A história gira em torno de um Hacker, Thomas Anderson (Keanu Reeves), que após alguns fatos, passa a duvidar da própria realidade. Acaba por conhecer Trinity (Carrie Anne Moss) e Morpheus (Lawrence Fishburne), duas pessoas enigmáticas que o convencem a ''abrir os olhos'' e enxergar a verdadeira realidade. É quando Anderson se depara com um mundo futuro, dominado pelas máquinas que passam a se alimentar da energia bioelétrica dos neurônios dos seres humanos, induzindo-os a viver numa realidade inexistente, um verdadeiro sonho gerado por um programa de computador. Thomas, agora conhecido como Neo, é tido como o escolhido (the one), aquele que libertará a humanidade das máquinas. Porém, dentro da Matrix existe um certo programa responsável por exterminar qualquer indivíduo que venha a invadir a falsa realidade, o inexorável agente Smith (Hugo Weaving, caricato e inesquecível).
É dentro desse maravilhoso contexto que o filme se apresenta como uma verdadeira obra-prima, inegavelmente espetacular. Cada diálogo se aproveita do máximo possível de criatividade, tornando o filme ainda mais interessante. Impossível esquecer da conversa na mesa, enquanto todos comem e debatem sobre o ''gosto do frango'' na falsa realidade. Ainda temos a bela cena (e mais paradoxal) onde Neo derruba o vaso na casa do Oráculo. Simplesmente inesquecível.
Também é interessante observar a capacidade dos Wachowsky de dirigir bem as fabulosas cenas de ação. Cenas que eternamente serão lembradas (desvio da bala) estão presentes no filme, cenas com um belo uso do efeito conhecido como Bullet-Time. O próprio roteiro do filme é um pretexto para o exagero das cenas, já que as habilidades dos personagens são adquiridas por meio de downloads e transferidas ao cérebro por meio de plugs existentes em sua nuca (afinal, ''I know Kung Fu''). Algo genial, capaz de esticar um grande sorriso nas extremidades de nosso rosto.
Talvez, o principal fator responsável por fazer com que as pessoas identifiquem facilmente os personagens como sendo do filme Matrix, seja a maneira com que os mesmos são caracterizados. Suas roupas e seus óculos escuros os tornam facilmente identificáveis (''olha, este é o agente Smith !'') e convenhamos, combinam perfeitamente com o contexto do filme. Aqui, Hugo Weaving torna o agente Smith um dos personagens mais memoráveis de todos os tempos. Suas falas e feições inexpressivas fazem um personagem insensível, um verdadeiro ''ser digital'', isento de sentimentos.
Por vezes os diretores fazem uso excessivo de Bullet-Times, tornando o filme ainda mais icônico. Devido a esse motivo, a obra é constantemente parodiada por desenhos animados ou filmes de comédia, perdendo parte de seu verdadeiro valor. Quanto aos efeitos especiais, o filme dá um verdadeiro show já que os utiliza de forma eficiente, tornando algumas sequências realmente excitantes. Ganhou merecidamente o Oscar de CGI, vencendo até Star Wars - A ameaça fantasma (que também possui belos efeitos especiais).
Entre tantos elogios sempre há um defeito, afinal, nada vem a ser perfeito. Keanu Reeves não se demonstra suficientemente espetacular em sua atuação, aliás, demonstra certa inexpressividade em sua performance (seria ele um programa de computador ?). O importante é que ele faz o básico, o que já é o suficiente. O restante do elenco deve ser destacado como inteiramente convincente, mais um ponto positivo para a obra.
Outro aspecto que merece maior atenção é a sua ótima trilha sonora. Músicas como ''Dragula'', '' Rock is Dead'' ou ''Ultrasonic sound'' ( interpretadas por Rob Zombie, Marilyn Manson e Hive, respectivamente) estão presentes no filme, encaixadas em cenas que combinam perfeitamente.
Ao realizarem o filme, os Wachowsky pensaram o impensável, alcançaram o inalcançavel e realizaram uma obra imperdível, sendo esta ainda atual mesmo depois de onze anos. Filosofia e questionamentos sobre o que nos rodeia, sobre onde vivemos, sobre nossa realidade são levados ao limite máximo neste maravilhoso filme (desculpe a repetição dos termos mas já não tenho mais adjetivos o suficiente para qualificar o filme...).
As sequências do filme são boas, porém não se igualam a esse primeiro, não possuem sua essência e muito menos sua originalidade. Mesmo assim, não são dispensáveis, não para os fãs ou amantes de ficção científica.
Para encerrar, tenho a dizer que o filme quase alcança a perfeição, pois acerta em quase tudo o que propõe: Ótimo elenco, excelentes efeitos especiais , bela trilha sonora e acima de tudo, um roteiro realmente belo por conta de sua complexidade. Absolutamente recomendado.
'' Seria real o gosto da comida que ingerimos ou apenas uma simulação computacional ? ''
Nota: 10.0
O grande problema de Matrix é que suas continuações são tão ruins que estragam o primeiro...
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