Olá a todos, eu sou
Luís Eduardo e sou novo aqui no Cine Lupinha. A partir de hoje irei publicar
críticas rotineiramente- tanto de lançamentos quanto de filmes cultuados (ou
não tão cultuados assim). Era para eu ter começado há umas semanas atrás, porém
só estou lançando hoje a primeira crítica, espero que gostem.
Então, para começar,
escolhi fazer algo próximo a uma “prévia” de um dos mais esperados lançamentos
(pelo menos da minha parte) do ano: Prometheus. Com a volta da série “Alien” às
boas mãos do Ridley Scott, nada melhor do quê comentar sobre o primeiro filme
da série: “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979)- um dos mais assustadores filmes
da história e apresentação de uma memorável heroína: Ripley (atuada sempre bem
pela Sigourney Weaver); antes dele entrar num tempo decadente, culminando ao
fazer o Predador (outro alienígena que tinha por passa tempo matar humanos)
protagonizar uma ridícula cena (?) “romântica” com uma humana.
A série, quando sem
outro universo ficcional inserido nela, pode ser considerada um “berço de
grandes diretores”, ou, pelo menos, que viriam a ter reconhecimento. Os dois
últimos filmes da série foram feitos sob rédeas dos produtores, por isso a
qualidade de seus cineastas(David Fincher e Jean-Pierre Jeunet) não
aparecia tanto, mas, os dois primeiros, com maior liberdade, foram filmes a
ser lembrado. James Cameron com o seu estilo rambolino, fazendo Ripley atirar
em tudo que se move, e o (ainda que nem sempre bom, mas ótimo quando inspirado)
Ridley Scott, fazendo uma aula de construção de clima e suspense sempre
crescente. E, desculpem-me os “Cameronetes”, o estilo que o Scott aplica é
muito superior (mas a continuação não deixa de ser divertida, ainda que muito inferior ao primeiro).
Para explicar toda a
qualidade do primeiro filme da saga, deve-se começar pelo texto. Escrito por
Dan O’Bannon (que viria a dirigir o divertido "A Volta dos Mortos Vivos") e Ronald Shusett, ele consegue fugir
dos clichês e nunca deixa claro quais pessoais vão conseguir sobreviver (ou, mesmo,
se alguém vai sobreviver), desenvolve as personagens mantém um ritmo sempre
agradável a produção, fazendo algo diferente para o velho (já não era novidade
no final da década de 1970) gênero “entra X e sai X-Y”. A história não conta com maiores
tramas intricadas: uma nave cargueira (Nostromo) recebe sinal de S.O.S., indo
verificar o quê se trata, um dos tripulantes acaba sendo infectado por uma
forma de vida alienígena, e, ao voltar a nave (mesmo com resistência de alguns
tripulantes), tal forma de vida mostra ser muito mais perigosa do quê
aparentava ser. Porém, mesmo contando já com esse texto bem escrito (mesmo que
simples), o quê torna o filme tão grandioso e, sim, assustador (é um misto de
sci-fi com terror), é a execução.
Todo o trabalho, indo
da desing- construído a partir de artes do próprio Scott (ele já foi designer)
do monstro belo- ao seu modo- de H.R. Giger (a
direção de arte dos elementos humanos- igualmente cuidadosa- são de Ron Cobb e Chris Foss), a fotografia escura
de Derek Vanlint, a maquiagem e os
efeitos especiais convincentes que receberam o Oscar da categoria (apenas uma tomada- a do Alien tentando voltar
para dentro de uma nave- envelheceu, todas as outras estão perfeitas e,
algumas, até superior a alguns lançamentos dos últimos anos) e as atuações de
todo o pequeno elenco, que, em poucos minutos, mostram as personalidades dos
tripulantes da nave e uma noção de companheirismo entre eles. Tudo orquestrado por Ridley Scott, que impõe uma estética
que, não só contribui para a veracidade de tudo, como potencializa o clima de
medo e tensão que percorrem a projeção.
A produção sempre
procura fugir de fórmulas e não cai nas armadilhas do gênero. Se atualmente as
personagens de tais tipos de filmes são desinteressantes e, na mais pura
verdade, quem vai assistir quer ver a morte deles, os tripulantes da Nostromo
trazem personalidades vivas e nos fazem torcer pela vida de cada um, nunca
tendo um vilão humano dentro da história, todos apenas querem sobreviver.
Passa-se a torcer por cada um daqueles homens e mulheres.
Poucas vezes se viu
tudo funcionar tão bem. As formas sombrias dos corpos e arquiteturas
alienígenas, os corredores brancos (porém com aparência “usada”)
claustrofóbicos da Nostromo, todo virtuosismo visual (feito a trancos e
barrancos pelo Scott, unindo até truques ópticos com espelhos e crianças
atuando para os sets parecerem maiores), o medo do desconhecido alimentado
pelas cenas sempre escuras, cada pequena parte constrói uma obra assustadora
muito acima da média.
A essa altura, dizer
que Ridley Scott dirige bem cenas de tensão se torna quase desnecessário, porém
é bom dizer isso. Ele sabe esconder quando necessário, assim como sabe expor a
violência, sempre buscando o máximo que a cena pode resultar (as vezes o quê
não se vê é mais assustador). Só para exemplificar, a experiência de se ver a
cena do jantar é única, têm várias outras cenas de terror, mas dificilmente se
encontra uma que causa tamanho impacto na primeira vez que se vê (aí um bom
passatempo: assistir Alien com alguém para ver a reação das pessoas).
Então, para terminar
aqui e evitar maiores spoilers, apenas fica uma rápida sugestão: quem ainda não
viu, veja. De 0 a 10, um 9,5 facilmente. Você pode ver vários filmes de terror,
vários filmes de ficção científica e, mesmo, ambos juntos (a combinação não é rara), porém Alien é único, ele é um expoente no gênero, algo
que faz do simples uma experiência magnífica, que, mesmo depois de mais de trinta anos após seu lançamento, não envelheceu.
O filme tem uma edição do diretor com algumas cenas que foram cortadas da edição original em um DVD especial. Não altera tanta coisa (mas explica o destino de algumas personagens), mas eu a recomendo (outro filme do Scott, "Blade Runner", mudou muito em sua edição do diretor).
Um dos meus favoritos da ficção cientifica. Absolutamente tenso, com Ridley Scott dando uma aula de direção.
ResponderExcluirExcelente texto, Eduardo!
http://eaicinefilocadevoce.blogspot.com.br/
Arrasou Luis !!
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