Em 2009, o polêmico diretor Lars Von Trier (de Dogville) chocou e impressionou o público com Anticristo, filme que abordava a tentativa de um casal em superar a trágica morte de seu filho e que também veio a se mostrar o projeto mais pessoal da carreira do diretor. Em 2010, Reencontrando a Felicidade, estrelado por Nicole Kidman e Aaron Eckhart, abordava o mesmo assunto adotando um clima de depressão pesado e intimista. O que essas duas obras possuem em comum? Ambas eram realizações arriscadas, pois necessitavam estar na medida certa para atingir o espectador de acordo com seus objetivos, seja na direção ou na veia dramática de suas atuações. E não há nada mais adequado do que mencionar estes projetos recentes para atestar que, por mais bem intencionado que seja, é preciso calibre e pericia para comandar uma temática que, por si só, já demonstra força, e é exatamente isto que mais fez falta em Em Busca de uma Nova Chance.
Dirigido pela estreante Shana Feste, o filme acompanha os nove meses posteriores à morte de Bennett (Aaron Johnson), filho de um casal de classe média (Pierce Brosnan e Susan Sarandon), após sofrer um acidente de carro. Enquanto tenta superar a perda, o casal e o filho mais novo (Johnny Simmons) recebem a visita de uma adolescente de 18 anos (Carey Mulligan), que afirma estar grávida há 3 meses. O pai, claro, não poderia ser outra pessoa além do jovem falecido.
Assim como os exemplos citados no começo do texto, Em Busca de uma Nova Chance possuía potencial para transformar-se em um grande drama, e só pelo fato de uma diretora estreante abordar um assunto tão difícil de ser apresentado já apresentava certa coragem por parte da realizadora. De fato, existem momentos em que o filme consegue tocar o espectador de forma intima e profunda, sendo que o ápice destes momentos se passa logo após os créditos iniciais, onde numa longa passagem silenciosa, uma câmera permanece estática por vários minutos dentro de um carro, exibindo a dor e o sofrimento da família perante o trágico acontecimento.
Infelizmente, na maior parte do tempo o roteiro (também assinado por Feste) insiste em permanecer no exagero, na emoção forçada e no sentimentalismo barato. Como já dito, realizações como essa necessitam de um realizador sensível, de mão firme mas que também consiga olhar para o desenvolvimento da trama com carinho e sensibilidade. E mesmo com alguns momentos competentes, como a já citada cena do carro, é possível sentir a mão pesada da diretora durante quase toda a projeção, limitando-se ao básico, mas sempre tentando arrancar lágrimas forçadas do espectador.
Para sua sorte, Feste conta com um elenco que, em sua maioria, consegue driblar a narrativa fraca construída pela diretora. Se Pierce Brosnan ainda não consegue desvencilhar-se da canastrice que apresentou ao longo de toda a sua carreira (e aliás, é inexplicável o fato de seu personagem ser tão frio), é em Susan Sarandon que o filme encontra seu maior trunfo. Inegavelmente talentosa, Sarandon consegue transmitir com veracidade todo o sofrimento enfrentado pela personagem diante da perda do filho, permitindo que o público consiga acompanhar o sofrimento da mãe como se estivéssemos ao seu lado. Carey Mulligan (indicada ao Oscar por Educação) também realiza um trabalho convincente como a adolescente Rose, que se vê na necessidade de lutar contra o sentimento da perda e de ser aceita num ambiente familiar completamente diferente do seu. Aaron Johnson, infelizmente, acaba sendo o mais prejudicado pelo roteiro, já que seu papel pouco lhe oferece com o que trabalhar.
Perdido dentro de suas tentativas de emocionar, Em Busca de uma Nova Chance decepciona diante de seu potencial desperdiçado. Faltou sutileza, faltou ousadia e, principalmente, faltou fluidez na emoção. Uma pena.
Dirigido pela estreante Shana Feste, o filme acompanha os nove meses posteriores à morte de Bennett (Aaron Johnson), filho de um casal de classe média (Pierce Brosnan e Susan Sarandon), após sofrer um acidente de carro. Enquanto tenta superar a perda, o casal e o filho mais novo (Johnny Simmons) recebem a visita de uma adolescente de 18 anos (Carey Mulligan), que afirma estar grávida há 3 meses. O pai, claro, não poderia ser outra pessoa além do jovem falecido.
Assim como os exemplos citados no começo do texto, Em Busca de uma Nova Chance possuía potencial para transformar-se em um grande drama, e só pelo fato de uma diretora estreante abordar um assunto tão difícil de ser apresentado já apresentava certa coragem por parte da realizadora. De fato, existem momentos em que o filme consegue tocar o espectador de forma intima e profunda, sendo que o ápice destes momentos se passa logo após os créditos iniciais, onde numa longa passagem silenciosa, uma câmera permanece estática por vários minutos dentro de um carro, exibindo a dor e o sofrimento da família perante o trágico acontecimento.
Infelizmente, na maior parte do tempo o roteiro (também assinado por Feste) insiste em permanecer no exagero, na emoção forçada e no sentimentalismo barato. Como já dito, realizações como essa necessitam de um realizador sensível, de mão firme mas que também consiga olhar para o desenvolvimento da trama com carinho e sensibilidade. E mesmo com alguns momentos competentes, como a já citada cena do carro, é possível sentir a mão pesada da diretora durante quase toda a projeção, limitando-se ao básico, mas sempre tentando arrancar lágrimas forçadas do espectador.
Para sua sorte, Feste conta com um elenco que, em sua maioria, consegue driblar a narrativa fraca construída pela diretora. Se Pierce Brosnan ainda não consegue desvencilhar-se da canastrice que apresentou ao longo de toda a sua carreira (e aliás, é inexplicável o fato de seu personagem ser tão frio), é em Susan Sarandon que o filme encontra seu maior trunfo. Inegavelmente talentosa, Sarandon consegue transmitir com veracidade todo o sofrimento enfrentado pela personagem diante da perda do filho, permitindo que o público consiga acompanhar o sofrimento da mãe como se estivéssemos ao seu lado. Carey Mulligan (indicada ao Oscar por Educação) também realiza um trabalho convincente como a adolescente Rose, que se vê na necessidade de lutar contra o sentimento da perda e de ser aceita num ambiente familiar completamente diferente do seu. Aaron Johnson, infelizmente, acaba sendo o mais prejudicado pelo roteiro, já que seu papel pouco lhe oferece com o que trabalhar.
Perdido dentro de suas tentativas de emocionar, Em Busca de uma Nova Chance decepciona diante de seu potencial desperdiçado. Faltou sutileza, faltou ousadia e, principalmente, faltou fluidez na emoção. Uma pena.
Nota: 5.0
Ainda não tive oportunidade pra ver esse filme mas eu gostei do trailer e me parece ser um filme bem interessante seu blog é ótimo, obrigado por visitar o meu, e estás convidado a voltar, vc tá afim de fazer parceria comigo? aguardo respostas!
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