Encontre seu filme!

sábado, 23 de julho de 2011

Tá Rindo do Quê? (2009)


Desde suas estréia nas telonas com o engraçadíssimo O Virgem de 40 Anos, em 2005, o nome de Judd Apatow tornou-se ma das principais referências quando o assunto é a comédia escrachada. Utilizando com inteligência algumas sacadas e a ironia contra os bastidores hollywoodianos, Apatow deu seguimento ao prestígio alcançado ao lançar Ligeiramente Grávidos em 2007, elevando de vez seu nome como um dos mais celebrados de Hollywood.

Em 2009, Apatow lança seu terceiro filme, e também sua produção mais e intimista. Tá Rindo do Quê?, apesar de ter Adam Sandler (Embriagado de Amor) e Seth Rogen (do recente Besouro Verde) nos papéis principais, fracassou em sua bilheteria norte-americana, e foi lançado por aqui diretamente no circuito de DVD. Toda a “fraca” repercussão do filme, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, torna-se perfeitamente justificável quando se assiste ao filme: apesar de trazer grandes nomes do gênero, o filme se revela, na verdade, um veículo de humanização de Apatow, onde apesar da presença do bom humor, acabamos nos deparando com um estudo sobre questões delicadas, indo mais à fundo no tratamento dos personagens. Não que não seja um filme divertido e com momentos engraçados, mas é o projeto mais sério de Apatow até agora, o que responde ao fracasso financeiro do filme.

Adam Sandler é George Simmons, comediante de 42 anos que ganha muito dinheiro com os filmes idiotas que faz, é perseguido pelas mulheres, mas não tem amigos de verdade. Quando George descobre que está doente, parte atrás de um herdeiro na comédia (Seth Rogen) e se convence a ir atrás de um antigo amor (Leslie Mann), agora casada com um machão australiano (Eric Bana). 


Desenvolvendo muito bem a realidade dos personagens, mas sem deixar de flertar com o costumeiro humor de Apatow, Tá Rindo do Quê? busca expor e humanizar a vida dos humoristas – o que remete não apenas a Apatow, mas a maioria dos nomes do elenco. Sandler, por exemplo, parece guarda muitas semelhanças com George Simmons, especialmente no que se refere à fama de sujeito bacana e boa-pinta. O ator, aliás, apresenta-se em ótima forma artística, seja na exposição dos dramas do protagonista, ou em seus momentos humorados com seus amigos. Ao lado de Embriagado de Amor e Reine Sobre Mim, Tá Rindo do Quê? configura-se como um dos projetos mais curiosos de sua carreira, não apenas por ser mais dramático, mas por ser aquele que comprova que, ao contrário do que dizem, Sandler possui sua versatilidade, e sabe arriscar dentro de seu terreno.

Apesar do tom sério e maduro presente na projeção, o filme ainda carrega consigo o velho e bom humor inusitado de Apatow, que tanto influencia alguns exemplares atuais do gênero. Não, não existem cenas de perseguições policiais mirabolantes, nem homens cabeludos sendo depilados e nem a utilização do sexo como piada. As piadas surgem de forma mais sutil e equilibrada, desenvolvidas no meio do drama que cerca os personagens. Na realidade, estes momentos cômicos assumem mais a função de “quebra gelo” do que, propriamente, uma obrigação da trama. A dinâmica entre Sandler e Rogen gera ótimos momentos, recheados com diálogos inspirados, mas são de Jonah Hill (Cyrus) e Jason Schwartzman (Huckabees – A Vida É uma Comédia) as cenas genuinamente engraçadas do longa.

O grande problema do filme (e que também surge como uma segunda explicação para o fracasso do mesmo na bilheteria) é sua extensa duração, incomum para o gênero. Como já dito, é a realização mais pessoal de Apatow até agora, e sendo assim, é visível sua proximidade com os personagens e a preocupação com seu desenvolvimento. Assim, Apatow acaba esticando o filme uns 30 ou 40 minutos, gerando uma minutagem que torna a narrativa cansativa em certo momento. Ainda que isto represente a maturidade de Apatow na direção, ser obrigado a acompanhar os dramas do protagonista por tanto tempo torna-se cansativo, o que, mais uma vez, o afastamento do público para com a obra.

Apesar de tudo, Tá Rindo do Quê? encontrou seu espaço quando lançado em DVD, podendo ser admirado com mais facilidade pelo público. E merece, já que sua mistura de comédia e reflexões sobre a vida e as relações gerou um dos exemplares mais interessantes deste gênero dos últimos anos, tudo isto graças a Judd Apatow, um dos realizadores mais promissores e importantes da atualidade. Definitivamente obrigatório.

Nota: 7.0




2 comentários:

  1. O filme é interessante até a parte final.

    Quando estoura a crise entre Sandler, Rogen e Leslie Mann a história desanda, além de ter ainda o péssimo Eric Bana.

    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Parece interessante e divertido.
    Vou procurar conferir.

    ResponderExcluir