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domingo, 17 de julho de 2011

127 Horas (2010)

Difícil deve ser para um diretor adaptar uma história que aconteceu de verdade para o cinema. Mas, mais difícil deve ser adaptar uma história praticamente impossível de ser filmada, como a de Aron Ralston. Em Maio de 2003, ele, um alpinista que gosta de se aventurar, estava explorando um cânion e durante um acidente em uma fenda teve seu braço preso a uma rocha, ficando preso com poucos recursos. Durante cerca de 127 horas, isto é, 5 dias e 7 horas, Aron ficou preso à rocha até que teve que tomar uma decisão extrema para conseguir sobreviver.

A história de Aron repercutiu por todo o mundo, ganhando um livro (escrito por ele mesmo), um episódio em uma série do Discovery Channel (aquelas que mostram como as pessoas sobreviveram a situações extremas) e, mais recentemente, um filme: 127 Horas (127 Hours) que foi dirigido por Danny Boyle.

Danny Boyle é um diretor que ficou mais conhecido graças a “Quem Quer Ser um Milionário”, filme ganhador de vários prêmios do ano de 2009, inclusive, o Oscar. Outro filme que se destaca na sua filmografia é Trainspotting e também esse 127 Horas, que também foi indicado a diversos prêmios.


Com 127 Horas, Boyle tinha uma história forte e triunfante por um lado, mas, por outro, extremamente complicada para ser filmada. E com muitos cortes rápidos, telas que se dividem em duas, três, boa trilha sonora, lindas paisagens, e sobretudo, com a ótima atuação de James Franco (que interpreta Aron), Boyle faz de seu projeto recente, um filme com muito mais alma e força (e também repercussão pessoal) que seu trabalho anterior, “Quem Quer Ser um Milionário”.

Apesar disso, muitos de seus cacoetes de seu filme anterior também estão presentes neste, como o desejo do diretor de querer fazer com que tudo ande no ritmo da música da trilha sonora, o que faz com que o filme pareça um videoclipe, uma vinheta ou até mesmo uma propaganda (marcas, como Mc Donalds e Gatorade, aparecem e parece que estamos assistindo um comercial).


Além disso, pela própria dificuldade de ser filmado, algumas cenas parecem ser artificialmente montadas, como a cena em que os mosquitos atormentam Aron. Mas, apesar de algumas cenas parecerem falsas, pouca coisa difere do que realmente aconteceu. O próprio Aron Ralston disse que de todo o filme, somente a cena do lago escondido na caverna não aconteceu de fato. Também, a câmera utilizada por James Franco nos seus inspirados monólogos foi a mesma que Aron utilizou, e as filmagens foram feitas no mesmo local onde o acidente ocorreu.

A sensação que fica no final é de um filme emocionante por conta da história e surpreendente, principalmente por conta da cena em que Aron se submete à decisão extrema que teve de fazer para sobreviver. Boatos (ou talvez fatos?) surgiram sobre o fato de muitas pessoas terem desmaiado devido aos momentos finais serem fortes. Na minha opinião não chega a esse ponto. E o filme, apesar de tudo é bom, embora, não haja espaço para outras coisas, a não ser a interpretação de Franco e também a força da triunfante história.

Nota: 8,0

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