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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Eu Não Quero Voltar Sozinho (2010)


A necessidade de se ter alguém como apoio, como um ombro que permanecerá inerte sempre que os momentos ficarem mais difíceis, assim que a escuridão que toma o túnel se torne hostil o bastante para sustentar sozinho. Essa pessoa ao lado, seja um amigo, um parente ou mesmo um amor, será a muleta para auxiliar cada passo, servindo como bússola para a orientação na longa estrada. E tocando nesse tema que toma a vida de cada qual dos indivíduos, está o curta-metragem nacional Eu Não Quero Voltar Sozinho (idem, 2010), que diferente do sugerido, não ergue bandeiras sobre a aceitação da relação entre pessoas de mesmo sexo, pregando pura e simplesmente a importância de se ter alguém ao lado.

Com isso, o diretor e roteirista Daniel Ribeiro escanteia uma discussão social para focar a atenção de sua narrativa em detalhes aparentemente mais simples, desde o universo que envolve os dois rapazes (a escola, mesmo não abrindo espaço para participações menores), até mesmo a compreensão natural de que se está amando. Desse modo, fosse um casal heterossexual ou não, a potência do amor tomando seus sentidos é o que ganha destaque na curta projeção, onde os jovens atores abraçam a naturalidade das expressões, fugindo dos maneiros habituais e das composições normalmente afetadas dos homossexuais em tela.

É sobre a descoberta do amor acima de tudo, conduzida não pela ótica exterior, mas por um ângulo absolutamente interno do protagonista, refletindo que seja por quem for aquele sentimento chegou a sua alma, e ele deve vivê-lo. Então tudo acontece em cena com grande apuro de sensibilidade, provinda de uma compreensão pessoal de que aquela pessoa ao redor é o alguém para se ter sempre ao lado. Os objetos de sustentação por ser um deficiente visual, já não possuem mais relevância para Leo, desde que ele possa contar com um braço para lhe fazer firme a caminhada, seja o trajeto da escola para casa, ou metaforicamente o caminho da longa estrada da vida.

Daniel Ribeiro conclui sua pequena exibição com a sutileza de um olhar reticente, de um rumo ainda incerto a respeito da possibilidade daqueles dois rapazes viverem o amor. Ainda sim, resta a certeza de que o fato de não querer voltar sozinho já não é mais somente uma vontade particular, mas sim a convicção dessa escolha ao se apoiar no braço daquele que lhe garante proteção.

Nota: 7.0 


Assista ao curta logo abaixo:

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