Quando a década de 80 alcançava sua metade, a série de terror Sexta Feira 13 já tinha perdido grande espaço e destaque dentre os meios comerciais e cinematográficos, passando de uma rápida brisa de criatividade dentro do gênero, para se tornar mais do mesmo, e o pior, levando seu personagem título para o buraco. Após ser morto na Parte IV, os produtores resolveram prosseguir com os lucros da série sem Jason, o que se mostrou um enorme engano com o lançamento da tenebrosa Parte V, que descaradamente vendeu propaganda enganosa, pois o vilão mascarado nem ao menos é o vilão de tal filme. Alguma coisa deveria ser feita, ou cancelar continuações ou conferir novo fôlego a uma já desgastada série.
Assim entrou em cena o diretor Tom McLoughlin, contratado pela Paramount para renascer Jason, literalmente, onde o foco era recuperar os velhos fãs e conseguir mais alguns, visando encher os bolsos de dinheiro até não puderem mais. O real problema da quinta parte, além de não possuir o vilão da saga, foi o fato de se levar a sério demais, onde a história era tão fraca e sem sentido, que deveriam ter acrescentado algo a mais que divertisse o telespectador, mas infelizmente isso não ocorreu, sobrando apenas cenas e personagens insuportáveis. A sexta Parte já trazia em subtítulo que Jason iria viver novamente, e o que acontece é uma bela tática do diretor, que além de trazer Jason de forma surpreendente, abre mão dos velhos elementos que fizeram parte de todos os filmes anteriores da saga.
O humor negro, que absolutamente não existia nos capítulos anteriores, aqui é explorado eficientemente, deixando a trama bem mais interessante. Essa decisão foi acertada, pois ninguém mais agüentava ver uma historia mal contada e querendo ser verossímil e aterrorizante a todo instante (como se isso fosse possível para os produtores e roteiristas inescrupulosos). Aqui Jason aparece do inicio ao fim, fazendo pontas em ataques esporádicos durante a projeção, fato este que não ocorria antes, levando em consideração que mantiam o mistério de quem é o assassino até o desfecho, como se ninguém soubesse o responsável por todo aquele derramamento de sangue. Sua figura é muito bem aproveitada, agora pra valer, causando arrepios com sua aparência grotesca em tela.
Excetuando a desnecessária passagem envolvendo um pessoal que jogava paintball na mata, todo o clima e as situações estão acima da média, causando tanto calafrios quanto risadas involuntárias, como as do acidente do ônibus na estrada. As mortes além de criativas estão bem violentas, em especial aquela em que Jason dobra um homem ao meio. As seqüências finas estão com ótimo clima, repleto de suspense, e tudo pode acontecer em um acampamento lotado de crianças. Desde o desfecho da Parte II, não tínhamos uma seqüência final tão emocionante e assustador. Ver Jason nervoso com o protagonista é de tirar o fôlego, onde ao entrar no lago para pega-lo se torna uma das melhores cenas da saga original. Aliás, Tommy é o mesmo personagem dos capítulos anteriores, e aquele que matou o assassino na Parte IV.
A Sexta parte da saga trouxe elementos para o contexto da história que se tornaram eficazes com uma boa direção, que soube se aproveitar de características que fogem à dos outros filmes, além de deixar os acontecimentos dinâmicos, e não maçantes, como na quinta parte. Jason aparece a todo o momento, mata com violência e ainda provoca risos na platéia. Uma grande continuação que conferiu um novo gás a série, e rendeu mais alguns milhões de dólares aos produtores, que incansáveis ainda produziriam mais 2 capítulos na década de 80, fechando de vez a série e enterrando Jason para sempre. Bem, até a New Line o achar e começar a produzir os piores capítulos da história do assassino mascarado, como os péssimos Jason Vai Para o Inferno e Jason X.
Nota: 7.0
Meu filme favorito de todos os "Sexta Feira 13", adoro o clima de humor que o mesmo mantém de forma não rude.
ResponderExcluiradorooooo!!!
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