Aos que apenas assistiram ao trailer de A Promessa, não se deixem enganar pelo aparente aspecto de thriller investigativo que o filme parece exalar. Partindo de uma premissa básica do gênero, esta pequena realização dirigida por Sean Penn (cujos outros trabalhos de sua autoria foram Unidos Pelo Sangue e Acerto Final) se revela um poderoso drama, onde acompanhamos a jornada de um homem em busca do pagamento de uma dívida. Indo mais além, o filme desmitifica o desejo do ser humano em buscar um sentido para sua vida, para buscar seu lugar no mundo.
Jerry Black (Jack Nicholson) é um policial prestes a se aposentar. Em seu último dia de serviço, ele visita a cena de um crime onde uma garota de apenas 7 anos fora assassinada, e tem a difícil missão de avisar para a família do ocorrido. Jerry fica emocionado com o desespero da mãe da menina, e promete, a todo custo, achar o assassino de sua filha, mesmo estando aposentado.
Baseado no livro de Friedrich Dürrenmatt, A Promessa é, antes de qualquer coisa, um tocante estudo sobre os efeitos da solidão no ser humano, e como este sentimento consegue nos levar aos mais impensáveis atos para nos mantermos na ativa, para que os outros ainda consigam enxergar em nós alguma utilidade. Jerry estava para se aposentar, mas enxerga no polêmico caso da menina uma maneira de justificar sua existência, sua função em um mundo onde, numa idade avançada, somos considerados, de certa forma, dispensáveis. E quando a tal promessa surge diante de seu caminho, Jerry a agarra com toda força, já que sendo um homem solitário, ele busca uma maneira de não ficar sozinho, de manter as atenções ao seu lado.
Jerry Black (Jack Nicholson) é um policial prestes a se aposentar. Em seu último dia de serviço, ele visita a cena de um crime onde uma garota de apenas 7 anos fora assassinada, e tem a difícil missão de avisar para a família do ocorrido. Jerry fica emocionado com o desespero da mãe da menina, e promete, a todo custo, achar o assassino de sua filha, mesmo estando aposentado.
Baseado no livro de Friedrich Dürrenmatt, A Promessa é, antes de qualquer coisa, um tocante estudo sobre os efeitos da solidão no ser humano, e como este sentimento consegue nos levar aos mais impensáveis atos para nos mantermos na ativa, para que os outros ainda consigam enxergar em nós alguma utilidade. Jerry estava para se aposentar, mas enxerga no polêmico caso da menina uma maneira de justificar sua existência, sua função em um mundo onde, numa idade avançada, somos considerados, de certa forma, dispensáveis. E quando a tal promessa surge diante de seu caminho, Jerry a agarra com toda força, já que sendo um homem solitário, ele busca uma maneira de não ficar sozinho, de manter as atenções ao seu lado.
Tanto que, em determinado ponto do filme, a policia captura o provável assassino da menina, o índio Toby Jay Wadenah (Benicio Del Toro, impressionante mesmo com poucos minutos em cena), mas Jerry recusa-se em aceitar que aquele seja, de fato, o culpado pelo ocorrido. Quando o suspeito confessa o crime e, logo em seguida, suicida-se na delegacia, a polícia dá o caso por encerrado, mas em seu íntimo, Jerry possui a absoluta certeza de que o verdadeiro culpado continua à solta. Seguindo seus instintos, Jerry continua a busca por conta própria, seguindo novas pistas que o levam a conhecer uma garçonete, interpretada por Robin Wright Penn, na época, esposa do diretor.
É a partir daí que o longa assume contornos mais intensos, com a crescente paranóia de Jerry sobre sua proximidade em solucionar o caso. Desenvolvendo toda a pressão psicológica em cima de Jerry com um cuidado narrativo admirável, Sean Penn mostra perfeitamente como a obsessão do protagonista começa a afetar sua vida pessoal. Penn, apesar de contar com o bom roteiro de Jerzy e Mary-Olson Kromolowski, se apóia principalmente na força de seu elenco, onde encontramos um inspirado Jack Nicholson, onde vemos seu personagem ser tomado gradativamente pela loucura. Nicholson desenvolve muito bem as angústias do protagonista, tornando a obra uma experiência psicológica ainda mais intensa. Os nomes restantes do elenco, apesar de conhecidos e respeitados (Helen Mirren, Patricia Clarkson, Vanessa Redgrave, Benicio Del Toro, Mickey Rourke e Aaron Eckhart), apenas suprem as necessidades do roteiro, sendo que Robin Wright Penn é a única do elenco coadjuvante que recebe algum destaque.
O grande problema de A Promessa reside em seu final, mais exatamente na conclusão aberta e que não deixa nenhum espaço para novas interpretações. É sim, uma opção corajosa para fechar a trama, mas fica a sensação de que algo ficou incompleto. Entretanto, o destino cruel para Jerry Blake funciona, por entrar em perfeita coesão com tudo o que fora mostrado até ali. Alguns clichês também são inevitáveis, mas isso não apaga a força emocional com que A Promessa atinge o espectador. Provavelmente, será rejeitado pela maioria dos que o assistirem, mas é uma obra fora do convencional, reflexiva, e que certamente, merece ser conferida.
É a partir daí que o longa assume contornos mais intensos, com a crescente paranóia de Jerry sobre sua proximidade em solucionar o caso. Desenvolvendo toda a pressão psicológica em cima de Jerry com um cuidado narrativo admirável, Sean Penn mostra perfeitamente como a obsessão do protagonista começa a afetar sua vida pessoal. Penn, apesar de contar com o bom roteiro de Jerzy e Mary-Olson Kromolowski, se apóia principalmente na força de seu elenco, onde encontramos um inspirado Jack Nicholson, onde vemos seu personagem ser tomado gradativamente pela loucura. Nicholson desenvolve muito bem as angústias do protagonista, tornando a obra uma experiência psicológica ainda mais intensa. Os nomes restantes do elenco, apesar de conhecidos e respeitados (Helen Mirren, Patricia Clarkson, Vanessa Redgrave, Benicio Del Toro, Mickey Rourke e Aaron Eckhart), apenas suprem as necessidades do roteiro, sendo que Robin Wright Penn é a única do elenco coadjuvante que recebe algum destaque.
O grande problema de A Promessa reside em seu final, mais exatamente na conclusão aberta e que não deixa nenhum espaço para novas interpretações. É sim, uma opção corajosa para fechar a trama, mas fica a sensação de que algo ficou incompleto. Entretanto, o destino cruel para Jerry Blake funciona, por entrar em perfeita coesão com tudo o que fora mostrado até ali. Alguns clichês também são inevitáveis, mas isso não apaga a força emocional com que A Promessa atinge o espectador. Provavelmente, será rejeitado pela maioria dos que o assistirem, mas é uma obra fora do convencional, reflexiva, e que certamente, merece ser conferida.
Nota: 7.0
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