O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997)

O que temos aqui é um belo representante a demonstrar como a imprevisibilidade do amor pode atingir qualquer pessoa, pois a insegurança quanto aos sentimentos é algo presente em todos os lugares, desde os adolescentes leigos no assunto até os adultos aparentemente amadurecidos. O Casamento do Meu Melhor Amigo, através de uma narrativa singela e uma trama agradável, apresenta a seu público o complicado universo amoroso, mostrando a batalha travada para se ter a alma gêmea ao seu lado.

Esta comédia romântica poderia ser mais uma dispersa entre tantos exemplares de seu gênero, porém O Casamento do Meu Melhor Amigo nasceu em meio a uma década em que essa categoria de filmes ainda estava em boa qualidade, e não era só mais algo banal perante as telas. A década de 90, trouxe consigo títulos desse gênero que hoje, mesmo que esquecidos por grande parte do público, mantém-se intactos na memória do público que o aprecia, pois mesmo que não contenham imensas qualidades cinematográficas, estes filmes possuem um carisma que inegavelmente cativa o público, resultado de sua simplicidade irresistível.

O Casamento do Meu Melhor Amigo consiste em narrar a estória da crítica gastronômica Julianne (Julia Roberts), uma garota de personalidade pouco amigável, que é informada do maior infortúnio que poderia imaginar, seu antigo namorado de juventude e agora melhor amigo, Michael, pretende se casar. O pior de tudo é que ela descobre estar perdidamente apaixonada por ele. Ela é convidada para ser madrinha do matrimônio, e por decorrência do que sente, Julianne tem pouco tempo para acabar com o casamento e declarar o amor que sente por Michael.

A temática de O Casamento do Meu Melhor Amigo ainda que simplória, trás consigo uma ótica diferente do amor, onde aqui ele vem através de um sentimento adormecido no coração de Julianne, o qual ela só foi ter a noção da existência quando estava prestes a perder aquele que ama. Parte do carisma do filme deve-se a Julia Roberts (Um Lugar Chamado Notting Hill), que consegue cativar o público não importa a situação em que seus personagens se encontrem, provando que mesmo que não possua uma atuação memorável, ele é o maior pilar de sustentação nesta agradável comédia romântica.

O Casamento do Meu Melhor Amigo não é um filme que proponha uma complexidade ou profundidade maior em seu desenvolvimento. É clichê? Sim. Mas diante das circunstâncias em que a obra se encontra, isso não importa, uma vez que também, este é um dos filmes que, podemos dizer, utiliza bem as previsibilidades a seu próprio prol. Mesmo que pareça cafona para muitos, esta é uma das películas que conseguiram marcar espaço por toda uma geração, e diferente de alguns filmes que se tem ciência por aí, este é um dos que conseguiram manter-se como um agradável entretenimento até os dias de hoje, com muita graça e charme, diga-se de passagem.

O maior problema de O Casamento do Meu Melhor Amigo, e de creio que boa parte das comédias românticas deste período, é aderir para si um desagradável tom de folhetim, que torna sua narrativa por vezes semelhante a uma tradicional novela de TV aberta. Entretanto, essa falha pode ser advinda da passagem do tempo, tendo em vista que a maioria dos exemplares deste gênero, que foram lançados nessa época, possuem esse mesmo aspecto citado. Ainda sim, esse equívoco, ainda que infortúnio as qualidades cinematográficas desse filme, não afeta em muita a diversão sadia e saborosa que ele proporcionará.

Este é, seguramente, um programa recomendado a todos que forem a busca de um qualificado e delicioso entretenimento. O Casamento do Meu Melhor Amigo é um filme para se assistir a qualquer hora, seja sozinho, em grupo, ou com a pessoa amada ao lado. Mesmo que não seja um primor de cinema, ele consegue cumprir bem a proposta primordial de uma simples e eficaz comédia romântica: divertir e agradar verdadeiramente a todos os públicos.

Nota: 8.0