O filme tem uma atmosfera feminina, abordando quase sempre os sentimentos das mulheres em relação ao amor, casamento e amizade. Ele também se passa em duas épocas, uma em tempo real (no caso, década de 1990) e outra nas décadas de 1920 e 1930. Começamos a ver tudo pela história atual, quando a tímida Evelyn Couch (Kathy Bates) vai visitar a tia de seu marido numa casa para idosos e acaba conhecendo a adorável velhinha Ninny Threadgoode (Jessica Tandy). Rapidamente as duas encontram muitas afinidades e Ninny passa a contar à Evelyn a história de vida de duas mulheres, Idgie (Mary Stuart Masterson) e Ruth (Mary-Louise Parker). Evelyn passa então a visitar Ninny frequentemente, ansiosa em ouvir as continuações dessa história. Sem se aperceber, Evelyn começa a mudar de vida, baseando-se nas experiências de vida da corajosa Idgie.
A amizade é um tema muito bem tratado durante todo o filme. De um lado conhecemos a história de amizade entre Idgie e Ruth, e do outro presenciamos o nascimento de uma amizade entre Evelyn e Ninny. É tão adorável a forma como a personagem de Bates se apega à personagem de Tandy, que o espectador se vê incluído nesse terno sentimento. Dessa forma, a amizades dessas duas se encarrega de emocionar, principalmente diante de uma berrante diferença de idade. Já a amizade entre Idgie e Ruth é mais complicada, cheia de obstáculos, dramática e aventureira. Idgie é rebelde, independente, enquanto Ruth é mais careta, certinha e feminina. Por meio delas, o filme mostra a força da amizade diante de dificuldades, ao contrário da leveza da amizade entre Ninny e Evelyn.
O fundo histórico de uma parte da história é digno de nota. Além de uma ótima recriação de época, o filme aborda temas fortes, como o racismo nos Estados Unidos do início do século XX, com direito a cenas bem reais sobre a ação da organização Ku Klux Klan. Também não há hesitação em mostrar a difícil vida das mulheres da época, além de mostrar bem a rotina das pessoas que viviam na parte sul dos EUA.
Jon Avnet dirige seu primeiro trabalho no cinema com essa obra, depois se consolidar na carreira televisiva. O resultado foi bom, pois é uma direção digna de nota, equilibrada e sabiamente esquivada do melodrama. Mesmo sendo um filme feminino, até mesmo feminista, Jon o dirigiu com exatidão e imparcialidade. Soube dosar bem o drama e a comédia, além de dar toda a leveza necessária para a trama não desandar em clichês.
O mais interessante é notar que o título do filme, uma receita muito conhecida da região sul dos EUA, foi muito bem escolhido. Afinal, os tomates verdes fritos são o único elemento em comum nas duas épocas do filme. Além do mais, é um título totalmente original e que desperta grande curiosidade.
Sendo assim, não há mais nada a dizer, exceto pelo conselho de assistir sempre que possível esse belo trabalho, que com certeza terá êxito na tarefa de emocionar e divertir.
Nota: 9.0
Nenhum comentário:
Postar um comentário