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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pequena Miss Sunshine (2006)


Um dos filmes mais originais do século XXI, é muito difícil não se apaixonar pela história de uma família problemática, que atravessa o país em uma kombi para ver a caçula participar de um concurso de Miss.

Pequena Miss Sunshine. O nome não é nada atrativo. Mas já dizia o velho ditado, "não julgue o livro pela capa", pois o nome não quer dizer absolutamente nada, porém neste caso, quer dizer tudo. Somente o título do filme já nos mostra o que vem a caminho. Certamente não seria nada comum, mas como alguém poderia adivinhar que se tratava de uma história tão apaixonante e cativante?

Seis personagens principais. Seis personagens diferentes. Seis personagens problemáticos. Seis personagens maravilhosos e carismáticos. Seis personagens, é tudo por onde anda a história de Pequena Miss Sunshine, ao redor de uma família com meia dúzia de membros, sendo um mais anormal que o outro. Apresenta-se o pai de família, Richard, aqui interpretado por Greg Kinnear. Este dá palestras cujo objetivo principal é determinar modos e passos de como ser um vencedor na vida, embora ele seja um perdedor de primeira. Logo vem a mãe Sheryl(Toni Collette), a pessoa mais atrapalhada de todas, ela tenta driblar o caos da casa (aos trancos e barrancos, mas...), depois temos seu irmão, o tio Frank, um gênio, gay e suicida, que se apaixonou por um ex-aluno, perdeu o emprego, hipotecou a casa, e decidiu de auto-madar para o andar de cima, fracassando obviamente. Depois temos o filho e irmão mais velho, Dwayne (Paul Dano), um adolescente rebelde, que fez um voto de silêncio que durava nove meses, com o objetivo de entrar para a Força Aérea Americana. Temos também o membro mais velho da família, e também o mais desnaturado. O avô Edwin (Alan Arkin) fora expulso de inúmeros asilos, viciado em heroína e é um velho tarado. A única que aparenta ter certa normalidade é a caçula da família, a pequena Olive (Abigail Breslin). Mesmo sem ter os atrativos necessários de uma miss,a menina foi convidada para participar de um concurso de beleza no estado da Califórnia, então, esses cinco personagens esquisitos mais a pequena miss viajam pelas estradas americanas, dentro de uma kombi amarela e enferrujada para ver Olive tentar se tornar a Pequena Miss Sunshine, através de desfiles e apresentações artísticas, cujos passos e dança foram ensinados justamente pelo avó, o velho drogado e tarado. Este tipo de situação que encontramos no filme já é hilário, portanto mal podemos esperar para conferir as surpresas que vêm mais adiante.

Como um filme, uma comédia independente de tão baixo orçamento conseguiu reunir tanta fama ao redor do mundo? Somente uma dupla competente na direção, um elenco todo afiado e um roteiro pra lá de original e bem armado para realizar um feito desses. Através dessa história, simples porém engraçada, é possível ver como uma pequena obra como esta é capaz de entreter tantas pessoas. Não são necessários efeitos visuais de última geração, uma arte de preencher os olhos, e outras "armas" para prender a atenção do mundo, como tantos diretores fazem. Jonathan Dayton e Valerie Faris conseguiram o feito de arrecadar uma bilheteria gigantesca em relação ao orçamento final da produção e conquistaram inúmeros fãs ao redor do mundo.

Ao desenrolar da história, o filme poderia vir a se perder, como acontece com uma quantidade considerável de filmes ousados, cujos roteiros que apelam para a originalidade se confudem entre fatos equivocados e pouco convencionais. Felizmente, não é o que encontramos em Pequena Miss Sunshine. Além de começar de maneira muito bem elaborada, o roteiro de Michael Ardnt ganha vida por si só no mesmo momento em a família põe o pé na estrada rumo à Califórnia. E a partir daí, risadas e lágrimas vão rolar soltas, dentro de uma história que vai se mostrando cada vez mais arrebatadora e surpreendente. Claro que não daqueles filmes como final surpresa, mas o simples fato de como os acontecimentos ocorrem já é um modo bastante bem elaborado de manter a atenção do espectador e levá-lo à sensações de incertezas. Característica usual de roteiros de filmes originais.

Outro grande mérito de Pequena Miss Sunshine é ter conseguido 4 indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, mesmo sem seus diretores nomeados. A Academia pelo visto gosta de comédias independentes e isso foi mostrado no anúncio dos indicados para a cerimônia de 2007. Ganhando as de Melhor Roteiro Original, merecidíssimo por sinal e a surpresa de Alan Arkin na categoria de coadjuvante, perdeu somente a estatueta da categoria principal e da pequena Abrigail Breslin de Melhor Atriz Coadjuvante. Porém se houvesse uma categoria no Oscar de Melhor Elenco, certamente Pequena Miss Sunshine ganharia, todo seu elenco está fantástico, trabalho bem feito dos diretores e produtores.

Pequena Miss Sunshine é um daqueles filmes para s eter na lembrança para o resto da vida. É um daqueles filmes que você sai da sessão com um largo sorriso no rosto. Não se deixe desaminar por causa do titulo, apesar de não ser atrativo, foi o modo mais convencional de resumir uma história tão simples como esta, tão maravilhosa e bem feita, porém uma história que conquistou o mundo.

Nota: 9.0



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