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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Era do Gelo (2002)


Todo cinéfilo que se preze tem um fraco por algum gênero especifico. Enquanto que uns adoram um bom drama, outros curtem uma boa comédia. Enquanto uns apreciam um bom terror, outros aproveitam um bom filme de ação. Levando para o lado particular, tenho uma grande queda por animações. Desde que a Pixar fincou seus pés no mercado dos desenhos digitais, venho me encantando cada vez mais com o leque de oportunidades que uma experiência desse gênero pode proporcionar. Aos mais nostálgicos como eu, assistir a uma animação é poder reviver os tempos de infância, voltar a inocência e deixar nossa imaginação fluir.

Desde sua estréia em longas-metragens com o inesquecível Toy Story, a Pixar tem sido a principal responsável por trazer este delicioso sentimento ao público, com seus filmes aparentemente voltados ao público infantil, mas que por debaixo trazem questionamentos voltados ao público mais maduro. O que não significa que, vez ou outra, uma outra produtora possa surgir com uma boa animação, e é aqui que se encaixa este A Era do Gelo.

Dirigido por Chris Wedge em parceria com o brasileiro Carlos Saldanha, A Era do Gelo fez por merecer o sucesso que obteve entre o público. Primeiro, pelo visível esforço em criar uma animação bonita, com um visual que pudesse encantar e surpreender os olhos. Segundo, por ser uma animação que obteve o mérito de atingir todas as idades, dos menores até os idosos. Resumindo, A Era do Gelo é um divertidíssimo programa, repleto de ótimos momentos cômicos e personagens pelos quais é impossível não se apaixonar.


Como já dito, a principal virtude do filme é conseguir atingir não apenas seu aparente público alvo, mas também espectadores de todas as idades. Impossível não se divertir com as trapalhadas da preguiça Sid, o mau humor do mamute Manfred ou até mesmo com o maquiavélico Diego, que sem nenhuma surpresa, começa a questionar sobre a qual lado ele realmente pertence. Porém, não há nada mais hilário do que o esquilo Scrat, que desde a abertura do filme, mostra a que veio: perseguir incessantemente uma noz, que insiste em escapar das mãos do bichinho. Scrat é dono do filme, é de suas tentativas em agarrar a noz que provem as melhores risadas e os melhores momentos do longa.

Interessante também analisar como o roteiro (escrito por Michael J. Wilson, Michael Berg e Peter Ackerman) se preocupa em transformar os personagens em figuras com sentimentos humanos. Por exemplo, desde o começo percebemos que Manfred é atormentado por algum trauma do passado, já que insiste em manter distância de relacionamentos mais próximos. E quando é revelado o que, de fato, aconteceu no passado no Mamute, nós não apenas nos envolvemos e nos emocionamos com ele, mas também nos surpreendemos pela forma como tudo é revelado, num “flashback” bastante original e inovador, repleto de beleza estética.

Os outros personagens também não ficam de fora. Mesmo tendo sido rejeitado pela família, é possível ver que, nas atitudes atrapalhadas de Sid, se esconde o desejo de possuir uma companhia, alguém com quem possa contar e também oferecer apoio. Já Diego, que a principio se apresenta como alguém traiçoeiro e vingativo, aos poucos vai revelando seu lado mais sensível ao perceber a maneira carinhosa com que seus amigos lhe tratam. Não apenas contando com seu carisma, estes pequenos personagens apresentam seus complexos conflitos pessoais, o que nos permite admirar e torcer ainda mais pela jornada deles.

Claro, como seu principal público-alvo são os pequenos, existem algumas piadas forçadas, que até podem arrancar risadas dos guris, mas que pouco cativarão os mais exigentes. Felizmente, esta piadas se resumem a poucos momentos, e durante seus quase 90 minutos de duração, A Era do Gelo consegue divertir e emocionar, além de trazer um visual espetacularmente lindo. Se não chega a ser um marco para o ramo das animações, também não faz feio, e consegue se destacar atualmente no meio de tantos exemplares ruins lançados anualmente. É para se rever muitas vezes. 

Nota: 8.0

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