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domingo, 2 de dezembro de 2012

Duas personagens, video games e feminismo

Para um blog auto-intitulado “o lugar onde os cinéfilos se encontram”, o último tema que tem sido falado por aqui é cinema. Mea culpa? Não. Como muitos leitores devem ter percebido, a equipe do blog foi de 17 para “solo yo” mais rápido do que o Papa-Léguas fugindo do Coiote. Eu também poderia dizer que isso ocorreu por motivos variados, como trabalhos, estudos e etc. Mas, francamente, eu nem tenho conhecimento disso para afirmá-lo. Não é que recebi um aviso-prévio; um dia a equipe estava aqui e, no outro, não. Como éter, esvaneceram-se todos pelo ar. Sendo agora o único escritor, é difícil (talvez impraticável) manter a prévia regularidade de atualizações (nosso recorde foi uma dúzia de postagens em uma semana, lá pra 2011), mas me aterei ao compromisso de postar ao menos um artigo ou crítica por semana.

Agora, sobre que raios é esse texto? Para quem leu o título, já deve tê-lo descartado como “mais algo nada a ver com o tema do blog”. Não creio que seja assim: este artigo será uma análise sobre duas notáveis personagens femininas dos video games - Alyx Vance e Bayonetta (a.k.a. Cereza) - e como o desenvolvimento feito sobre elas ajudou a forjá-las como dois grandes exemplos para o feminismo. Estudo de personagens é algo sempre desejável para os estudantes de artes narrativas (visuais ou não). O feminismo, sendo um assunto em voga e capaz de render grandes discussões (e motes para roteiro), também é “passável” como assunto deste blog. Mais importante, talvez, seja que os video games se desenvolveram de tal forma que tratá-los como arte não é mais vanguardismo; é regra. Assim como o cinema, eles são uma arte narrativa e visual, e suas possibilidades de criação ou inovação, recentemente, fazem as mais notáveis produções de Hollywood ou do mercado indie parecerem tediosos exercícios de autopromoção. Eu acho difícil jogar (ou mesmo assistir alguém jogando) títulos como “Shadow of the Colossus”, “Portal”, “Dead Space”, “Uncharted”, “Asura’s Wrath”, “Dark Soul’s” ou mesmo “Brain” e “Limbo” e não reconhecer a imensa conquista artística de cada um.

Parece estranho falar de games para analisar o feminismo: assim como nos quadrinhos, eles sempre foram um território marcadamente masculino e, portanto, palco para o descarrego de suas maiores fantasias sexuais. Um game com uma heroína que não seja magra e extremamente bem dotada (às vezes com uma proporção seio:cintura é tão esdrúxula que seria fisicamente impossível na vida real), se é que existe, é uma sátira ou um produto de humor anárquico. Quando não a heroína, então a mulher fisicamente pobre é uma vilã (pensando bem, mesmo as vilãs se encaixam no padrão “gostosona”). Aqui, isso não muda: as duas personagens que irei analisar são incrivelmente belas (uma delas, impossivelmente bela). Mesmo assim, elas não seguem o mesmo padrão de beleza, e ambas desafiam profundamente nosso conceito de “sexualidade”. Como última nota, acho que nunca, sejam os homens ou a sociedade como um todo, iremos admirar o físico de uma mulher gorda ou de rosto assimétrico. Podemos respeitá-la pelas suas outras qualidades, da mesma forma que um homem respeita e admira outro homem pela sua criatividade ou coragem, mas nunca nos atrairemos por ela (veja: isso é no geral; sempre há casos específicos que vão contra a regra). Há coisas que não conseguem superar a biologia; se aprendermos a valorizar a natureza como ela é, podemos discutir o feminismo com bases muito mais sólidas do que os conceitos utópicos forjados por suas alas mais radicais.


Primeira personagem: Alyx Vance


São inúmeros os motivos por quais “Half-Life 2” deixou boquiaberto meio-mundo de gamers: a narrativa, os visuais, a física, a interatividade, o design dos níveis... Um dos mais marcantes foi o incrível carisma de seus personagens - e se for para escolhermos apenas um, mesmo com o lendário Gordon Freeman na contenda, acho que o mais lembrado, o mais amado de todos seria Alyx Vance.

Nascida em meio a uma crise nuclear e criada durante a invasão e domínio da Terra por uma raça multidimensional orwelliana, Alyx não é do tipo que teve às coisas entregues de bandeja. Ela também não é do tipo que se corrompe pelo ambiente extremo; assim como muitos dos grandes personagens, ela herdou o melhor dos dois mundos: o senso de urgência, independência e trabalho duro de um mundo em colapso e a docilidade e bondade de um herói que sempre enxerga o copo meio cheio. Alyx Vance é o arquétipo que mais associamos ao “feminismo”: bonita, inteligente, trabalhadora, brincalhona e, acima de tudo, independente.

Como descreveu o site UGO.com em sua lista de melhores personagens femininas dos games (e ela sempre aparece em listas assim), Alyx é o “tipo de garota que você apresentaria aos pais”. Com uma mistura de traços europeus e africanos, é uma morena de perfil delgado que consegue transformar mesmo uma roupa jeans velha e rasgada em um figurino icônico. De nenhum modo ela é feia, ou sequer ordinária: Alyx é tão atraente quanto qualquer coelhinha da Playboy mas, estranhamente, sexo é a última coisa que pensamos ao ver ou interagir com ela (talvez porque as condições não sejam propícias  - no enredo, o mundo está acabando). Sua personalidade é tão forte, tão confiante, que atinge um estado de plenitude. Alyx Vance conquista as pessoas por sua atitude; antes de uma “parceira sexual”, como os homens freqüentemente vêem outras mulheres bonitas, ela é uma amiga. Quase uma irmã.

O que não surpreende: durante o game, ela auxilia ou salva a vida do personagem principal (um homem) no mínimo uma dúzia de vezes. Versada em física quântica, ela consegue construir robôs de três metros de altura com as próprias mãos, usando apenas partes sobressalentes. Bem humorada e irrefreavelmente otimista, ela sempre está pronta para fazer um comentário animador ou dar suporte mesmo na mais depressiva das situações. E sabe manejar armas, não hesitando em partir para uma briga com os próprios punhos ou salvá-lo com a ajuda de um rifle sniper quando possível. Tudo isso, entretanto, é combinado com uma dose de imperfeição: ela não tem medo de ceder emocionalmente e pedir por consolo quando as coisas se tornam muito sombrias (creio que a cena do trem descarrilado, no início de “Half Life 2 - Episódio Um”, partiu o coração de todos que a viram). Ela comete erros e sabe reconhecê-los e se desculpar por eles. Isso é o extremo oposto da “mulher Rambo”, a interpretação estereotipada que Hollywood fez de uma “mulher feminista”: uma máquina de briga e sexo sem sentimentos e imperfeições que doma o mundo como um peão de rodeio.


Alyx Vance é apaixonantemente humana; suas imperfeições a completam. Agir ao seu lado dá ao jogador uma experiência única: a de não usar ou ser usado por uma mulher, mas de fazer parte de uma dupla onde os dois lados são igualmente importantes. Muitas vezes, você ajudará Alyx; muitas outras, ela o ajudará. Em todas, serão experiência enriquecedoras e divertidas. “Half Life” consegue, com uma mulher, construir um dos melhores espíritos de “brodagem” já vistos em um jogo. Ainda assim, não creio que esse seja o cerne do feminismo. O que constrói uma mulher “perfeitamente feminina” (é um termo bem imperfeito, sei disso) é como todos esses sentimentos se harmonizam com sua sexualidade.

E como Alyx Vance lida com o sexo e sua inegável atratividade física? Bom, para responder isso, comparemo-na com nossa outra analisada - para muitos, o seu extremo polar.


Segunda personagem: Bayonetta


Defender Alyx como um grande triunfo feminista é fácil: ela é a mulher que todos os homens desejam ter e todas as mulheres desejam ser. Sua doçura e inteligência a tornam alguém convidativo e apaixonante. O verdadeiro desafio é promover a estonteante Bayonetta - ou Cereza, para os íntimos - como tal. À primeira vista, Bayonetta é tudo que as feministas moderadas (leia-se “sensatas”) odeiam; sem perder uma única oportunidade para fazer poses provocantes ou tirar a roupa, esta feiticeira destrói hordas de anjos e querubins como quem se diverte em um parque. Seu físico, para roubar uma descrição de Junot Díaz, é tão provocante que “só um ilustrador de quadrinhos ou um pornógrafo conseguiria retratá-lo sem peso na consciência”: suas pernas potentes, curvas selvagens e seios avassaladores desafiam as leis da natureza. Sem exageros: suas pernas são maiores do que o resto do corpo. Não é estranho, portanto, que seu game homônimo tenha sido acusado de machista e insultante à dignidade feminina.  Em um olhar superficial, a irrefreável Cereza é a típica “mulher Rambo” hollywoodiana.



Eu discordo. De fato, o que me motivou a escrever este artigo foi o perspicaz comentário de um internauta no YouTube (pois é, existem textos relevantes nos comentários do site):

“Alguns culpam Bayonetta por rebaixar o valor das mulheres. Eu não poderia discorda mais. Ela jamais se rebaixa; ela é forte, independente e faz o que bem deseja. Ela não precisa correr atrás de homens porque tem plena consciência de sua sexualidade, e se orgulha tanto dela que não hesita em ‘brincar’ com os homens por pura diversão. Aliás, em um game onde eles ou são maus ou incompetentes ou não fazem a mínima idéia do que estão fazendo, ela é a figura estável. Podemos dizer que Bayonetta dá às mulheres poder total.”
Dark Tider”, grifos meus.

Como construção de uma personagem feminina, Bayonetta talvez supere Alyx. Esta segue uma espécie de “porto seguro”, enquanto aquela nada contra a correnteza e joga com todas as fantasias masculinas (muitos consideram o game um grande exemplo de “fan service”). Cereza é a mulher que todas as outras chamariam de “vadia” (mas invejariam em segredo); sua primeira impressão nos homens é a de uma fúria sexual incontrolável:


Como uma mulher tão descarada pode ser alguém admirável?! A verdade é que Bayonetta, ao contrário de Alyx, só pode ser compreendida com o tempo, quando cessam as impressões iniciais. Só assim podemos ver como ela é um panteão de segurança e estabilidade, tão plena quanto a aventureira de “Half Life 2”.

A figura dessa feiticeira nos força a repensar nosso entendimento de sexualidade. Em uma sociedade onde “mulher boa” é casta, santinha e pura nas aparências (e o contrário na cama), sustentando um tabu de que “sexo” não é algo a ser discutido em alto e bom som, Bayonetta nos afronta com um espírito livre e divertido, sem medo algum em exibir a beleza paralisante de seu corpo. Em nossa sociedade, isso é negativo. Existem até explicações psicológicas (muitas vezes corretas) para aquelas que se comportam assim: são garotas inseguras e traumatizadas que usam o corpo para esconder sua fragilidade emocional. Um velho clichê de Hollywood: as mulheres mais atiradas e abusadas ou são redimidas pela figura masculina ou são simplesmente más. Ou robôs caricatos, como a Lara Croft de Angelina Jolie.

Por isso que é tão perturbador passar horas jogando “Bayonetta” e não enxergar nenhum - nenhum! - problema na personagem principal. Nada de conflitos internos; nada de passados traumatizantes; nada de raivas reprimidas. Bayonetta não usa seu sexualidade como um escudo; ela a usa com uma naturalidade que não estamos acostumados a ver (se é que já vimos). Ela tem orgulho de tudo que faz e não se incomoda em rir de si mesma (um dos “troféus” no jogo vem com a personagem dizendo: “Eu devia ter sido uma dançarina de pole dance!”). Assim como Alyx, Bayonetta possui um otimismo inabalável, rindo e se deleitando mesmo diante das piores situações (algumas cutscenes do game são impagáveis, como a personagem posando para fotos enquanto surra os oponentes ou finge desfilar em uma passarela quando dispara com suas baionetas - daí o seu apelido). Por trás do físico, há um cérebro invejável: com seu sotaque inglês suave, cada fala da feiticeira parece um recital shakespeariano (os diálogos do game são gloriosos). Por vezes, ela consegue dizer as maiores profanações e fazê-las soar adoráveis (“With all these people following me, I feel like a fucking celebrity!”).

Vendo além da sexualidade, o jogador/espectador se depara com algo chocante: Bayonetta é tão doce e inocente quanto Alyx. Quando não tem ninguém a se exibir, ela costuma dialogar consigo mesma e “pensar alto” enquanto caminha, sempre desfilando. Ao interagir com pessoas que não conseguem acompanhar seu ritmo, ela assume uma postura quase maternal. Mesmo suas piadas ficam mais inocentes (“Escute, criança, há duas coisas neste mundo que eu não suporto: baratas e bebês chorões. Bom, uma barata chorona seria realmente assustadora, mas dá para entender.”). Bayonetta possui um imenso respeito por todos com quem interage, conhecendo seus limites e jamais os intimidando sem necessidade. Ela sabe que é imperfeita e, nos raros momentos em que perde o controle da situação, não esconde seus medos. Se precisar, ela se desnuda (emocionalmente, rapazes) e revela sua imensa sabedoria e doçura (minuto 5:18):


Bayonetta está em perfeito contato com sua sexualidade. Ela jamais se preocupa com homens ou se abala com frivolidades. Por que se abalaria? Ela sabe que é estonteante e que não há nada demais nisso. O sexo, para ela, é tão natural que não precisa ser escondido, e a mesma coisa vale para sua contraparte, Alyx.


Onde reside o feminino?

Alyx e Bayonetta são duas faces da mesma moeda. Excluindo-se as aparências e tudo que é rasteiro, a essência é a mesma. A delicada e alegre cientista de “Half Life 2” é feita da mesma matéria que a ousada e atirada feiticeira de “Bayonetta”. É nelas que jaz o verdadeiro espírito da feminilidade e, devo dizer, todo o cerne do “feminismo”.

Os maiores inimigos das mulheres não são os homens, o machismo ou a sociedade. Creio que o maior obstáculo sejam elas mesmas. Poucas são as mulheres que estão em toque com sua sexualidade; mesmo muitas das ditas “feministas” se preocupam com o que os outros vão dizer se elas “chegarem” em um homem ou fizerem uma piada sobre sexo numa roda de conversa. A maioria dos problemas femininos são resultantes de sua insegurança consigo mesmas: o sexo continua sendo algo que jamais deve sair das quatro paredes. Ser bonita se torna um fardo, pois elas fazem questão de se comportar na fina linha social que separa a “decência” da “vadiagem”; parecem equilibristas ou uma presa diante do predador: qualquer movimento em falso pode destruí-las - ou melhor, destruir suas “reputações”. Quando se cansam de “andar na linha”, as mulheres cometem o erro básico de desabarem no outro extremo: quando não são recatadas, são vadias. Elas fazem tanto alarde quanto ao próprio corpo que ficam intimidadoras. Depois, não passam de seres fúteis e caricatos.

Alyx e Bayonetta não são nada disso, pois simplesmente não se importam com nada. O sexo para elas é tão “vergonhoso” ou “polêmico” quanto a respiração, e a diferença entre as duas reside na personalidade: enquanto uma se diverte mais com ciência, a outra não perde a oportunidade para dançar e provocar. Ambas agem como querem, fazem o que fazem por que isso lhes dá prazer e não agride ninguém. Essa é a independência tão alardeada pelas feministas: não uma revolta contra os homens, mas uma paz de espírito com si próprias. Nada de se retocar no espelho ou se preocupar com as calorias de um alimento. Nada de se preocupar com a reputação ou se os homens estão interessados nelas. Nada de buscar por atenção ou agir por motivos escusos. Alyx Vance e Bayonetta são (e sabem que são) deusas, divas, grandes exemplos de vida.

Quando se atinge tal nível de segurança, tudo mais é supérfluo.


De volta o mundo real...

É fácil dizer e dificílimo fazer. Qualquer um pode criar um arquétipo perfeito, um modelo de vida inspirador e admirável; bastam certo talento e prática nas artes narrativas. Eu sei que há todo um universo de fatores que influenciam o comportamento feminino contemporâneo: pressões familiares e da sociedade, traumas, conflitos, desavenças... Eu sei que essas velhas pregações (“seja você mesmo”, “confie em si mesmo”...) são tão difíceis de serem praticadas que ou as ignoramos como clichês sem valor ou tratamos como objetivo inatingível. Eu sei disso tudo.

Infelizmente, as soluções para nossos problemas quase sempre são estas verdades inconvenientes, e os caminhos mais fáceis são os mais inúteis. Por mais que uma mulher esteja sobrecarregada de estigmas, por mais que seu passado a incentive a culpar os outros por seus problemas, o ônus da recuperação será sempre delas. A última grande batalha das feministas não é contra a sociedade; é contra si mesmas. Elas podem ignorar suas inseguranças e jogar a culpa em outrem - o que será improdutivo, porque os culpados pouco se importam com suas vítimas - ou podem enfrentá-las e superá-las. Ao contrário do que os livros de auto-ajuda fazem parecer, alcançar a autoconfiança é um processo doloroso, exaustivo e sem meios-caminhos. Mas é o único que temos.

Um recado para as mulheres: uma ótima forma de começar é NÃO tentando ser como as personagens que acabei de descrever. Não tentem ser como Alyx, Bayonetta, Betty Friedan, Judith Butler, ou Simone de Beauvoir. Não tentem ser como ninguém. Vocês jamais descobrirão o seu “eu” se viverem baseando-se no “outro”. Apenas aprendam essa lição e divirtam-se com vida.

4 comentários:

  1. Uma personagem que também acho interessante, e "meio" entra nessa questão de feminismo é a Liara do Mass Effect. Na verdade citei ela só como um símbolo porque toda a sua raça (ela é uma alienígena, chamadas de Asari) são grandes motivos de discussões sobre o assunto.

    As Asari possuem apenas um gênero, que não pode ser definido como masculino nem feminino. Mas ainda sim, apresentam traços femininos e maternais característicos da raça humana. Elas são dubladas por mulheres, possuem aparência feminina como a presença de seios, e podem se relacionar com qualquer ser, sendo da mesma raça ou de outra qualquer. Isso acontece por causa dos meios de reprodução, que são bem diferentes dos humanos. É um processeo chamado de "melding", em que ela e o parceiro meio que fusionam seus sistemas nervosos através de estímulos elétricos pelo contato da pele, tudo controlado pelo poder psíquico natural das Asari. Dessa forma elas copiam as características genéticas do parceiro e implementam nos genes, apesar de que, a cria não receberá DNA algum do parceiro, nascendo 100% Asari, mas com características do parceiro que definem sua personalidade. No momento presente do game, as Asari são uma das raças mais evoluídas do game, tendo evoluído as viagens interestelares mais rápido que qualquer outa raça inteligente. E passam por uma procura pela diversidade genética e cultural ao se relacionarem com parceiros de outras raças, gerando um leve preconceito às Asari "pureblood", aquelas que nascem provenientes de duas Asari. Acreditam-se que desta forma, a cria é pobre em linhagem e tem pouco espaço a evoluir na sociedade. Sociedade que é amplamente conhecida por sua benevolência e preferência a diplomacia do que a impor conflitos.

    Por isso e muitas outras coisas, as Asari são vistas no universo do game como promíscuas por sua sensualidade natural e sua capacidade de reprodução. E também, se apresentam como uma das melhores opções para se desenvolver um relacionamento (o que é possível no game) sendo o gamer hétero ou homossexual. Cada gamer, se distinguindo em seus gostos e suas opções sexuais, acabam desenvolvendo alguma forma de afeto com os indivíduos dessa raça e especificamente com Liara, uma personagem em que é possível construir uma relação desde o primeiro título da série (esse ano fechou a trilogia). Liara é uma pureblood, de apenas 60 anos, vale destacar que essa raça pode viver mais de mil anos, então ela ainda está numa fase de descobertas, e além de tudo é uma cientista, mais especificamente arqueóloga de ruínas de civilizações avançadas antigas, que possui muito a ajudar você, o protagonista.

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  2. Por sua linhagem, Liara é frágil e totalmente nerd o que não precisa dizer que ela não desenvolveu bem o seu lado social. E ao se juntar a você e suas missões, ela acaba que conhecendo pela primeira vez em sua vida, o afeto por alguém, e cabe a você desenvolver a relação ou não. Com o avançar do tempo, no 2º e 3º game dá para se perceber uma evolução incrível na personagem, que ganha muito mais confiança, sendo por estar ao seu lado como team mate ou como interesse amoroso. Sua insegurança e timidez somem e tomam conta uma grande capacidade de liderança, trabalho em grupo, persistência e independência.

    Como disse no começo, apesar da raça ter um gênero que não pode ser definido pela dicotomia de fêmeas ou machos, as Asari e em especial a Liara, são uma das coisas mais sensacionais que já vi na tentativa de um estúdio, mais especificamente de um roteirista, de trazer um público feminino a ter voz e presença no mundo dos games. E funcionou bastante. Dos jogos que joguei, Mass Effect e garotas são lugar comum. São tão presentes como os homens. E como você falou nesse post Diogo, esse universo gamer é muito machista, mas o que vi em Mass Effect foi uma boa lição de como integrar todo tipo de público para a apreciação de um game. Um caminho que precisa ser seguido por outras grandes empresas que ainda visam somente no mercado masculino.

    Desculpe pelo tamanho do comentário me empolguei, o assunto é muito bom de falar heheheh

    abraço!

    Asari: http://masseffect.wikia.com/wiki/Asari
    Liara: http://masseffect.wikia.com/wiki/Liara_T%27Soni

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  3. Evitei falar de Mass Effect porque nunca o joguei, e esse eh o tipo de game que soh presta quando jogado; assisti-lo somente nao tem o mesmo efeito.

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  4. P.S.: esse foi um reply relâmpago; ainda nem li seu comentario inteiro.

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