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sábado, 30 de julho de 2011

Capitão América: O Primeiro Vingador (2011)


Pois é, mais um dos Vingadores chega aos cinemas, como preparação para a união de todos em Os Vingadores (2012). Depois de Hulk, Homem de Ferro e Thor prepararem o terreno, chegou a vez do magnífico Capitão América inundar as telas com suas listras vermelhas, azuis e brancas, salve a América!

Steve Rogers (Chris Evans, nosso quente Homem-Tocha de Quarteto Fantástico) começa o filme peculiarmente: magérrimo, baixo, fraco, quase um aidético, com asma e milhões de outras doenças, feito conseguido digitalmente e, devo confessar, muito realista. Apesar desse oceano de problemas, ele tem um sonho, entrar para o exército americano, algo conseguido por seu amigo, um personagem descartável que não merece muito foco. Steve sai de estado em estado, falsificando sua identidade militar para poder tentar a sorte, e quem sabe ser finalmente aceito, mas só de olhar para o pobre vemos que as suas chances são tão nulas quanto a de ele conseguir conversar com uma mulher. Todavia, seu espírito lutador, guerreiro, íntegro, generoso, bondoso e acima de tudo, patriota – Miss Universo – chama a atenção de Abraham Erskine - o primeiro nome com certeza não é mera coincidência – (Stanley Tucci), um cientista militar que garante que Steve é o soldado perfeito. Abraham faz com que o protagonista realize o tão sonhado desejo, porém, o que era de se esperar, ele é um fracasso na dura vida de treinos, escaladas e outras atividades que rolam no exército. Mesmo assim, entre descaso dos outros soldados – digam logo que é bullying - e as ferrenhas indiretas do General Chester Phillips (Tommy Lee Jones), Abraham insiste que Steve é o melhor dali, porque tem bom coração, aaaaawn... Steve é então escolhido para um teste com um soro radioativo (os “um” anteriormente traduzem o “não tem muita lógica”) que o transformarão num super-soldado, a arma esmagadora e temível dos Estados Unidos, tudo isso patrocinado por Howard Stark (Dominic Cooper), pai do futuro Homem de Ferro, que detém um império da engenharia moderna – às vezes, moderna até demais. É então que Steve passa pelo teste, saindo de lá super, hiper, mega, über, ultra bombado, o real corpo de Evans, e é então que começa a picaretagem. Primeiramente, Abraham pede para ele tirar a blusa antes de entrar no teste. Por quê? Para que, ao sair, gritinhos estridentes soem pela escuridão do cinema, claro. Depois, sequências estratégicas no corpo do novo sarado são feitas sem dó, entre camisas apertadas que mostram todo o volume exagerado do super homem, com suas enormes veias saltando à pele e músculos poderosos que atiram homens ao vento com uma facilidade absurda, e é isso aí. O homem perfeito é americano! Quase fizeram um filme inteiro só com closes do corpo de Evans, que, não importa a roupa, é justíssima, como seu primeiro e ridículo uniforme.

Indo contra ao apelo sexual do Capitão América, está Johann Schmidt (Hugo Weaving, ator que eu nunca vi dando um sorriso), um militar do alto escalão do exército alemão, que busca alguma coisa deixada pelos deuses (?) que garantem ao possuidor força bélica extrema (?), com raios azuis que transformam as pessoas em pó (?) e que, segundo Johann, ou Skull Face - nome artístico do vilão – mudará o mundo. É baseado nessa premissa risível que surge o antagonista de um herói que já não é tão bom assim, e essa utopia americana segue durante o resto do filme, onde o vilão simplesmente é insosso e não dá medo a nem uma criança, mesmo com falta de nariz - lembrou alguém? - seu rosto vermelho, e deformidades faciais à la Lady Gaga. E é isso. A Segunda Guerra Mundial foi resumida pela luta de dois países com duas armas: Capitão América e Skull Face. Mas é aí que a sede de poder sobe à cabeça do Lord Voldemort da Marvel e ele luta contra a própria Alemanha, indo contra Hitler, tudo isso empacotado num desenvolvimento inexistente, onde as coisas não acontecem fluentemente, são ditas. Se não fossem explicadas, mesmo mal explicadas, o filme se tornaria apenas um monte de tiros e explosões aleatórias que não se ligariam - um Transformers da vida.

Mesmo com todas essas falhas, ainda há a mão pesada do diretor, que dá closes desnecessários, subjugando a inteligência do expectador, como na cena da bomba no laboratório. Fora os jogos de câmera que quase batem nos rostos dos atores, deixando as cenas claustrofobias. Existe motivo para focar exatamente no rosto dos personagens? Mostrar a emoção deles? Que emoção? O filme é muito raso, sem graça - apesar das milhares tentativas de piadas, que arrancavam risadas daqueles mais... influenciáveis -, e não consegue conquistar em momento algum quem assiste, mas não há falta de tentativas, o que é negativo. Dar tantos tiros no escuro e não acertar nada é deprimente. Os efeitos-especiais, tenho certeza, foram feitos com mais esmero que o roteiro, não que isso seja grande coisa. Ah, e ainda tem um romance relâmpago que não convence e as velhas sequências que o protagonista supostamente morreu e todos ficam logo de luto, fazendo com que o filme pareça o nosso herói antes dos anabolizantes injetáveis: com muita vontade de ser grande, porém fraco, sem graça, sem apelo e cheio de problemas de saúde

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E eu estou aqui pensando: se os filmes solos dos Vingadores foram medianos, com muitos efeitos-especiais e pouco conteúdo, imagine quando eles estiverem TODOS JUNTOS NUM SÓ FILME? Prevejo tragédia, socorram-me!

Nota 5.0

6 comentários:

  1. Ótima crítica.
    Não vi ainda, mas já consegui enxergar tudo que foi dito por você. hahaha

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  2. Também não vi ainda, mas cheira-me que é daquele tipo de filmes com uma narrativa fraquíssima... Mesmo assim vou conferir. Boa crítica ;)

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.com

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  3. Desse jeito parece que vai demorar para que Sucker Punch seja superado como melhor filme de ação do ano, em minha opinião.

    ___
    http://algunsfilmes.blogspot.com/

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  4. Obrigado pessoas. O filme não será uma tragédia para muitas, aqueles que gostam de cinema pipoca. Para mim, foi bem mediano.

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  5. Para quem gosta de cinema pipoca, o filme é ótimo

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  6. Gostei do filme.
    Acho que é uma boa retomada para o herói, assim como está sendo feito com a nova franquia do Batman.
    Não consigo compreender certas posturas do autor deste blog. Por um lado, critica a pseudo-intelectualidade do (péssimo) A Árvore da Vida. Por outro, contraditoriamente, passa a dar uma de filósofo de botequim e começa a procurar no segundo as mesmas pseudo-intelectualidades que foram criticadas no primeiro, só que dessa vez encarnadas como papel positivo.
    Que me perdoem os chatos de plantão, mas quem se interessa por filosofia de cinema é apenas isso mesmo: chato.
    O mundo está necessitado de críticos que não posem de intelectuais, que digam sem meias-palavras se o filme é bom ou não, baseado na sua capacidade de entreter. Capitão América foi um ótimo filme nesse quesito, e que no final é o quesito que realmente importa.
    Parem com tanto blábláblá e relaxem um pouco, que coisa mais chata.

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