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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Luzes da Cidade (1931)


A partir da década de 1930, o cinema mundial vivenciou uma das maiores transformações de sua história. Essa mudança foi aceita pela grande maioria dos cineastas e cinéfilos de todo o mundo. Porém, Charles Chaplin não gostou não gostou da idéia de que o “cinema falado” estivesse se sobressaindo ao “cinema mudo”. Por isso Chaplin fez uma tentativa de sucesso para continuar divulgando seu sucesso no cinema mudo, lançando, 1931, o grande sucesso de público e crítica “Luzes da Cidade” (City Lights, 1931).

Após um sucesso enorme com a saga de seu personagem “Carlitos”, Chaplin aprendeu a vivenciar outro grande personagem do cinema: o desastrado e muito querido “vagabundo”, que participou de tantos filmes, como em “O Circo” (The Circus, 1928), “O Garoto” (The Kid, 1921) e “Vida de Cachorro” (A Dog´s Life, 1918). “Luzes da Cidade” obteve interessantes aperfeiçoamentos técnicos. Vale citar o áudio dos atores no inicio do filme, a trilha sonora de boa qualidade, os pontos fortes na edição de som e, claro, as divertidas cenas do ator Charles Chaplin, em mais uma obra de arte de sua vida e do cinema mundial.

“Luzes da Cidade” inicia-se com a entrega de uma estátua, feita pelo poder político, ao público de uma cidade. E desde já percebemos as divertidas trapalhadas do vagabundo, que aparece dormindo sobre a estátua e vira motivo de riso pelo povo que está no local. Após a confusão o vagabundo se apaixona, a primeira vista, por uma vendedora de flores que é cega, e ela acaba o confundindo com um homem rico. Ignorado, ele vai à uma fonte, onde conhece um bêbado e o ajuda moralmente a não cometer suicídio e acabam virando grandes amigos e vão à festas pela cidade, até que chegam a casa de seu mais novo amigo e acaba descobrindo que ele é um milionário. (Tudo isso, claro, com muita comédia).


Ao acordar, o milionário ficou sóbrio e desconheceu o seu amigo vagabundo, que ao sair para a rua e encontra-se mais uma vez com a vendedora de flores que é cega, e ele compra todas as flores da vendedora e a leva para casa com o carro do milionário (que o emprestara quando estava bêbado). Quando descobre que sua amada está prestes a ser despejada, ele faz de tudo para conseguir o dinheiro, como varrer a rua e lutar boxe. Mas, não conseguiu e ficou muito triste. (Tudo isso, claro, com muita comédia).

Já de noite, o vagabundo encontra-se, mais uma vez, com o milionário bêbado que o convida para mais festas, e ao fim, o vagabundo pede dinheiro ao milionário, que o satisfaz co mil dólares e em seguida dorme. Quando acorda a policia está lá, pois o vagabundo chamara para prender os ladrões que lá estiveram, porém o próprio vagabundo é culpado roubar o dinheiro do milionário, que disse que não sabia de nada, pois, agora estava sóbrio, porém, o vagabundo acaba fugindo. (Tudo isso, claro, com muita comédia).

Quando chega à casa de sua amada ele lhe dá todo o dinheiro (mil dólares) para ela pagar a pensão e pagar a realização de uma operação nos olhos para enxergar e diz que se ausentará por um tempo. E no outono ele aparece todo sujo jogado em frente à loja de flores, que ela construira com sua avó. Porém, ela não se lembra dele e só quando o toca é que percebe que ele é homem que outrora a ajudou tanto. (Tudo isso, claro, com muita comédia. E emoção).


Há muitas lições que extraímos de um filme tão rico, tão puro e tão simples. Prestem atenção no que um vagabundo, morador de rua, faz ao perceber que uma mulher cega, que ele gosta tanto, que passa por uma situação difícil de despejo. Ele vai trabalhar varrendo as ruas, ele põe sua saúde em risco ao lutar boxe contra um homem mais forte e experiente que ele. Isso é que é lição de perseverança, quando o assunto é quem você ama. Esse filme é uma das boas comédias românticas da época e até hoje é lembrada positivamente.

Nesta divertidíssima comedia romântica de Charles Chaplin, fica claro que o cinema mudo não morrera completamente, pois o que “Luzes da Cidade” nos diz é exatamente isso. Um filme tão bom, que não é muito se for chamado de uma das obras de arte da história do cinema. Temos que elogiar, muito, um filme tão bem feito (e olha que foi em 1930), pois atualmente, são raros os filmes que chegam aos pés de “Luzes da Cidade”.

Nota: 9.0



2 comentários:

  1. Provavelmente o melhor filme mudo de sempre, sequências únicas e memoráveis, uma compaixão enorme, como só Chaplin conseguia fazer trespassar. Um triunfo. Cumprimentos.

    http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

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  2. Lindaço. Tanta mensagem sem dizer uma única palavra.

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