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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Larry Crowne (2011)




Às vezes, as agruras da vida nos surpreendem nossa vida de obviedades com uma rasteira para que possamos nos reerguer e reencontrar os eixos sob uma nova condição, porém mais fortes e determinados do que antes, com um aprendizado que nos permite atravessar outras situações semelhantes com maior desenvoltura. A partir disso, podemos pensar: diante das surpresas que vivenciamos, qual nossa parte óbvia?

Em Larry Crowne (idem, 2011, Tom Hanks), vemos o protagonista homônimo passar pelo mesmo tipo de situação: começa a freqüentar a universidade comunitária depois de ser demitido de seu emprego como vendedor de uma loja de conveniências por ter somente o ensino médio. Durante seus estudos em Economia, ele conhece os alunos cool que formam uma gangue de admiradores das scooters que modificam seu visual; e, em Oratória, encontra diversos tipos tímidos que não almejam melhorar sua capacidade de falar em público, assim como a antipática e desbocada professora Mercedes Tainot, por quem começa a se apaixonar ao longo do enredo.
  

Uma das maiores surpresas do longa reside no roteiro frouxo e sem criatividade de Tom Hanks e Nia Vardalos, que entregam os diálogos e situações mais óbvias que poderiam acontecer em um filme – como a cena final entre Roberts e Hanks -, além de situações que, se não ficam resolvidas, pouca diferença fazem na história – como o ciúme do namorado de uma das colegas de Crowne na universidade -, surpreendendo cada vez menos seu público enquanto a narrativa avança. A direção de Hanks tampouco consegue dinamizar sua empreitada por ser à moda antiga em excesso, perdendo o charme que uma história passada nos subúrbios poderia trazer. Em seu elenco, somente seus coadjuvantes conseguem fugir – um pouco, não muito – da obviedade e trazer elementos mais interessantes para a construção de seus personagens, já que Hanks consegue desperdiçar o talento de gente como Taraji P. Henson, Wilmer Valderrama e Pam Grier para relegá-los a quase pontas.

Veredito: este seria um bom filme nos anos 30. Hoje, démodé demais para um ator do porte de Hanks. Realmente, foi uma grande surpresa.

Nota: 5,0


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