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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Um Príncipe em Nova York (1988)


Ao subir dos créditos deste "Coming to America" (Um Príncipe em Nova York, no Brasil) fica uma pergunta: Por que Eddie Murphy não continuou fazendo filmes divertidos, simples e sem baixarias como este?

A trama roteirizada por David Sheffield e Barry W. Blaustein apartir de um argumento de Eddie Murphy (que contou com a colaboração não creditada do falecido Art Buchwald) apresenta o príncipe africano Akeem, que se rebela contra um casamento arranjado por seu pai, o Rei Jaffe Joffer, e decide ir até Nova Iorque, acompanhado de seu melhor amigo, a procura de uma noiva. Ele resolve se passar por um estudante pobre para encontrar uma noiva que o ame pelo que é e não por sua posição na realeza. Só que as diferenças entre as culturas dos Estados Unidos e do seu país o colocam em diversas confusões, inclusive em seu local de trabalho, a lanchonete McDowell.

"Coming to America" foi um dos maiores sucessos de bilheteira da década de 80 e foi unanimemente considerado como um dos melhores filmes da carreira Eddie Murphy que, além de ser co-autor do argumento é o protagonista Príncipe Akeem de Zamunda (fazendo também mais três personagens: um barbeiro, um senhor de idade na barbearia e um religioso).


O que faz a graça do filme é basicamente o conjunto da obra que, como um todo, funciona muito bem. O roteiro, apesar de bem previsível, amarra de forma simples e eficiente os acontecimentos e constrói os personagens convincentemente. A falta de pressa e correria (comuns nas produções atuais) é outro trunfo do filme que consegue agradar sem apelar para cortes rápidos, piadas constrangedoras ou baixarias. Talvez a maior parte da graça esteja justamente nesse fato.

O elenco é digno de uma indicação ao SAG. Arsenio Hall como Semmi (e mais três personagens) dá um show como o melhor amigo de Akeem e que não gosta de se passar por pobre. É dele algumas das melhores piadas como a de quando Akeem leva a namorada Lisa McDowell (Shari Headley, discreta e ótima) para conhecer seu apartamento numa atitude que pode revelar a identidade do príncipe. James Earl Jones como o Rei Jaffe Joffer está sóbrio e convincente assim como Madge Sinclair como a Rainha Aoleon. John Amos como o picareta Cleo McDowell (pai de Lisa) sabe se portar muito bem como o patrão de Akeem que quando descobre sua identidade passa a paparicar o príncipe, no qual vê um partidão para a filha. Eriq La Salle como o fanfarrão Darryl Jenks está ótimo (o fora que leva do sogro, na parte final do filme, é hilário).

Ainda se deve mencionar a participação divertida de Samuel L. Jackson como um assaltante da lanchonete que é dominado pelo príncipe, Cuba Gooding Jr. como uma cliente da barbearia e Dom Ameche como Mortiner Duke.


Se o elenco está afinado parte do mérito cabe à direção sem gorduras de um especialista em comédias, John Landis que deixa as cenas e as atuações fluírem. Sua mão não pesa (aqui isso é um baita elogio) e o filme faz rir de forma leve. A montagem a quatro mãos de Malcolm Campbell e George Folsey Jr. ajudada pela fotografia sem exageros de Sol Negrin e Woody Omens deixam os 116 minutos do filme bem fáceis de assistir.

Os figurinos funcionais de Deborah Nadoolman, esposa de John Landis, e a maquiagem do experiente Rick Baker foram as duas indicações de "Coming to America" ao Oscar e são os destaques do filme, principalmente a maquiagem que deixou Eddie Murphy e Arsenio Hall bem caracterizados.

A estréia americana se deu dia 29/06/1988 em 2,064 salas colhendo US$ 21,404,420 já no primeiro final de semana de exibição. A bilheteria final nos EUA foi de US$ 128,152,301 que somados aos US$ 160,600,000 do mercado externo totalizaram US$ 288,752,301 para um orçamento de US$ 39 milhões.

Nota: 7.0


Um comentário:

  1. A carreira de Eddie Murphy teve o auge nos anos oitenta. Além do filme da postagem, ele fez os ótimos "Um Tira da Pesada 1 & 2", "48 Horas 1 & 2" e "Trocando as Bolas".

    A década de noventa foi de altos e baixos, com alguns filmes engraçados como "Os Picaretas" com Steve Martin, porém nos últimos dez anos sua carreira afundou. Com exceção do trabalho em "Dreamgirls", o restante são comédias idiotas totalmente sem graça.

    Um desperdício de talento.

    Abraço

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