[Bons sustos e emoção caminham juntos em um dos maiores filmes de suspense da história do cinema]
Para ser sincero, nunca tive muita vontade de assistir a “O Sexto Sentido” e, quando decidi vê-lo, o fiz, em grande parte, devido ao que falam sobre o seu final surpresa. Pois bem, logo nas primeiras cenas do filme vi que já devia tê-lo visto há muito tempo e que iria me surpreender. Dito e feito. Esse filme foi uma grande surpresa, no sentido positivo, claro.
É um tanto difícil (e desnecessário) resumir a história do filme, porém, “O Sexto Sentido” conta a história de Malcolm Crowe (Bruce Willis) um psicólogo que lida com crianças com distúrbios mentais. Mas, eis que, um caso do passado retorna e ele conhece Cole (Haley Joel Osment, em uma das melhores atuações que já vi) cujo caso se assemelha ao que caso do passado. Malcolm ajuda esse menino que diz que vê gente morta.
Só essa premissa já é interessante, ainda mais misturada com um final surpresa comentado e falado por grande parte das pessoas. Mas, eis que, para minha surpresa, esse tão falado final não me surpreendeu.
Quem ainda não assistiu ao filme deve parar de ler esse texto aqui, impreterivelmente. Para os que seguirem o meu conselho, saibam que o fato de poder descobrir o final antes de ele acontecer não tira em nada o brilho do filme e “O Sexto Sentido” é, de fato, um dos melhores suspenses de todos os tempos. FIM.
Agora, os que continuam nas linhas desse texto, saibam que vou revelar spoilers, portanto, espero que já tenham visto este filme.
É possível perceber que Malcolm está morto, isto porque, depois que ele é atingido pela bala de seu antigo paciente, ele não conversa com outras pessoas, a não ser Cole (o que vê pessoas mortas). Ninguém, a não ser o garoto o vê. E justamente, quando parece que a mulher de Malcolm fala com ele (no restaurante), ela sequer olha para ele. O que quero dizer é que dá a impressão de que o psicólogo é invisível, e no desenrolar da história de Cole, as coisas vão ficando claras – o garoto vê pessoas mortas que não sabem que estão mortas, e tais pessoas só veem o que querem.
Não é por esse detalhe que o filme se torna menos do que, de fato, é. “O Sexto Sentido” é, também, um dos filmes mais emocionantes que já vi. É simplesmente tocante (e sombria) a história do menino que aprende a viver com visões de pessoas mortas, mas que esse “dom”, se é que pode ser chamado como tal, poderá ter uma utilidade. O interessante é que o fato de o menino conseguir ver gente morta, no final das contas, não é tratado como algo mau.
Os aspectos técnicos são bons, embora, simples. Assim como tinha que ser para o filme funcionar. A fotografia meio escurecida e sem muitas cores colabora para o clima e para a atmosfera de “O Sexto Sentido”. Neste meio, se destaca a maravilhosa trilha sonora, que serve perfeitamente para este filme, e também é chave na construção dos sustos e do suspense.
Desde “O Iluminado” de 1980 (Kubrick) não se tem um filme de suspense/terror com um clima tão atmosférico, com uma trilha sonora que encaixa tão bem e com atuações tão convincentes e que funcione também no gênero drama. Tudo colabora para ser, não apenas mais um filme, mas aquele filme que marcou e marcará gerações e que redefiniu o suspense – o velho artificio do susto, mas dessa vez, usado corretamente.
NOTA: 9,5
Gosto muito desse filme. O clima de suspense e as reviravoltas que ele tem são impressionantes.
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