quase Perfeita e Esqueceram de Mim) era grande, já que seu principal objetivo era manter-se fiel suficiente ao livro para não desagradar aos fãs. Dito e feito: o filme é, praticamente, uma transcrição completa da obra para a tela, e apesar de isto ter atrapalhado um pouco o lado cinematográfico da película (e que será discutido mais adiante), Harry Potter e a Pedra Filosofal conseguiu cumprir seu objetivo, o de cativar o espectador e introduzi-lo no meio do mundo fantástico criado por Rowling.
Em "A Pedra Filosofal", Harry Potter, um menino de 11 anos, que desde então vivia com seus tios trouxas (não-bruxos), recebe um convite para freqüentar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O convite serviu a Harry tanto para livrar-se dos maus tratos de seus tios, bem como para permitir ao menino desvendar o segredo da morte dos pais, já que ambos também freqüentaram a mesma instituição para bruxos. Ao ingressar na escola, o jovem Potter descobre que era famoso em toda a comunidade bruxa por ter eliminado o tirano Lord Voldemort (o qual nem mesmo o nome deve ser pronunciado). A partir daí, acompanhamos de perto o cotidiano de Harry e seus dois amigos, Rony e Hermione, até que acontecimentos estranhos começam a acontecer, como, por exemplo, o boato de que a escola estaria guardando um precioso objeto que poderia trazer de volta os assassinos dos pais de Harry.
Uma das primeiras qualidades que salta aos olhos são os aspectos técnicos da produção, algo já esperado, devido ao gordo orçamento do filme. A direção de arte de Stuart Craig é um verdadeiro luxo, recriando com total perfeição o mundo imaginado por Rowling (o Beco Diagonal, por exemplo, é fantástico). Os figurinos também são de uma imaginação impressionante, especialmente as vestimentas dos professores, que se fundem com a personalidade de cada um (repare nas roupas negras e esvoaçantes de Snape). E mais uma vez, o famoso compositor John Williams realizou um excelente trabalho ao criar uma trilha sonora que já se tornou ícone, e que é reconhecível mesmo aos ouvidos daqueles que não acompanham a série. Apenas os efeitos especiais não alcançam a mesma excelência, com muitos deles soando artificiais (o jogo de Quadribol é um bom exemplo disso).
O filme também encontra outros problemas no roteiro escrito por Steve Kloves. Tentando não desagradar aos fãs, o roteirista resolveu enxugar todo o material em quase duas horas e meia de filme, o que prejudicou o andamento da narrativa, que além de soar um tanto arrastado, é por demais episódico.
O elenco, felizmente, surge como uma grata surpresa, em especial o trio protagonista. Quem diria que os desconhecidos Daniel Radcliffe, Rupert Grint Emma Watson iriam crescer tanto em suas carreiras? Aqui, é visivel uma certa insegurança em suas interpretações, mas é claro o esforço das crianças em fazer um bom trabalho. Se suas atuações passam longe de ser magnificas, pelo menos a quimica entre eles funciona muito bem, e é um dos principais motivos para o filme funcionar.
O elenco adulto conta com grandes nomes do cinema e do teatro britânico. Maggie Smith dá vida a professora Minerva McGonagall como se tivesse pulado diretamente do livro para as telas. Richard Harris transmite toda a paciência e simpatia de Albus Dumbledore, enquanto que Alan Rickman consegue intimidar na pele do professor Severus Snape. O filme ainda com nomes como Robbie Coltrane, John Hurt e Ian Hart.
Harry Potter e a Pedra Filosofal abriu a chegada da série nos cinemas com chave de ouro. Ainda que possua seus problemas, é um filme extremamente cativante, divertido e emocionante, e que apresentou bastante avanço na qualidade dos longas seguintes.
Nota: 7.0
Nem se compara aos filmes posteriores da série, mas eu acho o mesmo tão divertido. É aquele tipo de obra que tu nunca deixa de ver quande tu estas sem compromisso e ela esta passando na televisão.
ResponderExcluirComo está destacado no texto, o elenco, a direção de arte/figurinos e a música fizeram jus à magia de Harry Potter, embora a narrativa seja menos azeitada que a das sequências.
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