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terça-feira, 14 de agosto de 2012

10 Cineastas Caídos em Desgraça - Correção


Em minha lista de “10 Cineastas Caídos em Desgraça”, Ed Wood (“Será que você nunca ouviu falar em suspensão da descrença?!”) apareceu na oitava posição. Esse foi o único nome pesadamente contestado pelos leitores, que se indagavam como é que alguém que nunca teve fama conheceu a desgraça. Bom, não é tão verdade: Wood teve alguma glória após seu “Plano 9 do Espaço Sideral”, e sua queda foi muito mais trágica do que pessoas normais poderiam suportar (alcoólatra, solitário e dirigindo filmes-pornô para sobreviver). Ainda assim, sua fama real só veio após a morte, o que não conta na lista.

Enfim, decidi substituí-lo quando olhei para a carreira de um dos meus diretores favoritos. Como alguém outrora tão grande e hoje tão desprezado pôde escapar da minha lista enquanto eu a escrevia, não sei dizer. Enfim, segue-se abaixo, com um aperto no coração, o cineasta verdadeiramente caído em desgraça:

8. Francis Ford Coppola


Que raios aconteceu com Fracis Ford Coppola, o cineasta mais imponente dos anos 70 e patriarca de uma notável dinastia hollywoodiana (Sofia Coppola hoje carrega o cetro da família)?! Digo... trata-se do homem que dirigiu e escreveu “O Poderoso Chefão”, “A Conversação”, “Apocalypse Now” e criou (como roteirista) o filme “Patton”. Do homem que conseguiu a proeza de concorrer contra si mesmo em uma mesma edição do Oscar (“O Poderoso Chefão - Parte II” e “A Conversação”, ambos para Melhor Filme)? Em dez anos, desde 1970, suas produções (dirigidas ou apenas escritas) somaram 21 Oscars (de espetaculares 44 indicações) e o tornaram a mais brilhante estrela entre os “Film Brats” (“carinhas do cinema”: turma de cineastas precoces que despontaram na década de 70, incluindo Martin Scorsese , Steven Spielberg e George Lucas).  Então... o que aconteceu?!

Para os que respondem “nada”, a pergunta: qual foi a última grande produção assinada por Coppola? Em minha opinião, “Drácula”, de 1992. Só. E ela foi uma exceção em um mar de filmes bons ou grandiosos, mas esquecidos (''Vidas sem Rumo'', ''Seu Passado a Espera''...) e prejuízos colossais (''One For the Heart'', ''O Selvagem da Motocicleta'', ''The Cotton Club'', ''Jardins de Pedra''...) que o diretor angariava até então, o que o distanciava cada vez mais das grandes produtoras. Buscando financiamentos privados ou com a ajuda de sua American Zoetrope, Coppola afundou em dívidas e assinou declarações de falência ao longo dos anos 80 e 90, seguindo caminho parecido com o de seu sobrinho Nicholas Cage (cujos gastos eram por excentricidades típicas de um garoto mal-acostumado com a riqueza súbita). Na virada do milênio, o mestre renegou Hollywood e adotou o gênero indie (infelizmente, mais por incapacidade de atrair grandes produtoras do que por vontade própria), com resultados frustrantes, para dizer o mínimo. Hoje, Coppola é mais bem sucedido como produtor de vinhos, paixão que ele cultivava desde a adolescência, e a ausência de grandes projetos para o futuro faz com que o retorno deste gênio seja cada vez mais improvável.


3 comentários:

  1. Não importa as desgraças que ele possa estar fazendo agora (não vi nenhum filme recente dele), o cara fez a maior trilogia do Cinema e foi responsável pelo colosso chamado Apocalypse Now. Só por isso ele já merece respeito, não merecendo estar nessa lista.

    http://avozdocinefilo.blogspot.com.br/

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  2. Cada caso é uma situação diferente. Se tiver oportunidade, procure ler "Como a Geração do Sexo, Drogas & Rock'n Roll Salvou Hollywood". Você descobrirá que o ego gigantesco de Coppola é o culpado por seus fracassos e provavelmente por ter se afastado dos grandes estúdios.

    O livro também dedica boa parte ao maluco Michael Cimino, este com certeza uma caso único no cinema. Já escrevi no blog sobre "O Portal do Paraíso", que é um bom filme, mas foi um produção megalomaníaca do sujeito.

    Abraço

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    Respostas
    1. Valeu pela indicação. Eu já estava com a vontade de comprar este livro faz tempo.

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