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domingo, 11 de setembro de 2011

Uma Aventura na Martinica (1944)


Estamos em 1942. Harry Morgan, proprietário de um barco na Martinica, ganha sua vida conduzindo ricos turistas em pescas marítimas. Gerard, seguidor do Chefe da Resistência Gal. De Gaulle, dono de um conceituado hotel onde vive o próprio Morgan, solicita que ele faça chegar a ilha um dos chefes da Resistência. Primeiramente reticente Harry aceita, já que esta acuado pela necessidade de ganhar dinheiro. Ele está enamorado de uma jovem americana e deseja deixar o local em sua companhia.

Howard Hawks é um cineasta conceituado dentro da filmografia mundial. Realizou várias obras notáveis dentro de vários gêneros. O próprio Billy Wilder que lhe escreveu o roteiro de “Bola de Fogo” acompanhou toda a filmagem dessa obra a fim de compreender como um grande filmava. Agora é necessário saber que “Uma aventura na Martinica” é um filme menor dentro de sua história cinematográfica. É mais lembrado devido aos bastidores de sua filmagem. É a estréia nas telas de uma futura lenda: Uma jovem nova-iorquina de 19 anos que o diretor descobriu num book de modelos e pela qual caiu (dizem) enamorado. O nome da lenda: Lauren Bacall.

A história narrada é pura referência ao clássico de Michael Curtiz (Casablanca) realizado anos antes, ainda que se arvore em um texto de Hemingway roteirizado por William Faulkner (tal semelhança com o filme de Curtis garantiu a realização do filme – bancou sua produção). A história que vemos soa-nos rústica e atarantada (sem aquele ar elegante e incerto que tanto nos cativa quando vemos Casablanca). De qualquer forma, apesar de irregular, o filme ainda nos passa momentos de brilho de um relâmpago imprevisto, de um velho lobo de mar ferido, que se pega repentinamente aniquilado pelo imprevisto de uma paixão. E a malícia tingida de cinismo de Bacall que mordisca os lábios e rompe a tela destilando frases apimentadas de subentendidos licenciosos. E tanto na realidade como na ficção o nascimento de uma paixão. Paixão essa que contribuiu muito para a flacidez da obra. Não deve ter sido fácil para o diretor ver que aquela que lhe despertara uma gama intensa de sentimentos tenha sido fisgada por outro. Daí talvez a falta de charme da obra, que não deixa de ser um “Casablanca” sem aura que permanece uma obra a ser conferida somente pela paixão da dupla que conseguiu fazer respingar em alguns diálogos a história que viviam nos bastidores. Nem por isso devemos condenar Hawks. Do ponto de vista estético a obra está perfeita. Faltou, porém algo que talvez naquele momento não pudesse dar a obra. Paixão por ela. Mas se realmente caíra apaixonado, seria muito difícil se entusiasmar com o projeto. De qualquer forma um filme nada desprezível.

Nota: 7.5



Um comentário:

  1. Interessante. Vi Casablanca. Será um filme fácil de achar como o outro?

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